por Louis Anemone (ex-chefe da Polícia de Nova York-NYPD (1995-99), e membro do Instituto Fernand Braudel. Este artigo foi adaptado de sua palestra na Conferência Internacional sobre Violência e Segurança Pública em São Paulo e Rio de Janeiro, em outubro de 1999)
Armas de fogo são utilizadas em 59% dos homicídios em Nova York e 90% dos assassinatos em São Paulo. Uma estratégia de redução da posse e uso de armas de fogo ilegais levou ao declínio dos homicídios em Nova York nos anos 90.
De 1993 a 1998 os assassinatos na cidade de Nova York caíram 64% e os disparos de armas de fogo da polícia caíram mais de 66%! O número de balas disparadas caiu de 1.017 em 1995 para 526 em 1998. O número de pessoas baleadas pela polícia caiu de 70 em 1995, 26 delas fatalmente, para 62 em 1998, com 19 mortes [comparadas com 593 civis mortos pela polícia em São Paulo].
Tivemos a nossa dose de controvérsias em torno de tiroteios e encontros envolvendo a polícia neste período, mas a tendência geral tem sido positiva, apesar da natureza chocante de alguns desses encontros, especialmente o estupro, por policiais, de Abner Louima em uma delegacia do Brooklyn em 1998 e os 41 tiros, desferidos por membros da unidade de crime de rua do Bronx, que mataram Amadou Diallo, um imigrante africano desarmado, em 1999.
A redução dos disparos teve um impacto profundo na vida da cidade. O New York Times noticiou em 1998 que o Departamento de Saúde de Nova York planejava fechar alguns de seus centros de traumatologia, pois o número de vítimas de tiros nesses hospitais não era mais suficiente para ocupar os jovens médicos especializados em serviços de emergência.
Uma estratégia para se atingir esses resultados surgiu em "Quatro passos para a redução do crime", elaborado por Jack Maple, que eram:
1. Inteligência precisa e oportuna comunicada claramente a todos.
2. Mobilização rápida das forças policiais.
3. Táticas eficazes.
4. Acompanhamento e avaliação implacáveis.
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