26 dezembro, 2010

Igrejinha da Pampulha


Mesmo sob chuva, ao longe, a Igrejinha da Pampulha, obra de Niemeyer, com afrescos e Via Sacra de Portinari, é uma beleza. [Foto by Cláudio Costa.]
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Fotos obtidas da janela do carro, às margens da Lagoa da Pampulha, Belo Horizonte-MG.

Biscoitos natalinos


Biscoitos natalinos, upload feito originalmente por ClaudioCosta.
Do caderno de receitas testadas da Amélia

Biscoitinhos Decorados
Rendimento: + ou – 60 biscoitinhos.

Ingredientes:
- manteiga para untar
- ½ xícara (125g) de manteiga
- ½ xícara (100g) de açúcar
- 1 ovo batido
- ¾ de xícara (50g) de coco ralado
- 1 e ¾ de xícara (250g) de farinha de trigo
- 1 pitada de sal
- 1 colher (chá) de essência de baunilha
- ½ colher (chá) de fermento em pó (Pó Royal)
- farinha de trigo para polvilhar

Glacê (para decorar):
- 1 xícara (200g) de açúcar de confeiteiro
- 3 colheres (sopa) de suco de limão

Modo de fazer:
Bater na batedeira: manteiga, açúcar, até ficar cremoso.
Juntar o ovo batido e essência de baunilha.
Bater até obter uma mistura homogênea.
Juntar o coco ralado, a farinha de trigo, o sal e o fermento, trabalhando a massa com as mãos até ficar macia.
Abrir a massa com um rolo de cozinha até atingir 3mm de espessura, numa superfície polvilhada com farinha de trigo.
Cortar a massa com os cortadores em formas variadas, e dispor em assadeiras untadas com manteiga.
Levar ao forno pré-aquecido (temperatura média, 180 ºC) por aproximadamente 15 minutos ou até ficarem dourados.
Após assados, retirar os biscoitos e deixá-los esfriar preferencialmente sobre uma grade.
Enquanto isso, preparar o glacê (colocar o açúcar e o suco de limão numa tijela e bater com uma colher até obter uma pasta. Pode-se contornar os biscoitinhos com o glacê utilizando-se de saquinhos de plástico com pequeno corte numa extremidade ou simplesmente cobrir todo o biscoito com glacê. Outra sugestão é banhar os biscoitos até a metade, com cobertura de chocolate derretida em banho maria.
Para conservar os biscoitos, utilize latas bem fechadas, por até 2 semanas.

16 dezembro, 2010

A um passo da (in)felicidade

Copiei e colei (o que não gosto de fazer, mas... fazer o quê?



Se pensarmos bem, nos esforçamos mais para sermos infelizes do que o contrário. Nos apegamos e nos conformamos com atitudes que não nos levam para um caminho mais feliz, mais alegre, melhor. O óbvio precisa ser lembrado.
P.S. Não tenha como regra, apenas NÃO FAÇA!
75 maneiras de ser infeliz:
1. Viver no passado.
2. Se obcecar com o futuro.
3. Reclamar dos problemas em vez de resolvê-las.
4. Medo e resistência a mudanças.
5. Trabalhar muito, fazer o seu melhor e, em seguida, condenar-se por não alcançar a perfeição.
6. Se menosprezar.
7. Estar com pessoas que te menosprezam.
8. Tentar controlar tudo e depois se preocupar com as coisas que você não pode controlar.
9. Mentir para si mesmo e aqueles à sua volta.
10. Fazer a mesma coisa o tempo todo.
11. Ser preguiçoso e seguir o caminho mais fácil.
12. Sentir raiva. Nunca perdoar.
13. Querer estar sempre certo.
14. Sempre achar que os outros são mais bem sucedidos.
15. Deixar pequenos problemas se transformarem em grandes problemas.
16. Nunca aprender algo novo.
17. Nunca assumir a responsabilidade pelas suas ações.
18. Culpar todos ao seu redor.
19. Não pedir informações e não fazer perguntas.
20. Não deixar ninguém lhe ajudar.
21. Desistir quando as coisas ficam difíceis.
22. Não confiar em ninguém.
23. Dormir pouco todas as noites e se convencer de que isso é suficiente.
24. Nunca se desfazer daquilo que não tem utilidade.
25. Dizer “sim” para todos.
26. Tentar ser amigo de todo mundo.
27. Querer fazer tudo de uma vez.
28. Nunca passar algum tempo sozinho.
29. Não ajudar os outros a não ser que você precise. Fazer somente o que te trás benefício.
30. Estar com pessoas que reclamam de tudo.
31. Pensar naquilo que você não quer que aconteça.
32. Ter medo das coisas que não entendemos completamente.
33. Não se considerar bom o suficiente a não ser que alguém te diga isto.
34. Levar a vida muito a sério.
35. Passar a vida trabalhando com algo que não apaixonado.
36. Focar em problemas.
37. Pensar em tudo que você não tem.
38. Ler muitas notícias deprimentes.
39. Estabeleçer metas arrojadas para si e nunca fazer nada para alcançá-las.
40. Nunca fazer exercício.
41. Comer somente porcarias.
42. Nunca se importar com sua saúde.
43. Viver em torno do dinheiro.
44. Gastar mais do que você ganha e acumular dívidas.
45. Não falar o que você pensa. Não pensar o que você fala.
46. Fazer cara-feia o tempo todo.
47. Nunca contar a ninguém o que sente ou o que você está pensando.
48. Garantir que tudo que você faça tem que impressionar alguém.
49. Se colocar em segundo plano.
50. Fazer o proplema das outras pessoas os seus.
51. Fazer alguém se sentir mal consigo mesmo.
52. Assistir TV por várias horas todos os dias.
53. Apostar com freqüência.
54. Ficar no mesmo lugar. Não viajar.
55. Não se divertir, só trabalhar.
56. Não ter hobbies.
57. Perder seus contatos próximos.
58. Não terminar o que começou.
59. Levar tudo pro lado pessoal.
60. Usar várias drogas. Beber muito álcool.
61. Nunca dizer “desculpa”. Nunca dizer “eu te amo”.
62. Não se esforçar em nada.
63. Sempre eseprar até o último minuto.
64. Sempre achar que você tem direito a tudo.
65. Deixar os outros decidirem por você.
66. Lembrar-se dos insultos. Esqueçer os elogios.
67. Deixar tudo debaixo do tapete.
68. Depender dos outros para tudo.
69. Não planejar.
70. Não sonhar.
71. Não pensar no futuro.
72. Sempre desconsiderar as opiniões e sugestões alheias.
73. Fazer promessas que não pode cumprir.
74. Não tomar decisões.
75. Apenas ir, ir e ir. E nunca parar.

