
Basta pensar em sentir Para sentir em pensar. Meu coração faz sorrir Meu coração a chorar. Depois de parar de andar, Depois de ficar e ir, Hei de ser quem vai chegar Para ser quem quer partir. Viver é não conseguir. Fernando Pessoa, 14-6-1932
30 março, 2006
28 março, 2006
Lembrete ao Guido Mantega
Se não por humanidade, por isonomia: acontece que seu predecessor "desonerou" os investidores estrangeiros, poupando-os de pagar CPMF e impostos quando "investirem" na Bolsa, aqui no Brasil. Eles podem ganhar dinheiro sem produzir, né? Se algum outro país oferecer condições melhores, não hesitarão de retirar as verdinhas. Migram como gafanhotos: onde tem pastagem, lá estão eles, até esgostarem a última folha verde, o último grão.
E então? Continuaremos a pagar os 35% de imposto sobre medicamentos?
De qualquer forma, quem sabe o Ministério da fazenda poderia divulgar este meu recado de utilidade pública, dando dicas de como economizar? É só preferir outros "bens" ao invés de ficarmos comprando remédio...
“A carga tributária é tão desigual que há a ironia no mercado que diz que a pessoa que entra mugindo em uma farmácia gasta menos do que tossindo. É uma incoerência de política pública”, afirma Amaral. Segundo o estudo, os medicamentos veterinários pagam 14,3% menos tributo do que os humanos."

Pois então: a dica de economia é a seguinte:
- não vá ao médico: vá ao veterinário;
- não vá à farmácia: vá a uma drogaria veterinária;
- não compre remédio: compre um iate, arroz & feijão, ração pra cachorro. Compre até mesmo um avião!
- não diga ao balconista da sua drogaria que o remédio é para você. Jure, de pé junto, que aquele remedinho pro estômago é pro seu gatinho ou pro seu papagaio;
- mas o melhor mesmo é: não adoeça nunca!
Ao final de um ano você verá a economia conseguida.
É ou não é uma boa dica de economia?
Ah! não se esqueça de me enviar 20% da economia que você fizer: afinal, eu não sou veterinário, mas também não sou bobo!
25 março, 2006
S.A.B. Síndrome de Abstinência Blogueira
Agora está meio que sofrendo de umas coceirinhas nos dedos. Sua mente, que parecia lúcida, só pensa naquilo. Ou seja: anda pela casa tendo mil idéias e murmurando: "isso dá um belo post". Vê notícias na TV e a obsessão aferroa-lhe a alma: "vou fazer um post sobre essa manchete". Ao passear pelas margens do Lago Sul ou descobrir mais uma fofoca na côrte federal, suas entranhas exigem: "faça um post! faça um post!"
2 - O Idelber fechou seu Biscoito Fino e a Massa. Mais do que imperdível, seu blog é necessário!
Deve ter passado pelos mesmos sintomas do Smart: calafrios, tremores, uma ou outra alucinose blogológica. Provavelmente, em suas aulas de Literatura em Tulane (New Orleans), fala pros alunos, recomenda livros, faz palestras mas sua cabeça devia martelar: "Biscoito! Biscoito! Quero Biscoito!". Viria uma aluna com donuts ou cookies: "Eat this, please!" Escutaria a resposta: "Não, não é esse aí que eu quero. Quero é um biscoito fino."
Pois Idelber não resistiu à sua síndrome de abstinência. Para nosso gáudio (epa!), anunciou: "Vou voltar... sei que ainda vou voltar". Marcou a data pra 31 de março. Tá chegando, tá chegando...
3 - O Milton Ribeiro não fechou seu Milton Ribeiro. Mais do que imperdível, seu blog é necessário!
Milton já fez um post inteiro provocando o Smart. Nomeou-o o melhor blogueiro do Brasil. Anunciou que o Idelber já está voltando. Só faltou gritar - e eu faria coro: "Volta Smart! Volta!"
4 - Lúcia Malla não fechou seu Uma malla pelo Mundo. Mais do que imperdível, seu blog é necessário!
Lúcia viu o tratamento que propus pro Smart curar sua síndrome de abstinência e me disse: "Adorei essas dicas. Por que não publica no seu blog para "eterniza-las" blogosfericamente?".
5 - Elenara também não fechou seu Imaginação ao Poder. Mais do que imperdível, seu blog é necessário!
Elenara foi outra que gostou da receita, apoiou a Lúcia, aplaudiu Idelber e lamentou o bloguicídio do Smart.
