26 fevereiro, 2007

Abraço

Museu de Arte da Pampulha

Museu de Arte da Pampulha
Abraço - Escultura de Ceschiatti (Museu de Arte da Pampulha-BH)
Photo by Cláudio Costa

E por falar em abraço,
comemorarei meu aniversário
com vocês, amigos e amigas,
no Reciclo, dia 01.março - quinta-feira -
a partir das 21h.

O som é garantido pela banda dos filhotes (Ângelo e Leo),
"a nova guarda do samba": Chapéu Panamá.

Aguardo vocês lá: afinal, aniversário é pra ganhar abraço!
E a melhor forma de ganhar abraços é abraçar.
Vamos?


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Avenida do Contorno, 10564
Barro Preto

23 fevereiro, 2007

20 fevereiro, 2007

CIÚME E DESESPERO: O INFERNO

Daqui a pouquinho, às 11h, darei uma entrevista à Rádio Itatiaia-FM (95,7) (clique no link para escutar on line).

O programa: José Lino

O tema: Ciúmes.


A jornalista que me convidou explica, por telefone:
- Está havendo um tititi no BBB7: uma das participantes brigou com o namorado, ambos participantes do programa, porque o rapaz deu uns selinhos nas colegas. Não quer desculpá-lo, nem a ele nem às 'amigas', pois se sentiu traída. Diz a mocinha que não pode suportar 'contato físico do namorado com mulher nenhuma!

A propósito, republico um post que fiz em 07 de setembro do ano passado. Aqui vai:

Procura-me um rapaz (N.) de 20 anos, universitário.

Acaba de perder a namorada (T.):

- “Ela é linda, doutor, uma modelo. A gente namora desde o segundo ano do colegial, eu tinha 15 anos e meio; ela, 14. Fazíamos tudo junto: fins-de-semana, festas, passeios, almoços, cinema, até a própria faculdade: ela quis entrar pra mesma faculdade que eu, um ano depois de mim. A gente só não se via quando estava dormindo! Agora, ela não quer saber mais de mim, brigou comigo. Chegou pra mim, de repente, na quarta-feira passada e, sem mais nem menos, falou:

- Olha, N., há dois meses estou repensando nossa relação. Resolvi dar um tempo!

Essas palavras me detonaram, Doutor. Desmontei. Chorei, implorei, falei que ela estava errada, que ela era a mulher de minha vida. Mas ela foi irredutível, saiu do carro, lá no estacionamento da faculdade e me deixou ali, feito criança, chorando. Na hora do almoço não fui pra minha casa, mas pra casa dela. Cheguei lá e falei com a mãe dela que T. estava ficando louca! A T. chegou e nem queria olhar pra mim. Mas insisti que deveríamos conversar mais. Aceitou. Fomos pro quarto dela e, aí, ela falou que não suportava mais meus ciúmes, que queria viver a vida, que queria sair com os colegas – coisa que eu não deixava. Se eu nem mesmo tenho amigos, como é que vou ficar sem ela? Mas ela não cedeu. Então lhe prometi que iria mudar, seria outro homem, que ela poderia sair, sim, mesmo que me machucasse. Jurei, da boca pra fora, claro, que a deixaria ir às festas da turma dela sem mim, que fosse ao shopping com as colegas, até mesmo que viajasse prum sítio, no final de semana. Mas ela tinha de me prometer que não ficaria com ninguém, que não beijaria ninguém, pois eu não suportaria. Eu me mataria se soubesse disso. Ela concordou e só então fui pra casa. À noite, liguei pra ela, só pra conversar como amigos e não a encontrei. Ela tinha ido pro barzinho com a turma dela. Não agüentei: desci a Avenida Afonso Pena a 140km, cortando pela direita e pela esquerda, devo ter sido multado naquele radar da Contorno, ali do Tobogã, o senhor sabe? Cheguei na Prudente de Morais. Ela bem ali, alegre, rindo, cheio de gente, uns caras que eu nunca vi. Avancei pra cima dela. Só não bati, mas xinguei de tudo: irresponsável, insensível, traidora, burra! Burra, sim, porque me tinha largado pra ficar com gente que só quer saber de sarrar ela. Burra porque não enxerga meu amor por ela, que ela é a mulher de minha vida. Tenho certeza disso, ela é a mulher de minha vida. O pessoal até me segurou, senão teria batido nela. Acabei indo pra casa, arrependido, com medo de ter colocado tudo a perder, pois eu a agredi feio. Não durmo desde então. Hoje é segunda e não consigo comer desde quarta-feira. Emagreci já 6kg por causa dela. A vida perdeu o sentido, doutor. Quero morrer. Mas não tenho coragem de me matar, não vou deixá-la por aí. Ainda mais porque acredito que ainda vou reconquistá-la. Posso falar com ela pra vir aqui? Pra ela fazer uma terapia com o senhor e voltar atrás? O senhor me ajuda?”