-Texto traduzido e adaptado do original 75 ways to stay unhappy forever.

28 novembro, 2010

O todo e as partes

Assim escreveu Dr. Marcos Klar, psiquiatra e psicanalista:

Primeiro movimento. Allegro giusto.

Palavras nascem em opostos.
O que se conhece se conhece por ter diferenças quanto ao que se preconcebeu ser.
Palavras nascem gêmeas não idênticas, sexos diferentes.
Uma coisa é a multidisciplinaridade.
Que se opõe à unidisciplinaridade.
Outra é a interdisciplinaridade.
Contraposta à ideologia.
Causalidade contraposta a efeitos formais.
Não se perguntar: de onde veio isso?
Mas: o que fazer para evitar ter de passar por isso de novo?
A interdisciplinaridade responde;
A Medicina separa joiosos e trigosos.
Há o risco grave e o risco baixo.
Há profissionais da saúde que não são habilitados a atender em alto risco.
(risco estatístico de morte associada a diagnósticos médicos)
Há locais sem condições para emergência,
sendo mais asilos ou parques que
propriamente hospedagem para amparar tecnologicamente
de modo moderno
quem está á beira de uma grande
encrenca.
E qual a realidade das grandes encrencas na Psiquiatria?
Parecem grosseiras como uma fratura exposta?
Ou uma traiçoeiramente discreta concussão cerebral?
Médicos!

Segundo movimento. Adagio mesto.

A Ciência, em verdade, não é ciência pura, 
pois é infectada pela Política,
que decide na base do vulgo
o quê é melhor que o quê, em curto prazo
mas a Medicina,
que nada mais é que 
uma arte moral,
que atos e
palavras
se equivalem;
pois que vale é o consolo;
aí, nasceu a medicina das palavras,
a psicoterapia, a psiquiatria,
a iatrogenia psicológica.

Há um saber necessário,
a todo mundo, na verdade,
mas fundamental aos psiquiatras
e muito importante aos demais colegas de psicoterapia lato sensu.

Há o saber médico da mente
Que às vezes foge à intuição comum,
E magoa mais que o câncer,
Machuca mais que o trauma,
Desespera mais que a peste.
La maladie mentale.

Terceiro movimento. Andantino casi allegretto.

Saúde Mental é uma coisa.
Doença mental, outra.
Saúde natural é fortuita. 
Saúde, certeira mesmo,
é cuidados salutares.
É ato humano, não sorte ou 
algo só espontâneo.

Saúde Mental não pode ter o sentido falsamente generalista
que borras as fronteiras entre as diversas disciplinas e enfraquece seus conteúdos
[tirar diferenças é dessaber]

Firmar bem as diferenças entre as áreas distintas,
não áreas dentro da pessoa estudada
mas nos princípios e nos meios.
E mesmos fins, respeitadas as diversidades.
Essa é a interdisciplinaridade.
Onde quem decide o que é prioritário é o médico
(pois não só envolve conhecimento necessário,
mas atitude necessária diante dos estados de alto risco)
É decorrente do modelo médico.
(biotecnológico)

A cruel e injusta multidisciplinaridade
amontoando pessoas, minimizando o saber,
pela tirânica exclusividade falsamente humanitária
de 'acolhimento-e-inclusão'.
Destruindo o especializado,
pelo minimalismo pragmático
ideológico,
Rosa de Hiroshima.

... decorrentes de uma atitude puramente oligárquica
que tolhem do pacientes
 o direito pétreo de ter algum futuro.

Só o ato terapêutico médico,
tem a capacidade real de extrair o prognóstico,
não livros de diagnósticos médicos legíveis a leigos.
Voltemos a alguns milhões de anos atrás.

15 outubro, 2010

Sobre a Escola (Entrevista)

Eis as respostas que ofereci a uma jornalista de uma rede de escolas daqui de BH. Dirigiu-se a mim com o seguinte tema: 
- Gostaria de entrevistá-lo. A ideia é falar um pouco sobre a responsabilidade dos pais na escolha da escola e também sobre a importância da troca de expreiências entre os pais dos alunos, uma vez que hoje, muitas vezes, os grupos familiares são pequenos.