Foi uma dica e tanto. Aqui vai:
a) Retirar-se da droga - do blog! -progressivamente: faça um post a cada 5 dias; aumentar o intervalo até conseguir um post a cada 150 anos.
b) Substituir a droga - ou melhor, o blog - e começar a escrever no Bombordo - [Esta o SSoB já tá fazendo. E muito bem. Confira.]
c) Dar suas idéias de posts maravilhosos aos colegas blogueiros que a gente aproveita, escreve e dá um "créditozinho". Você vai ficar feliz e espalhar pelo mundo: "Idéia minha! Idéia minha!"
d) Visitar os blogs alheios e comentar tudo, até receita de pudim de leite condensado.
e) Essa é infalível: internar-se num resort à beira mar, com muitas caipirinhas, piscina, sol, mar, areia, água de coco, passeio de jet-ski, ultra leve e outras mordomias mais.
Mas, atenção: é preciso me levar como acompanhante terapêutico (no caso, não cobro honorários, só a hospedagem no mesmo resort).
Se não curar o paciente, pelo menos eu descanso um pouco!
O Smart já respondeu dizendo que tem outras idéias a respeito de quem levaria para um resort. Bom, para evitar mal-entendidos eu gostaria de esclarecer que minha co-terapeuta é a Amélia... e não abro mão!
E você, já escolheu o resort aonde nós vamos?
20 março, 2006
PEGA NA MENTIRA
- A mentira da criança: falta de senso de realidade e medo de ser punido;
- A mentira do mitômano: "A mitomania pode ser considerada patológica quando leva a um encerramento na necessidade de repetição", explica o professor Philippe Jeammet (Institut Mutualiste Montsouris, em Paris). "De um lado, o mitômano sempre sabe no fundo que o que ele diz não é totalmente verdadeiro. Mas ele também sabe que isso deve ser verdadeiro para que lhe garanta um equilíbrio interior suficiente. Em determinado momento, o sujeito prefere acreditar mais em sua realidade do que na realidade objetiva exterior. Ele tem necessidade de contar essa história para se sentir tranqüilizado e de acordo consigo mesmo."
- A mentira do psicótico/delirante: na verdade, não se trata bem de mentira, mas de um delírio (transtorno de juízo sobre a realidade), como no exemplo do post anterior: "Revelação", no qual relato o caso de uma pessoa que está realmente delirante, não domina sua mente nem quer mentir.
- A mentira do portador de "personalidade antisocial": este mente com propósito de causar danos à sociedade, para ocultar um crime, etc. Tratam-se de mentiras bem diferentes daquela do mitômano (v. acima). A mentira do mentiroso ou do fraudador tem finalidades práticas e desonestas. Para estes, o objetivo não é a mentira, sendo esta apenas um meio para fins excusos. Jamais se arrependem do que tenham feito (apenas lamentam "ter dado errado", quando presos, por exemplo). Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Anti-Social não se conformam às normas pertinentes a um comportamento dentro de parâmetros legais. Eles podem realizar repetidos atos que constituem motivo de detenção (quer sejam presos ou não), tais como destruir propriedade alheia, importunar os outros, roubar ou dedicar-se à contravenção. As pessoas com este transtorno desrespeitam os desejos, direitos ou sentimentos alheios. Freqüentemente enganam ou manipulam os outros, a fim de obter vantagens pessoais ou prazer (por ex., para obter dinheiro, sexo ou poder). Podem mentir repetidamente, usar nomes falsos, ludibriar ou fingir.
Estes últimos parecem-se com certos políticos, não? Melhor dizer logo: muitos políticos são mesmo psicopatas... argh!
Daqui a pouco, teremos mais uma novidade: um teste para pegar os blogueiros mentirosos. Verdade pura, eu juro de pés juntos e dedos cruzados.
Alguém aí se habilita a ser cobaia?
17 março, 2006
R e v e l a ç ã o
A cabeleira e o rosto hirsuto evocavam a figura de um dos profetas esculpidos por Aleijadinho, perenes em sua pétrea consistência no adro da Basílica Senhor Bom Jesus de Matozinhos, em Congonhas.
Puxei conversa, falei do tempo, quis saber o que o trouxera ali. Olhou-me como teria olhado Cristo para seus algozes, lá do alto da cruz ("Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem") e, apenas, sorriu.
Eu já sabia todas as respostas àquelas perguntas de praxe, pois lera seu prontuário antes de entrevistá-lo. Com certeza ele sabia disso e o demonstrara com um sorriso que destilava zombaria misturada a compaixão e uma pitada de sentimento de superioridade.
