31 outubro, 2009

Surubim, shyraz-malbec, sorvete e amizade

A manhã passa devagar, já sem a chuvarada dos dias anteriores. Reza a tradição (ou não reza, o que dá na mesma) que hoje vou fazer uma moqueca de surubim.
O peixe acaba de chegar do Rio São Francisco. Não é daqueles de viveiro, cevado a ração e hormônio. Se disser que respira pelas guelras ainda trêmulas seria meia verdade.
Tomei sete postas bem cortadas, salguei-as com alho e sal dissolvidos em suco de meio limão. Deixei-as a repousar, respeitosamente.
Piquei em pequeninos pedaços oito tomates bem maduros e duas cebolas médias, que pus a dourar em óleo bem quente.
Colorau dá um tom único, enquanto a fome vigia o cozimento. Adicionei um pouco de tempero e os tomates.
Escuto a conversa do Ângelo ao telefone com Tiago Prata, amigo-irmão-camarada, entre tantos que nos brindam com sua amizade. O convite para 'comer um peixinho' brotou natural, enquanto o ambiente rescendia aroma do refogado.
'Já está na hora de colocar o peixe'. Foi pensar e agir, mergulhando as postas no molho que ferventava. Acrescentei generosa porção de azeite de dendê e não economizei no leite de côco. As ervas ali estavam: tomilho (uma pitadinha), orégano (toque italiano). Finalizando tudo, molho de pimenta lá de Trancoso, presente do Leo que sugere brisa, areia, água do mar e de rio, baianidade irresistível.

Moqueca de surubim by clcosta
Convivas à mesa, chegou a hora do brinde entre amigos:
Tiago Prata & Ângelo Costa

A conversa foi de recordações e atualizações, pois a distância e o tempo separaram-nos por longos seis meses. Novos desafios se descortinam e os projetos de cada um avançam celeremente para a plena concretização. O vinho é boa companhia para esses momentos, como nos confirmou o blend shyraz-malbec, invenção argentina.

Por sua vez, Amélia já idealizara a sobremesa e brindou-nos com a delícia do dia:

Purê de maçã com sorvete de passas ao rum e ganache de chocolate