Ao nascer, perdemos o a segurança e aconchego proporcionados pelo útero e adquirimos duas ansiedades básicas que nos acompanharão pelo resto da vida: o medo do ataque e o medo da perda. Logo, estabelecemos uma relação idílica com a mãe, na ilusão de que formamos um par perfeito, até que descobrimos uma terceira figura, um gigante, o pai – o marido dela, o Outro. Na grande maioria dos casos, mais um intruso se interpõe: um irmão a se aninhar nos braços daquela que imaginávamos ser somente nossa.

Essas primeiras experiências amorosas e de “frustração” nos deveriam ter ensinado que:

a) não existem garantias de exclusividade;

b) não podemos manipular as ações do outro;

c) e mais ainda: não podemos dominar o desejo do outro!

Os ciúmes existem e atormentam os humanos desde Caim e Abel. Shakespeare desenvolveu o tema em Otelo. Os homens já inventaram o cinto de castidade. Mata-se e se morre por amor (?).

Os ciúmes podem ser decompostos em três sentimentos básicos que se manifestam em condutas correspondentes:

a) Insegurança: baixa de auto-estima e conseqüente medo de não ser amado, ansiedade, sentimento de posse e necessidade de controle. O ciumento se torna possessivo e cada vez mais insuportável ao outro. Cava sua própria desgraça!

b) Inveja: quero que meu (minha) amado(a) não dê a outrem o que julgo ser somente meu; não tolero ver outra pessoa receber o carinho, o afeto, o olhar daquele(a) que amo!

c) Raiva: odeio meu amado (minha amada) quando não faz aquilo que eu desejo. Odeio também quem recebe a atenção que deveria ser somente para mim. E meu ódio me leva à agressividade: tenho de destruir ambos: meu objeto de amor – que agora odeio – e o intruso – usurpador do meu bem e causa minha perda!

Muitas vezes, a baixa de auto-estima e a culpa por meus sentimentos e ações agressivas para com o objeto amado são tão insuportáveis que a agressividade se volta contra mim mesmo: então quero morrer: "se você não ficar comigo, eu me mato! Já que você me traiu, prá que viver?" O meu “suicídio por amor” contempla minha dupla necessidade: a autopunição e a punição de quem eu amava e agora odeio. E me odeio, por não possuir você, por ter deixado você escapar de mim, por odiar a quem amo!

Tais idéias podem ser fruto de fantasias, até mesmo de delírios (tal como o delírio de ciúme dos alcoólatras). Neste caso, as consequências são terríveis.

Se é verdade que um certo grau de ciúmes pode “esquentar” uma relação e mesmo erotizá-la, é mais comum que ciúmes patológicos tornam o amante cada vez mais rígido, vigilante, controlador, inseguro, às vezes deprimido e, muitas vezes, agressivo. A pessoa não suporta a idéia de perder o objeto de amor pela convicção de que jamais encontrará alguém que o substitua. O pensamento recorrente é:

- Tenho de estar absolutamente seguro(a) de que ele/ela me ama, pois sem seu amor não posso viver. Tenho que estar atento(a) porque, a qualquer momento, quando menos espero, posso ser roubado(a).

É o inferno, dentro de nós!
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Post republicado.

17 fevereiro, 2007

São Francisco da Pampulha



Pousada às margens da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, a igrejinha de S. Francisco. Quedo-me, mudo.
Posted by Picasa

13 fevereiro, 2007

Sai de baixo!

Às vezes me sinto confortável por não morar no Rio de Janeiro, de onde chegam notícias aterradoras por causa da violência que impera numa das cidades mais lindas do mundo. Impressiona-me a quantidade de pessoas que são vítimas do que chamam "bala perdida".