- O momento da escolha da escola muitas vezes gera uma insegurança dos pais em relação aos seus próprios papéis.
Realmente é momento de angústia, pois a sociedade atribui um valor muito grande (não sem razão!) ao processo de inserção dos filhos no mundo da cultura. A saída do círculo familiar para espaços cada vez mais amplos se inicia com a escola. 
No primeiro momento, a função dos dispositivos escolares é muito mais desenvolver as capacidades de convívio social iniciadas já dentro do pequeno mundo familiar.   A escola descobrirá, muito cedo, que grande parte das dificuldades infantis expressam as dificuldades dos pais. Há um aforisma psicanalítico que diz: 'a patologia da criança é expressão da patologia parental'. Isso é muito pesado e não deve ser entendido como uma culpabilização dos pais, mas um reconhecimento de que todos somos imperfeitos e, por isso, a "entrada" no mundo social exigirá o polimento de muitas arestas.

Por que é importante para as crianças que os pais consigam fazer essa escolha? O que eles devemos procurar passar para os filhos nesse momento? Que fatores devem ser levados em conta nessa escolha?

Em função das considerações anteriores, pode-se deduzir que a escolha da 'escola ideal' refletirá convicções e expectativas de cada família. Na verdade, creio que muito poucas famílias têm condições de 'realmente' escolher, pois há enormes limitações para a maioria da população, sejam de ordem socioeconômica, sejam de ordem geográfica e até mesmo de oferta. É preciso lembrar que nosso país carece de uma rede completa de ensino e será sempre um privilégio poder escolher. Há situações limites em que o simples fato de uma escola oferecer merenda já se constitui como razão para enviar os filhos!
 
- Qual o papel da escola na hora de assessorar os pais?

Se a escola se coloca como extensão do processo educacional iniciado pela família, a primeira coisa que deve ficar claro é aquilo que se poderia chamar de 'filosofia da educação' praticada pela instituição. Não é fácil definir essa filosofia, já que há fatores inconscientes que a influenciam, fatores mercadológicos e ideológicos. Deve ser bem claro para os pais que a escola não é o substituto da família no processo educacional, mas uma extensão que permita os aportes de conhecimento e de ferramentas para se adquirir mais e mais conhecimento.
Assim como a família, a escola participa do processo de educação. Se buscarmos a origem da palavra educar, veremos que se trata da junção do prefixo latino ex- ao verbo ducere, significando "conduzir para fora". Como assim? Para fora de que? Educar é retirar o filhote do ser humano do mundo da natureza, das necessidades, da dominação instintiva e introduzí-lo no mundo da cultura, da construção, do esforço pelo crescimento, no domínio da linguagem, etc. Não é tarefa simples nem fácil, a ponto de o próprio Freud, criador da psicanálise, ter dito: "Educar, governar e psicanalizar, três tarefas impossíveis, mas que não podemos deixar de fazer!".
Por isso, a grande função do Educador se assemelha à função do Pai, que é mostrar à criança a necessidade de controlar os próprios impulsos, um preço que se paga para entrar na cultura, no convívio social. Daí se deduz que a escola não pode ser apenas um lugar de transmissão de conhecimentos científicos, mas também um lugar de conscientização, sociabilização, responsabilização. Há também uma dimensão política: formação para a cidadania, para o respeito às diferenças, para a sustentabilidade.... é muita coisa!


- Atualmente, os grupos familiares muitas vezes são pequenos e os pais se veêm sem o apoio até do grupo familiar de origem. A turma da escola, os outros pais, podem ajudar a compor essa família? Em que sentido? A formação desse novo grupo social é importante, por exemplo, para que os pais possam trocar experiências sobre a educação dos filhos? E de que maneira a formação dessa rede pode ser positiva para a criança?

No meu entender, a escola deveria ser o centro catalizador das experiências de sociabilização das crianças e adolescentes, da interação familiar, da comunidade. Se bem observarmos, os prédios escolares costumam ser os mais amplos dos bairros, principalmente na periferia. Há grandes espaços ociosos disponíveis em fins de semana e à noite. Fica tudo fechado, como se a escola fosse apenas um estabelecimento comercial, só funcionante em dias úteis. Há as quadras, há salas, computadores. Imaginemos toda esta infraestrutura funcionando como catalizador de ações comunitárias! O país seria outro. Mas, para que tal aconteça, será necessário um enorme avanço na interação entre pais e escola e, ora vejam,  de certo grau de democracia institucional, o que não é nada fácil.

04 julho, 2010

Bairro Santa Lúcia-Belo Horizonte-MG (Photo by Cláudio Costa)
Muito já se disse sobre a localização geográfica de Belo Horizonte. 
Atribui-se à Serra do Curral, aquelas montanhas ao fundo da foto, a capacidade de proteger a cidade de uma possível onda de poeira radioativa, caso o sul do país fosse bombardeado com bombas atômicas! Quanto ao clima, realmente é muito bom - ou melhor, era ameno até chegar desenfreada verticalização. Mas, no geral, devido à altitude média de 900m, conseguimos noites amenas quase todo o ano.
Também se critica muito o traçado quadriculado da malha urbana, que se impõe desde a fundação, independente dos vales e morros. Acontece de nos depararmos com ruas interrompidas por barrancos intransponíveis, ladeiras íngremes e a sucessão de vales e montes: aos poucos, implantaram-se avenidas nos vales, acompanhando o curso de riachos que descem das serras, agora canalizados e recapeados, que nem mesmo os habitantes conhecem. De quando em vez, uma tempestade mostra a realidade: transbordamentos, destruição, barro.
A foto do Bairro Santa Lúcia, aí em cima, mostra a recente expansão morro acima, região sudoeste da cidade, próximo aqui de casa. Lá no alto já temos o Belvedere, onde fica o mais famoso shopping (BH Shopping) e a saída para Nova Lima e Rio de Janeiro (BR-40). Embaixo, São Bento e Barragem Sta. Lúcia. A encosta, íngreme, foi loteada e os prédios já brotaram, da noite para o dia...
Há muito o que mostrar desta cidade que me acolheu. E muito para você ver.

