Dr. Márcio Candiani, psiquiatra, amigo, envia este comentário:
Cláudio,
só hoje tive tempo de ler seu blogger. Muito interessante a entrevista sobre o risco dos antidepressivos induzirem suicídio. Velha história para nós psiquiatras e uma bomba para os leigos... Apareceu em todos os jornais, revistas e mídia televisiva, os amigos me pediram informações, alguns pacientes me ligaram... que loucura! Foi igualzinho a esta bomba lançada sobre o Prozac,provavelmente pela concorrência da época... Gostei muito do que falou na entrevista. Como sempre, muito didático, lógico e claro, respondendo às perguntas com uma breve, mas essencial introdução!
Quanto ao texto "O Brasil vai pro brejo em 2003?" , achei tão interessante que mandei para vários amigos...meu pai adorou. Vc colocou no papel o que muitos de nós pensamos, mas ficamos entulhados com essa propaganda anti-tudo que só quer saber de ibope. Muito interessante. marcio.candiani@superig.com.br
Basta pensar em sentir Para sentir em pensar. Meu coração faz sorrir Meu coração a chorar. Depois de parar de andar, Depois de ficar e ir, Hei de ser quem vai chegar Para ser quem quer partir. Viver é não conseguir. Fernando Pessoa, 14-6-1932
15 abril, 2004
Casuística: A lógica do capital
Recebo um telefonema. Em tom de urgência, X se identifica como a "sua gerente" da agência bancária onde mantenho uma conta. Pede-me para passar lá, "por favor". Lá vou eu... será que fui premiado? será que meu dinheiro sumiu?
Tchan tchan tcham! X queria me oferecer um ótimo negócio, pois "nosso banco pensa sempre o melhor para o cliente".
Negó seguín: propõe que eu mude o plano de seguro de vida, pois o meu, insiste, é arcaico e agora tudo é mais moderno, bastava que eu assinasse uma autorização (já pronta!). Peço para ver as vantagens. Insiste: "o antigo é arcaico e o atual é moderno". Digo que preciso ver, no papel, para comparar. Mais insistência: "mas este que te ofereço é mais barato, o sr. vai economizar R$ 7,00 (!!!) por mês, pois o banco só pensa no cliente e até abaixou o preço!" Permaneço irredutível e ela diz: "Ainda não sei mexer neste computador para comandar a impressão, mas vou tentar." Milagre! A impressora funciona! Apenas, entretanto, com a descrição do "novo" seguro. Assinala todos os ítens, mostra as vantagens, principalmente uma tal de "antecipação de auxílio funeral".
"Já virou humor negro", penso. Mas eu quero, mesmo, é a comparação no papel, ali, na minha frente. Mais um milagre: aparece o extrato do antigo. Conferimos ítem por ítem. Resumo da ópera: o "arcaico", é muito mais vantajoso. 300% mais vantajoso, na linguagem dos $$$. Mas a "minha" gerente ainda insiste! Pergunto-lhe: "E você, se fosse o cliente, com qual ficaria?" Sorrindo amarelo, responde: "-É lógico que com o antigo!". Dou-lhe as boas tardes e vou ganhar minha vida.
Tchan tchan tcham! X queria me oferecer um ótimo negócio, pois "nosso banco pensa sempre o melhor para o cliente".
Negó seguín: propõe que eu mude o plano de seguro de vida, pois o meu, insiste, é arcaico e agora tudo é mais moderno, bastava que eu assinasse uma autorização (já pronta!). Peço para ver as vantagens. Insiste: "o antigo é arcaico e o atual é moderno". Digo que preciso ver, no papel, para comparar. Mais insistência: "mas este que te ofereço é mais barato, o sr. vai economizar R$ 7,00 (!!!) por mês, pois o banco só pensa no cliente e até abaixou o preço!" Permaneço irredutível e ela diz: "Ainda não sei mexer neste computador para comandar a impressão, mas vou tentar." Milagre! A impressora funciona! Apenas, entretanto, com a descrição do "novo" seguro. Assinala todos os ítens, mostra as vantagens, principalmente uma tal de "antecipação de auxílio funeral".
"Já virou humor negro", penso. Mas eu quero, mesmo, é a comparação no papel, ali, na minha frente. Mais um milagre: aparece o extrato do antigo. Conferimos ítem por ítem. Resumo da ópera: o "arcaico", é muito mais vantajoso. 300% mais vantajoso, na linguagem dos $$$. Mas a "minha" gerente ainda insiste! Pergunto-lhe: "E você, se fosse o cliente, com qual ficaria?" Sorrindo amarelo, responde: "-É lógico que com o antigo!". Dou-lhe as boas tardes e vou ganhar minha vida.
Vocabhilário (I)
BUSH - sobrenome do atual presidente dos EUA (George W. Bush) - "Bush é um detergente; ele acha que problemas se “lavam mais branco”, se raspam, ele acha que dissidências se esmagam, que complexidades devem ser achatadas, que o múltiplo tem de virar “um”, que tudo tem um princípio, meio e um fim, e que o fim deve ser igual ao início, realizando o pensamento dos milhões de idiotas que jazem entre o hambúrguer e o sofá, diante da TV. Como Osama, ele também quer nos raspar da face da Terra." (Arnaldo Jabor, O Globo).
Assinar:
Postagens (Atom)