Um levantamento exclusivo do Fantástico mostra que só no ano passado, 170 pessoas foram atingidas por balas perdidas na região metropolitana do Rio: 35 delas eram crianças com menos de 13 anos. E o pior: essa estatística é desconhecida pela polícia. Pior ainda: esses são os casos registrados.

Penso que essas balas não são "perdidas", mas "achadas", pois que acertaram alguém e, provavelmente, foram retiradas pelos cirurgiões, guardadas para prova material em processos, etc.

E as balas 'realmente' perdidas? Quantos milhares de projéteis voam de um lado para outro, no enfrentamento entre gangues e atiradas pela PM? Reportagens de TV mostram tiroteios noturnos nas favelas, com aquelas 'brasas' voando de um lado para outro: parecem fogos de artifício ou caudas de minúsculos cometas rasgando o breu da noite.

Agora, leio reportagem que fala de um grande meteorito em exposição no Museu de Mineralogia da Praça da Liberdade, aqui em BH:

Wikipédia: "O Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães de Belo Horizonte, foi criado pelo prefeito Oswaldo Pieruccetti em 1974 e implantado com a colaboração da administração do Estado de Minas Gerais, que cedeu o acervo da antiga Feira Permanente de Amostras.

Até 1992, o MMPDG funcionou na Rua da Bahia, esquina com Av. Augusto de Lima, onde funciona, hoje, o Centro de Cultura Belo Horizonte. Em junho de 2000, foi reinaugurado através de esforços conjuntos da Prefeitura de Belo Horizonte, por intermédio da Secretaria Municipal de Cultura, da Secretaria Estadual de Minas e Energia e da COMIG, como parte integrante do memorial da mineração.

O acervo conta com cerca de 1.000 amostras expostas, de um conjunto total de 3.000, sendo 70 a 80% dele procedentes de Minas Gerais, cerca de 10 a 15% de outros estados e o restante de outros países."

O meteorito "Bocaiúva" tem aspecto metálico e cor negro-acinzentada. Pesa mais de 60 kilos e, devido à grande quantidade de minerais de ferro que o compõe, apresenta densidade elevada. Proveio da região de Bocaiúva, a 400 km ao norte de Belo Horizonte, de onde foi trazido para estudos na UFMG e guardado no Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear.

Descubro, assustado que, além do valor científico, os meteoritos que caem na Terra à razão de 40.000 toneladas por dia, pesando, em sua maioria, apenas alguns gramas, podem conter alguns metais de grande interesse econômico (como ouro, cobre e níquel). Chove ouro, minha gente!

Se somos bombardeados por tal quantidade de poeira celestial a cada dia, acho que a possibilidade de ser atingido por um 'meteorito perdido' é muito maior do que por uma bala perdida... ou estou errado? Em dez dias serão 400 mil toneladas; em cem dias, então, 4 milhões de toneladas de poeira cósmica, feita de partículas miúdas ou do porte de um "Bocaiúva"! Sai de baixo!

Se, por um lado, chovem balas perdidas, por outro, o céu está despencando e não me avisaram.

E agora, José?

11 fevereiro, 2007

Turista em casa


Amélia e eu resolvemos fazer um tour por nossa Belo Horizonte: ontem, à tarde; hoje, pela manhã.

Aproveitamos a caminhada diária (o coração agradece!) e visitamos locais por onde passamos, de carro, com destino e hora determinados.

Pelas janelas do automóvel, as paisagens desfilam céleres . Mesmo que quiséssemos usufruí-las, o estresse do trânsito não nos permitiria reduzir a velocidade, fotografar, respirar cultura. Qual nada! Ficamos de olho na pista, nos retrovisores, atentos aos sinais. É preciso suportar até os mal educados.

Vez por outra um comentário:
- Olha! como está bonita a Pampulha!
- Vamos trazer nossas visitas aqui, um dia...
- Como Belo Horizonte cresceu!
- Que pena, quanta sujeira, quanta pichação nas casas...
O diálogo pontua o caleidoscópio intinerante, nem sempre agradável de se ver.

Muitas vezes, somos surpreendidos pela tonalidade das copas das árvores, pelo colorido das florzinhas amarelas de sibipurunas ou pela explosão dos ipês - roxos, amarelos, rosas!