27 junho, 2010

Domingo na praça

Dei uma passadinha na Praça da Liberdade, agora há pouco. Pretendia ver uma feira sobre 'qualidade de vida', algo assim e, de lambuja, assistir ao Marcus Viana com show programado pras 18h.
Não vi nem uma nem outro: a feira estava já com stands desativados enquanto Marcus e banda não compareceram. 
Explicou-me um rapaz da produção que, na sexta-feira, com o grupo pronto pra iniciar a apresentação, o Corpo de Bombeiros interditou o espetáculo. Não soube explicar-me o motivo, mas tanto o público quanto o Marcus ficaram putos da vida. Dou-lhes razão, a não ser que estivesse a jorrar gasolina das fontes luminosoas  e os fumantes jogassem cigarros em brasa nas águas murmurejantes (nunca as vi murmurejar, mas é assim que se diz, não?).
Tempo agradável e ambiente festivo animaram-me a caminhar sob as palmeiras imperiais da alameda central, aquela que termina defronte ao Palácio da Liberdade. Estava iluminado, bem assim:
Palácio da Liberdade-BH (Photo by Cláudio Costa)


O palácio já não é mais a sede do governo de Minas, desde que o ex-governador inaugurou seu legado aos pósteros, a Cidade Administrativa, projetada por Niemeyer. Fica na região norte, às margens da rodovia BH-Confins, onde está o Aeroporto Tancredo Neves, mais conhecido como "o de Confins". 
Passei por lá outrodia. Fiz uma paradinha estratégica no acostamento, saquei da SonyN1 e cometi esta foto aqui:
Cidade Administrativa-BH (Photo by Cláudio Costa)
Como se vê, ao estilo neo-clássico sucedeu o moderno, embora a política em Minas seja mais barroca e tinhosa.
Não seria necessário, porém, uma distância de 10km entre a Praça e a Cidade Administrativa para que o neoclássico se contrastasse ao moderno. Ali mesmo, ao lado do Palácio, Niemeyer marcara sua presença há mais de 50 anos, quando nos deixou o edifício onde o avô do mesmo ex-governador que mandou edificar a tal Cidade. Hoje mesmo, o edifício estava assim:
Praça da Liberdade-BH (Photo by Cláudio Costa)

Como vês, foi um passeio sem feira e sem música, mas rendeu as fotos e este post. O melhor, talvez, tenha sido a chegada em casa, quando tomei um café-au-lait com bolo de banana, aveia, passas  e castanhas, confeccionado pela doce Amélia:
Bolo de Banana com aveia, passas, frutas secas, by Amélia (Photo by Cláudio Costa)

09 junho, 2010

Coisa com coisa

Trecho de "Carta à Igreja Católica", escrita pelo prof. João de Freitas, publicada hoje no Estado de Minas, pág. 11:
A razão desta carta não é o orgulho vão, sim a certeza de que a verdade é a única capaz de salvar os tempos atuais, nas mãos do cientista moderno, cuja ignorância é bem maior do que a Via Láctea. Sei que provoco estranheza imensa ao ver ignorância no cientista, exatamente em que todo mundo vê sabedoria e poder comparáveis aos de Deus. 
Nada obstante, repare-se bem. No mundo, só as coisas têm o poder de agir, somente elas fazem. Quando Deus ou o homem diz que fez algo, está dito que uma coisa foi usada para fazê-lo (a notar que o corpo humano é coisa, nas mãos do homem). Sendo mais exato: só coisa faz; e coisa só faz coisa; neste mundo, toda coisa vem de outra. O cientista não sabe o que a coisa é. Mas, pela ciência e pela técnica, sabe como a coisa é (constituição), e o que a coisa faz tal que nem coisa, podendo fazer coisa e o que coisa faz: pode fazer coisa que destrói ou congela, e destruir ou congelar; pode fazer coisa que mata ou cura, e matar ou curar. Ora, não sabendo o que coisa é, e agindo exatamente como coisa age, o cientista parece coisa, ignorância maior do que firmamento. Acresce que na percepção, diante do que a coisa é (ordem), vemos o que nós somos (fim). E o cientista e o vulgar (opinião pública) fica sem saber se ele é o que as coisas são (Jacques Monod, Prêmio Nobel), ou se as coisas são o que ele é (Konrad Lorenz, Prêmio Nobel), prevalecendo aquela opinião (Jacques Monod), baseada no concreto, extenso, positivo, experimental.

06 junho, 2010

O "velho" Mineirão

- O Estádio Magalhães Pinto, conhecido palco das vitórias e derrotas do Clube Atlético Mineiro, conhecido aqui e alhures por Mineirão, está no fim.
- No fim? Explica isso.
- Módefalá, rapaz. É que vai ser "totalmente" reformulado pra Copa de 2014. Com isso, ficarão as imagens gravadas em minhas retinas tão fatigadas (salve, Drummond!).

Segundo prometem, vai ficar assim. (Clique no link).

03 junho, 2010

Transtorno Bipolar de Humor

Entrevista minha, hoje pela manhã, na TVGlobo-Minas, jornal Bom Dia Minas. Tarefa impossível: falar "tudo" sobre Transtorno Bipolar de Humor em 4 minutos e 59 segundos!


