16 dezembro, 2008

Me engana que eu gosto

Reza a lenda que nós, mineiros, vendíamos bondes elétricos aos cariocas e paulistas interioranos. O gajo adquiria o trambolho que chocoalhava na novel capital das Alterosas, mas jamais o levava pra casa.
E os mineiros ricos e bobos que compraram dos cariocas o morro do Pão de Açucar? Não comeram nem mesmo os brioches da Confeitaria Colombo.
Há terráqueos que adquiriram terrenos na Lua, desde que um sujeito esperto a registrou como propriedade particular.
No aeroporto de Brasília vi, com estes olhos que um dia a terra há de comer, ampolas contendo "ar de Brasília" vendidas em lojas de lembranças. Na época, custavam R$ 5,00 a unidade. Pois havia turistas que compravam várias!
Alguns inconformados com a aproximação da morte desembolsaram milhares de dólares para que fossem congelados pelo tempo necessário à descoberta da cura de suas doenças: esperam acordar fresquinhos, lampeiros e saltitantes, após reaquecidos da hipotermia. Pelo menos não ficarão ardendo no fogo do inferno, já que repousam no freezer.
Ao me olhar no espelho, vejo um sujeito com cara de bobo que mantém o despertador 20 minutos adiantado pra não perdar a hora!!!

Eduardo Giannetti escreveu sobre este tal de auto-engano: auto-engano é muito bom e talvez indispensável para nos sustentar neste vale de lágrimas, expulsos que fomos do Éden, após sucumbirmos às vãs promessas de uma serpente esperta. Falácias nos arrebatam, promessas elegem candidatos e fantasmas nos assombram.
Viver de ilusões e praticar a máxima "me engana que eu gosto" é tão velho quanto o salto evolutivo de macaco a homo sapiens (sapiens?). Há dois posts anteriores, quase acreditei na matéria do Estado de Minas, eu lá estampado na capa, casal vinte posando de celebridade (hehehe).
Toda essa falação aí é para recomendar este post do Milton Ribeiro: um time gaúcho comprou o nome de uma estrela da Constelação de Orion!