Após dias de chuva, como é gostoso deixar-se levar pelo azul do céu, no qual as nuvens brincam de assumir formas infinitas, ora carneirinhos, ora monstros medonhos, ora fiapos de lã prateada pelo sol poente.

- Vamos passear?
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09 fevereiro, 2007

Horror

O que falar diante da brutalidade que vitimou um menino de 6 anos, no Rio, ontem? Tamanha violência atingiu, na verdade, todas as crianças, todas as famílias, todos cidadãos cariocas, fluminenses, brasileiros!
É hora do luto e da revolta.
Se o luto nos emudece, identificando-nos ao morto, a revolta nos atiça a agressividade e, muitas vezes, provoca-nos identificação com o agressor: olho por olho, dente por dente!
Não há o que dizer, mas é preciso dar voz à dor, por mais indizível que seja.
Da mesma forma é necessário falar do ódio que nos invade a alma, da raiva que precisa ser externalizada.
Quando se pensa que o tecido social já está por demais apodrecido, eis que surge uma ferida maior.
Incurável?


Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
(Castro Alves em "Navio Negreiro")

08 fevereiro, 2007

CNPq não dá bolsa para ELE

O CNPq não aceitou Deus no seu quadro de pesquisadores, negando-lhe bolsa de produtividade, a CAPES também não o aceitou nos quadros de orientadores e professores de pos-graduação. Seu currículo, considerado fraco, o impede de disputar qualquer concurso nas universidades brasileiras.
As razões alegadas são conhecidas de todos os pesquisadores do país.

Vejamos por que Deus nunca chegará a ser professor titular de nossas melhores universidades ou pesquisador do CNPq:

1.Só tem uma publicação;

2. Essa publicação não foi escrita em inglês e sim em hebraico (apesar de traduzida para vários idiomas);

3. A referida publicação não contém referências bibliográficas;

4. Não tem publicações em revistas indexadas, ou com comissão editorial ou ainda com pareceristas;

5. Não tem nenhum trabalho citado no International Citation Index;

6. Há quem duvide que sua publicação tenha sido escrita por ele mesmo. Em um exame rápido, se nota a mão de, pelo menos, 11 colaboradores;

7. Há muito tempo não trabalha;

8. Dedicou pouco tempo ao trabalho de Criação (apenas 6 dias seguidos);

9. Poucos colaboradores Seus são conhecidos;

10. A comunidade científica tem muita dificuldade em reproduzir Seus
resultados;

11. Seu principal colaborador caiu em desgraça ao desejar iniciar uma linha de pesquisa própria;

12. Nunca pediu autorização aos Comitês de Ética para trabalhar com seres humanos;

13. Quando os Seus resultados não foram satisfatórios, afogou a população;

14. Se alguém não se comporta como havia predito, elimina-o da amostra;

15. Dá poucas aulas e o aluno para ser aprovado tem que ler apenas o Seu livro, caracterizando endogenia de idéias;

16. Segundo parece, Seu filho é que ministra Suas aulas;

17. Atua com nepotismo, fazendo com que tratem Seu Filho como se fora Ele mesmo;

18. Ainda que Seu programa básico de curso tenha apenas dez pontos básicos, a maior parte dos Seus alunos é reprovada;

19. Além das Suas horas de orientação serem pouco freqüentes, apenas atende Seus alunos no cume de uma montanha;

20. Expulsou os Seus dois primeiros orientados por aprenderem muito;

21. Não teve aulas e nem fez mestrado com PHDeuses;

22. Não defendeu teses de Doutorado ou Livre Docência;

23. Não se submeteu a uma banca de doutores titulares;

24. Não fez proficiência em inglês, alemão ou francês;

25. De mais a mais não existe comprovação de participação Sua em bancas examinadoras e de publicação de artigos no exterior...

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Referência: recebi por email e repasso. Descubro, perplexo, que eu também seria rejeitado... sniff...

07 fevereiro, 2007

Fog londrino sobre Beagá


BH sob neblina, originally uploaded by ClaudioCosta.

Em pleno verão, a neblina escondeu os edifícios e a paisagem de Belo Horizonte. Tempo bom para ler, ouvir música, tomar vinho ou uma cachacinha... Mas é dia de trabalho. Então, vamos à luta!