Abaixo: Aula sobre diagnóstico diferencial entre TDAH e Transtorno Bipolar de Humor em Crianças e Adolescentes (Apresentada em Congresso Brasileiro da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil-ABENEPITdah x t bip (abenepi)

02 maio, 2010

Panorama à noite


BH at night, upload feito originalmente por ClaudioCosta.
Durante o jantar à noite, em casa de grande amiga, juntamente com outros amigos, dirigi-me à varanda para apreciar a paisagem. Estávamos no 17º andar de um edifício ali na Rua Ceará, quase Bernardo Monteiro.
A visão abrange desde o alto da Raja Gabaglia até os limites da Pampulha, sentido noroeste.
No cardápio: risoto de frutos do mar.

04 abril, 2010

Pra ser sincero...

Há cada dia mais e mais gente repete o bordão e suas variáveis:

- com toda a certeza; pra ser sincero; pra dizer a verdade; na verdade; etc.

Virou um vício ou é mesmo aquilo que penso ser?

Bom, penso que sempre começar uma frase assim indica que meu interlocutor não tem lá muita certeza de nada e utiliza a fórmula tentando esconder isso (talvez inconscientemente, concedo).

É comum diálogos deste tipo:

- Ontem fui a um restaurante excelente!

- Bom demais?

- Na verdade, acho que dei sorte, porque na semana passada não estava lá essas coisas.

De início, o cara afirma que o restaurante é excelente. Quando vai explicar, relativiza e bota um na verdade que indica, claramente, que o restaurante não é tão excelente.

Aí, me pergunto:

- Será mentira? Quer me enganar? Não sustenta o que diz? Tem medo do confronto, da opinião contrária, da decepção? Não quer se comprometer?

Acontece, também, quando elogia ou detrata alguém. Os primeiros adjetivos são fortes, definitivos. Nas explicações, porém, vão enfraquecendo, enfraquecendo até, às vezes, se substituírem pelo seu contrário. Parece engraçado, mas é irritante.

A gente vê isso nas entrevistas de TV, nas conversas de bar, até mesmo no consultório. Neste último caso, raramente deixo passar e faço o meu interlocutor refletir sobre o artifício que se impõe, automáticamente, a cada pausa para respirar (isso quando já percebi que é uma marca registrada do discurso dele).

Da mesma forma, a expressão "com certeza" surge quando o que menos se tem é certeza, já repararam? Parece que é induzida pelo outro, mas o seguimento do discurso mostra que se trata de uma opinião, de um gosto ou juízo pessoal ou, absurdo, prova de incerteza! Ele supõe, acha, pensa que.

Quando se trata de opinar sobre algo que mexe com as paixões, aí os adjetivos e advérbios se tornam absolutos e definitivos. Tem-se certeza de que o juiz roubou, que o outro motorista é que estava errado, que o guarda de trânsito foi parcial...

Pois é isso: cuidado com pessoas que têm certeza de tudo, pois, com certeza (!), escondem de si e do outro sua própria ignorância. 

[Há ainda aqueles que começam a responder sempre com um 'não', mesmo que queiram dizer sim. E os que iniciam toda frase com um 'bem', mesmo que pretendam discordar. Sem falar nos que concordam para discordar, ao dizer: 'sim... mas...']

Com certeza, temos muito assunto. Ou não?

01 abril, 2010

Revelação


Meu pai (Soié, 86 anos) finalmente revela o maior segredo de sua vida.
(Clique AQUI para descobrir) 

07 março, 2010

Trilhas mineiras

 
O sábado foi especial: meu amigo Sérgio convidou-me a uma trilha jipeira. É o tipo de programa que me dá muito prazer.
Há algum tempo fomos a Matutu, próximo a Aiuruoca, nas encostas sul-mineiras da Serra da Mantiqueira. 
A Serra da Moeda e as colinas de Nova Lima também já trilhamos, comendo poeira, varando túneis abandonados e embrenhados sob a copa das árvores. 
É difícil descrever a alegria proporcionada pela descoberta de paisagens quase inacessíveis, lindas em sua intocada natureza. Há, igualmente, a adrenalina de vencer a rusticidade das trilhas, pedras, cavacos, buracos, vossorocas, subidas e descidas tão íngremes a desafiar a capacidade do jipe e os nervos do motorista.
Desta vez, o trajeto foi relativamente curto, programado pelo Caminho das Pedras, que o denominou de Passeio Cultural:  Passeio com grau médio/ baixo passando por  trilhas, matas e montanhas, pela região entre BR-040 e Fidalgo.

     Assim, deixamos a rodovia BR-40 (BH-Brasília) pouco antes de Sete Lagoas, em direção à Cachoeira do Urubu, recanto tão bonito quanto escondido. A paisagem é bem rústica, pontuada por pequenos 'ranchos', córregos, áreas de reflorestamento e pastos. Às vezes, serpenteamos sob a copa das árvores. Não faltaram obstáculos, a ponto de termos ficado uns 40min à espera da liderança descobrir um caminho "trilhável" (aconteceu que um proprietário de terra cercou a trilha...).
Ao lado da Cachoeira do Urubu, um comerciante criou um espaço bem arrumado, com gramado, quadra de futebol e um restaurante. Disse que recebe muita gente em fins de semana ensolarados, de dezembro a maio. Lazer bom e barato. 
Ontem, os jipeiros éramos os únicos presentes, pois amanhecera nublado e a terra molhada denunciou a chuva que caíra até poucos momentos antes de nossa chegada.
A pausa foi breve, pois muito chão nos esperava.
Até Pedro Leopoldo foi um pulo só, 9 quilômetros vencidos rapidinho, por asfalto. Chegamos ali por trás da estação ferroviária. Lá do alto vislumbrei o prédio onde mora meus tios e minhas primas. 
Atravessamos PL, tomamos a antiga estrada BH-Brasília e derivamos à direita, em busca da Fazenda JagoaraVelha, no município de Matozinhos-MG. É uma antiga fazenda da colonial, tendo as ruínas de uma enorme igreja bem ao lado da sede. A pousada é convidativa, mas o tempo urgia e... pé na estrada!  Há grande contraste entre aquela paisagem colonial em ruínas e algumas sedes de fazendas modernas, com plantações de milho e feijão, além de alguns haras muito bem cuidados.
Já Fidalgo, distrito de PL, é um distrito em franca evolução, apesar de antigo. Mantém alguns exemplares de casario colonial, esparsos, substituídos que foram por construções atuais, geralmente simples. Suas ruas tortuosas escondem casas de veraneio, entrevistas enquanto o comboi passava.
Chegou a hora do almoço (já às 15,30h), no restaurante Cheiro da Terra: local simples mas de comida típica mineira, na qual não faltou o feijão-tropeiro. Jardins e estacionamento margeando pequena lagoa, cuja foto encima este post.
Assim se passou o sábado, bem arrematado pelo discreto Galo 1x0 Democrata.
Muito mais fotos AQUI.

22 fevereiro, 2010

- Não é bem isso o que eu queria dizer...

Alguns estudiosos da linguística defendem que o sentido das palavras só existe na medida em que há uma contraposição, uma diferença, uma outra possibilidade, uma particularidade. Nomear é diferenciar.


Parece estranho, mas não é. Toda afirmação existe em oposição a uma não-afirmação, mais especificamente a uma negação.

Muitos devem se lembrar daquele bebê da Família Dinossauro que invocava o papai Dino como
"Não-é-a-mamãe". O "pai" só aparece por ser outro que não a mãe.

Aprendemos com René Spitz em seu livro
"O não e o sim" (No and yes. On the Genesis of Human Communication. International Universities Press, Inc. New York, 1957) que a primeira palavra com sentido semântico pleno utilizada pela criança é o NÃO, embora muitos pais e mães se encantem com os balbucios de seu filhote (papá, mamã) e disputem qual deles foi primeiramente nomeado.

O conversar comum, cotidiano, progride e se prolonga através de mal-entendidos, desmentidos e correções, logo seguidas de novos dizeres, cada vez mais necessários: "Não é bem assim", "O que eu queria dizer mesmo é...", "Você não entendeu direito", "Exatamente o que aconteceu?", "Quando falei tal coisa, é porque...", "Como assim? Explique melhor"...

Neste pequeno texto que estou escrevendo, cada parágrafo procura reforçar o anterior,
re-afirmar a idéia, prevenir possíveis distorções no entendimento, convencer pela repetição, demonstrar o que foi dito, etc. A linguagem, definitivamente, é capenga e insuficiente para dizer tudo...

Já em 1901,
Freud publicou um delicioso artigo, intitulado Psicopatologia da vida cotidiana (Psychopathology of everyday life), no qual aborda o tema dos atos falhos.

O conceito de ato falho (Fehlleistung, em alemão) não constava nos manuais de Psicologia e foi inventado por Freud. Na tradução inglesa, traduziu-se como parapraxis (parapraxia, em português).

[Parapraxia, segundo o Houaiss, é um termo originado diretamente do grego, pela justaposição do prefixo "par(a)" com o substantivo "praxis" = ação. "Par(a)" tem muitas acepções: 1) 'proximidade': parágrafo, paraninfo, paratireóide, parenteral, parêntese, parótico, parótida; 2) 'oposição': paranomia, paradoxo; 3) 'para além de': parapsicologia, parapsíquico; 4) 'defeito': parafasia, paralexia, paramimia, paramnésia, paraplegia; 5) 'semelhança': parastaminia, parastêmone, parastilo].

Na tradução brasileira das Obras Completas de Freud (Edição Standard, Editora Imago), encontramos a expressão ato falho, que pode ser, por exemplo, o esquecimento de algo importante, de um nome, o desvio em um trajeto predeterminado, a troca de palavras, etc. Distingue-se do erro comum, fruto da ignorância, imperícia ou conveniência. Ao cometer um ato falho, ninguém pode dizer "Eu não sabia" nem é possível renegá-lo: cai-se o véu, desvela-se algo oculto.

Os atos falhos são também conhecidos como lapsos (do latim, lapsus = escorregar, escapar) , aparecendo em compostos:
  • lapsus linguae = erro acidental ao falar, que altera o sentido que se pretendia dar à frase e que é interpretado (por influência da psicanálise) como expressão de pensamentos reprimidos;
  • lapsus calami = erro acidental ao escrever (do latim, calamus = caneta, pena com que se escreve);
  • lapsus memoriae = falta de lembrança; recordação defeituosa ou inexata.
A descoberta freudiana do significado dos atos falhos é tão importante quanto sua teoria acerca da Interpretação dos Sonhos.

Elementos dos sonhos e das parapraxias são indicadores de que existem conteúdos inconscientes, reprimidos, que
saltam à luz por uma falha nas defesas do sujeito. Portanto, são um caminho privilegiado para o entendimento da vida psíquica normal, assim como as descobertas anteriores permitiram a Freud teorizar sobre as neuroses.

Psicopatolgia da vida cotidiana foi muito valorizado pelo criador da Psicanálise pois, segundo ele, "seria imune a objeções, já que os atos falhos eram fenômenos experimentados por qualquer pessoa normal".

O artigo é muito interessante, tem uma linguagem clara e acessível, ilustrada com uma série infindável de exemplos. Há o orador que, ao abrir uma sessão solene, diz: "Tenho muito prazer em
encerrar esta sessão!", deixando evidente seus desprazer em estar ali.