Será o efeito do famigerado efeito estufa? Os meteorologistas garantem que se trata de um fenômeno chamado 'zona de convergência boliviana'. Coisa do Evo Morales? Convergência socialista? Ou a ordem da natureza se alterou?


O certo é que há quase dois meses chove direto nessas minas gerais, com tréguas ínfimas a trazer esperança de céu azul. As estradas, já precárias, desmancham-se sob as águas; pontes caem e isolam cidades; barracos esboroam-se e, pior de tudo, quase 30 pessoas já morreram soterradas ou afogadas. No sul de Minas, todos já viram, algumas cidades foram soterradas por lama, após o rompimento da barragem de contenção de resíduos da Mineração Cataguazes, cujos efeitos atingiram municípios do norte do Rio de Janeiro.

Se não cuidarmos deste nosso planetinha, se cada um não fizer sua parte, em breve não haverá paisagem, pois não haverá quem olhe para os campos, as montanhas, os lagos, rios, pedras ou uma simples flor.

Update: O Dom Afonso deixou-me um dever de casa: responder ao Meme que foi iniciado pela Lúcia Mala. Trata-se do seguinte:


“Poste as 3 atitudes ecoconscientes que você praticou/pratica/pretende praticar na sua vida (ou na sua casa, no seu trabalho, no boteco, etc.) para melhorar a situação ambiental do planeta Terra.”

1. Aqui em casa sempre lutamos contra o desperdício (de água, de comida, de energia) e valorizamos o cuidado com a natureza: plantas, conversas sobre isso, observação durante viagens, etc. Convergência de horários para sair pro trabalho e voltar: um carro leva 4 de nós, pela manhã.
2. Por morarmos em apartamento (não numa cobertura luxuosa como a do Dom Afonso!!!) não é possível colocar energia solar: mas dá pra apagar luzes, reduzir o tempo de uso de chuveiro elétrico, máquina-de-lavar-roupa, passar roupas, etc. Já fui síndico e implementei um intervalo maior na lavação de áreas de garagem e estacionamento: antes, era semanal. Agora, mensal. (E não ficou mais sujo!)
3. Redução de uso de papel no trabalho: aproveitamento de folhas com erros de impressão, utilização de 'modo rascunho' na impressão de documentos, não utilização de ar-condicionado, verificação de registros de descarga em banheiros (o que se encontra de vazamentos em prédios públicos e residências é impressionante!).

Faça a sua parteE você? Já está fazendo sua parte?

03 fevereiro, 2007

Big Brother na TV Muro

Há 25km de Belo Horizonte, encontramos a cidade de Sabará. Foi importante na época da extração do ouro, tendo sido 'descoberta' pelo bandeirante Borba Gato. Atualmente, é referência na culinária mineira, com as iguarias preparadas com uma folhagem denominada 'ora-pro-nobis'.

Mas o assunto é outro. Transcrevo a reportagem do Estado de Minas:

Vestindo roupa nova, que ele garante ter sido confeccionada especialmente para a estréia do programa, Francisco Dário Santos, que agora é Chiquinho Mial (foto ao lado), abriu ontem à noite as transmissões do Muro Brother Brasil. Para garantir o sucesso da nova atração da TV Muro, ele espalhou câmeras pela casa onde vive com a mãe, Maria da Piedade, e convocou parentes, amigos da família e até o cachorro para entrarem no confinamento noturno – durante o dia, cada um tem de cuidar da sua vida.

Ontem pela manhã ele já havia percorrido a vizinhança divulgando o programa. Enquanto, no Big Brother da Globo, Pedro Bial convoca os telespectadores a darem uma “espiadinha”, Chiquinho Mial convida os “murospectadores” de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a darem “uma olhadinha no buraco do portão”. E Chiquinho avisa: enquanto o BBB 7 estiver no ar, a segunda edição do Muro Brother também será transmitida.