A tese central de Freud é que os atos falhos, incluindo-se os lapsus linguae, são determinados por elementos que o sujeito não pretendia enunciar e seu significado oculto só aparece justamente na hora em que escapa ao controle da repressão. Assim, no velório, o cunhado diz para a viúva: "Meus parabéns", ao invés de dizer: "Meus pêsames". São eventos tão comuns e óbvios, por isso Freud os inclui como exemplos da psicopatologia da vida cotidiana.

O enunciante é surpreendido pelo que acaba de falar. Pode até ocorrer que ele não perceba, mas o interlocutor não deixará passar em branco. Pode provocar risos ou desconcerto, dependendo do conteúdo
revelado.

O conceito de ato falho já caiu no domínio do senso comum. Tanto assim que o próprio Presidente Lula, se interpretou, ontem pela manhã, durante entrevista, conforme divulgado na TV e
jornais:

"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje de manhã, em entrevista coletiva a nove emissoras de rádio, que irá "sim disputar as eleições" em 2006. Depois, corrigiu a informação, negou que já tenha se decidido pela reeleição, e disse ter cometido "um lapso". "Na verdade, a intenção era dizer se eu for para a disputa", esclareceu. Ele assegurou que não tem pressa de decidir sobre a reeleição."

Ao negar o que dissera, provoca apenas riso e descrença. Insiste: "na verdade, a intenção era...". Mas se ele mesmo reconhece um lapso, então deve saber que o dito escapou, era algo reprimido, mas escapou! Ou seja, quando diz sim, querendo dizer não, o que vale é o sim! Vale o dito.

Belo Horizonte's sunset

Sunset 
Foto obtida hoje, 21.fev.2010. Photo by Clcosta.

17 fevereiro, 2010

Dois lobos?

Certo noite, um velho índio Cherokee falou a seu neto a respeito da batalha que se trava dentro de todas as pessoas.
Ele disse:
- Meu neto, existe uma batalha dentro de todos nós.
Um é mau: é a raiva, inveja, ciúme, tristeza, arrependimento, a cobiça,
arrogância, auto-piedade, culpa, ressentimento, inferioridade, mentiras, falsas
orgulho, superioridade e pura racionalidade.

O outro é bom: é alegria, paz, amor, esperança, serenidade, humildade,
bondade, benevolência, empatia, generosidade, verdade, compaixão e
fé.

O neto pensou naquilo por alguns minutos e perguntou ao seu
avô:
- Qual lobo vence?

O velho Cherokee simplesmente respondeu:
- O que você alimenta.

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Recebi e repasso.

Sistema de comentários

Este blog sempre esteve aberto a comentários. Afinal, uma das características desta ferramenta é a interação com os possíveis leitores.
Até ontem, funcionava o Haloscan, que interrompeu o sistema gratuito e está oferecendo a continuidade do serviço por alguns dólares anuais.
Por ora, vou tentar a própria configuração do Blogger. Até agora não consegui.
Se alguém quiser deixar seu comentário, pode enviar email para:
clcosta@ipvip.com.br
Um abraço, Cláudio.

16 fevereiro, 2010

Last chance Harvey (minha 'fuga' no Carnaval)

Já sabia que "Last chance Harvey" (Tinha que ser você) era um drama romântico um tanto leve, quase água-com-açucar. Mas é difícil resistir à chance de ver Dustin Hoffman e Emma Thompson juntos.

O filme se desenvolve em mix de tristeza, ansiedade, esperança, humor e comédia de costumes, numa Londres ensolarada de verão. É a história de duas pessoas maduras, cada qual em sua solidão, que resistem a correr os riscos da entrega amorosa, após sofrerem decepções. Mas, como sempre (?), sempre há uma chance, a última, ou não seria um filme hollywoodiano.
Joel Hopkins, diretor ainda novo e de curta filmografia, dirige com competência e foi feliz na escolha dos atores (afinal, ambos já são laureados em Hollywood) e parecem se divertir.

É um filme previsível, nada ambicioso, simples e se utiliza de certos clichés. Mas não há carnaval no filme e no conforto do sofá, pipoca estourando no micro-ondas, guaraná antárctica geladinho e boa companhia, foi mais uma boa 'fuga'.

15 fevereiro, 2010

Praça JK (minha 'fuga' no Carnaval)

 

Manhã de sol, brisa do mar... epa! BH não tem mar, não! Mas a brisa suavizava o calor da manhã e caminhar na Praça JK foi o programa ideal. Poucas pessoas, pistas livres, mp3 nos ouvidos... cada volta são 750m, marcados no chão pra ninguém me desmentir.
Se disser que dei muitas voltas, dirão que exagero. Se confessar que completei três em 30min dirão que sou lerdo.
Fazer o quê?
Vou ali tomar uma água de côco que ninguém é de ferro.
Ah! que a brisa era do mar, lá isso era!

14 fevereiro, 2010

Inhotim (minha 'fuga' no Carnaval)

Este domingo foi em Inhotim: Centro de Artes Contemporâneas de Inhotim.
Conhecemos o C.A.C.I. em 2006 ( fiz um post sobre nosso deslumbramento) e desde então voltamos lá periodicamente).


Hoje foi especial, pois tivemos a companhia do filho Ângelo e da norinha Renata, além de nos encontrarmos, lá, com alguns amigos e amigas.
Isso é que é Carnaval. O resto é baticum...
HomePage oficial.