Os participantes da atração são Jorge Luís (editor da TV Muro), Thâmer Pimentel, Fabrícia Rodrigues, Jucélia Batista e as crianças Thayná, de 11 anos, Taís, de 8, e Sandy, de 7, além do cachorro Duque, vencedor da primeira edição do reality show, no ano passado. Dona Maria da Piedade também participa e, aliás, é ela quem decide quase tudo no Muro Brother. Aos 68 anos, a mãe de Chiquinho é a pessoa mais velha da casa e, por isso, é também a mais importante (quanta diferença para o Big Brother da Globo, não?). É ela quem resolve, por exemplo, quem é o “guardião”, que tem imunidade no “murão” – o paredão do Muro Brother. As crianças também têm prioridades: “Elas só podem ser eliminadas depois do terceiro murão”, explica Chiquinho.


As câmeras posicionadas na sala, na cozinha, no quarto que serve de estúdio para a TV Muro, no quarto de dormir e em frente ao banheiro foram todas doadas por pessoas que acreditam no sonho de Chiquinho e querem torná-lo mais real. Mas o grande patrocinador do Muro Brother é a fábrica de chupe-chupe de dona Maria da Piedade.

Há ainda uma sexta câmera, instalada junto ao telhado, com o foco virado para a rua, que Chiquinho chama de “câmera do povo”. É por meio dela que os “murospectadores” se comunicam com os confinados e até se vêem, fazendo festa e torcida pelos seus preferidos, na tela de um aparelho de TV posicionado em cima do muro da casa de Chiquinho. Na hora de votar, o público faz fila no portão. Explica-se: é que não há votação por telefone, mensagem de celular ou internet. Para cada candidato emparedado – ou seria “emurado”? –, é necessário dar um determinado número de batidas no portão da casa. O bike link – link de TV montado numa bicicleta que Chiquinho conduz pela cidade para entrevistar os conterrâneos – também ajuda a dar o termômetro da audiência pelas ruas de Sabará. “É como o De olho no Big Brother”, Jorge Luís compara.

O confessionário do Muro Brother é o banheiro. A câmera instalada em frente a esse cômodo foca os brothers que, sentados sobre o vaso sanitário, votam nos companheiros que devem ir para o paredão, ou melhor, murão. Mas ninguém é filmado enquanto usa o banheiro: a câmera fica do lado de fora e basta fechar a porta para que não se veja nada lá dentro. Triângulos amorosos, bebedeira e todas aquelas frivolidades do Big Brother também não estão na pauta. Dona Maria da Piedade é quem dita as regras por lá, se lembram? Mas quem acha que isso torna o programa morno, está muito enganado. Não vai faltar assombração para movimentar a atração. “Esta casa já foi uma fábrica de caixões”, Chiquinho avisa. “E vai ter muitos fantasmas aqui durante o Muro Brother, inclusive a ‘mulher do algodão’, que vai sair de dentro do banheiro.”


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Créditos:
Reportagem:Daniela Mata Machado.
Foto do "Chiquinho Mial": Cristina Horta

01 fevereiro, 2007

O segredo do poeta - Ungaretti -


SEGRETO DEL POETA

Solo ha amica la notte.
Sempre potrò trascorrere con essa
D´attimo in attimo, non ore vane;
Ma tempo cui il mio palpito trasmetto
Come m´aggrada, senza mais distrarmene.

Avviene quando sento,
Mentre riprende a distaccarsi da ombre,
La speranza immutabile
In me che fuoco nuovamente scova
E nel silenzio restituendo va,
A gesti tuoi terreni
Talmente amati che immortali parvero,
Luce.
Giuseppe Ungaretti - "La Terra Promessa"

Dr. Lucas Monteiro de Castro, neuropediatra e amigo, ensinou-me que não se "traduz" um poema sem trair o poeta. Propõe, em lugar da mera (e traidora) "tradução", o exercício (sempre perigoso) da "transcriação". Ajudado por ele, que me forneceu uma primeira tradução literal, além de primorosos comentários, aqui vai meu primeiro exercício:

O segredo do poeta

Somente à noite
Minha Amiga se revela
Em rapidíssimos instantes, não em horas vãs;
Dou-lhe a palpitar meu coração
Sem dela me distrair, jamais
(como me apraz)

Brilha quando a ausculto
Aprendendo a vê-la das sombras destacada
Reavivando em mim, mais uma vez, o lume;
Silenciosamente
Em gestos terrenos
- Tão amados quão imortais -
Reluz!
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PS1 - Allan poderia sugerir uma tradução melhor...
PS2 - Photo by Cláudio Costa