13 fevereiro, 2010

Avatar (minha 'fuga' no Carnaval)

Agora que a onda passou, fomos (Amélia, eu, o filho Ângelo e a nora Renata) assistir Avatar, mega sucesso do momento (blockbuster, como dizem lá no Império.
Existem mil resenhas do filme, comentários pró e contra, críticas enfocando o aspecto técnicológico e inovador, interpretações várias.
Realmente, a 'experiência' visual 3D é arrebatadora, pois o espectador se vê dentro da ação, com sensações quase físicas de proximidade com objetos e atores. Não é novidade absoluta, pois na década de 50 houve vários lançamentos em 3D, com aqueles óculos ridículos obrigatórios para que o efeito visual se realize.
Assim, recebemos os nossos 'apêndices visuais', que utilizei tranquilamente, sem incômodo, por cima dos habituais.
A história é boa, prende a atenção e se vale de mitos ou arquétipos já visitados nos romances, nas tradições e em outros filmes: uma história de redenção e transformação, luta em defesa da natureza frente ao avanço desenfreado e violento do explorador, etc.
Valeu a ida ao cinema, na tarde tranquila deste sábado de carnaval, sem atropelos, sem baticum, sem pressa, sem engarrafamento, sem...

11 janeiro, 2010

Julie & Julia: o filme


Taí um filme que me deu enorme prazer de ver com belas cenas de época (Paris e USA após o fim da II Guerra - circa 1950).
É divertido, quase sempre ágil, belas recomposições, fazendo uma mistura soft de romance, drama, comédia e biografia.
» Direção: Nora Ephron
» Roteiro: Julie Powell (livro), Alex Prud'homme (livro), Nora Ephron (roteiro), Julia Child (livro)
» Gênero: Biografia/Comédia/Drama/Romance
» Origem: Estados Unidos
» Duração: 123 minutos

Elenco: Amy Adams, Meryl Streep, Jane Lynch, Stanley Tucci, Mary Lynn Rajskub, Vanessa Ferlito, Dave Annable, Chris Messina, Lindsay Felton

Meryl Streep dá um show de interpretação e, histriônica como nunca, domina as cenas em que aparece no papel de Julia Child, que aprecia e aprende culinária francesa. Acaba escrevendo um livro e ensinando receitas francesas às donas de casa americana, pela TV, nos anos 50-60 do século passado.
Julie Powel, jovem americana dos tempos atuais, se identifica com Child e decide fazer todas as 524 receitas em 365 dias, publicando sua epopéia num blog.

Amélia e eu nos divertimos muito, identificamo-nos em alguns episódios, pois muitas vezes nos aventuramos nas artes da culinária, sem pretensões mas com muitos bons resultados. Amélia é mestra em culinária mineira, doces, tortas, muffins, cookies e bem poderia ser protagonista de um filme.
Palavra de marido.

07 janeiro, 2010

Lula: o filme

Assistir ao filme "Lula: o filho do Brasil" foi experiência desafiante para quem busca entretenimento, cultura, 'adrenalina', emoção, curiosidade, conhecimento, surpresas, identificações.
Desta vez, o imperativo da curiosidade foi o motor principal: de alguma forma já conhecia o argumento, as inúmeras e contraditórias críticas, as acusações ("tentativa de criar um mito", "propaganda política"), etc.
- Fui conferir, diria.
A sala do BHShopping não estava lotado, predominavam os jovens na platéia, era o fim-de-tarde de um dia de semana.
Na fileira logo atrás de onde me assentava, três rapazinhos, entre 13 e 15 anos, anunciavam as cenas:
- Agora ele vai prensar o dedo, agora ele vai ser preso, dizia um para os outros, em voz apenas audível para quem estivesse logo ali, de orelha em pé.
O silêncio era total, para minha surpresa, pois as sessões vespertinas com platéia infanto-juvenil costumam ser interativas, com manifestações incômodas e, às vezes, engraçadas.
O filme relata a trajetória de um brasileiro nascido na pobreza extrema, migrante do nordeste para o sul maravilha, muita luta, muito trabalho e, por que não dizer, esperteza suficiente para sobreviver.
O ambiente familiar não poderia ser pior, embora comum: pai alcoolista, violência intrafamiliar, uma fieira de filhos, estratégias de sobrevivência, sonho de vida melhor.
Em Santos-SP, o menino Luíz Inácio aprende a driblar as vicissitudes, vê a mãe abandonar o pai que maltratava a todos e é educado nos bons princípios pela mãe, personagem graúda na história. A figura materna, com efeito, sobressai.
O desafio indicado na primeira linha deste comentário foi, para mim, entrar no clima do filme sem me referir o tempo todo na vida real: aquele ali é o Lula, presidente do Brasil... do qual posso gostar ou não, apoiar ou não, respeitar ou não.
Em certos momentos, sim, consegui, graças ao tratamento romanesco e épico dado pelo diretor Fábio Barreto. Em outros momentos, principalmente nas cenas documentais (inclusive com inserções de reportagens da época), não.
Com certeza, grande parte da mídia afinada com a oposição, que é preponderante e irritantemente preconceituosa em relação ao atual presidente, vai berrar aos quatro cantos que se trata de propaganda política em ano de eleição.
Cada um que vá assistir, não se deixe influenciar por opiniões a favor ou contra, pois essas jamais serão isentas.
Opinar sobre o filme em questão traz o risco de sofremos as pauladas do patrulhamento ideológico, à esquerda e à direita. Fazer o quê?
Quanto a mim, afirmo que gostei do filme, achei um bom espetáculo, entretenimento interessante e plasticamente razoável. Nada que mereça o Oscar, nenhuma maravilha imperdível.
O protagonista é conhecido de todos, influencia a vida de todos nós e, queiramos ou não, tem uma história de vida espetacular. Coisa de filme.