Não o enfrentei. Demonstrei sincero interesse em conhecer-lhe a história. Afinal, a relação médico-paciente pode ser ocasião de aprendizagem mútua. Com humor e, às vezes, com total razão, diz-se que a diferença entre um e outro pode ser denotada por quem possui a chave da porta de saída.
Ele percebeu minha "boa disposição":
- Se o senhor quer mesmo saber, tenho uma revelação a fazer.
- Como, assim, uma revelação?
- Minhas últimas descobertas que, ainda, mantenho em segredo.
- Que descobertas?
- Pesquisas científicas iluminadas pela Divina Providência.
- Além de tudo, o senhor é cientista?
- Isso e muito mais. Tenho a Luz!
- Anh...
Enquanto dialogávamos, apalpou o surrado paletó e, de um dos bolsos internos, retirou um papel cuidadosamente dobrado. Olhou para um lado e para outro, a certificar-se de que ninguém o observava e o entregou a mim:
- O senhor é médico, mas sua ciência é apenas humana. Eu não estudei na faculdade mas meu mestre é Aquele lá de cima. Tenho contato direto com Ele. Fui escolhido para transmitir à humanidade toda a onisciência do universo.
Principiei a desdobrar a folha manuscrita. Interropeu-me:
- Não, doutor. Aqui não. O senhor vá para casa, leia com atenção e, caso não entenda alguma coisa, amanhã posso explicar.
Levantou-se com a segurança de que era ele quem comandava a entrevista.
Tranquei o consultório e comecei a ler:
O Ser Humano, quando sai no esperma, já é portador desses 82 elementos. Entretanto, deve-se observar que, além do átomo, há ainda 14 mil classificações de sub-matéria.
Mas isso pode estar em desequilíbrio se o filho, que está dentro do organismo da mãe, mover-se em sentido contrário no seu corpo, descentrando as forças e desorganizando o universo interior. Poderá acontecer uma lesão que, fatalmente, se estenderá a outra parte das células, provocando o câncer. Explico: enquanto o corpo do feto, obedecendo a ordens foto-elétricas do cérebro faz tin-don, o universo canceroso está a fazer tin-tin.
O câncer nada mais é do que um universo estranho entranhado no todo universal, ou kaeeme, que é o corpo humano em sua plenitude.
Há um tipo de câncer, por exemplo, que adquirimos ao mantermos relações com uma prostituta. Cito um artigo do Reader's Digest no qual um professor universitário disse para um atleta de 105 kg que, se seus átomos fossem comprimidos, o seu corpo - ou núcleo - pesaria e teria o volume de um grão de pó, mesmo assim contendo todo o universo. Conclui-se, então, que uma gota de blenorragia adquirida de uma prostituta pode conter vários universos.
Todas essas explanações foram conjuradas ao meu Luminoso, após ter sido eu encarregado de isolar o Ser Humano de doenças ancestrais. A doença atinge a humanidade há 2 bilhões de anos retró.
Mas não vou estender mais considerações, apenas indicar o principal, ou seja, a solução:
Por que sangue de morcego?
Porque o sangue de morcego não move suas moléculas como o do Ser Humano. Ele é classificado pela Ciência da Nave como "o lídimo", o "legítimo". Por isso se aproveita de outros animais, sugando-lhes o sangue para que sobreviva e seja sustentado em seu componente hétero-esotérico, no interior de seu carma.
Se a humanidade quiser saber mais, que leia meu livro: "Os deuses não tocaram"
16 março, 2006

Chapéu Panamá, a nova guarda do samba!
Blogueiros daqui e de alhures, vamos? Alô Márcio Candiani, sei que você gosta...
O Jequitibar fica logo ali, depois do Viaduto Sta. Tereza, no início da subida da Av. Assis Chateaubriand, à direita. Não tem erro.
Quem não gosta de samba
bom sujeito não é:
Tá ruim da cabeça
ou doente do pé!
15 março, 2006
Zarpou!
A cada dia, um artigo diferente sobre temas atuais. É um coletivo, fruto do desejo de alguns, da utopia de outros, da disposição de provocar e dialogar de todos. Sem unanimidades. Mas no mesmo barco... clique na figura ou aqui.
13 março, 2006
Panis et circenses
A mídia berra a todo instante "O Maior Show de Todos os Tempos", anunciando o espetáculo promovido pelo Governo de Minas "para todos os mineiros"!
Demagogia confessada:
"Responsável pela produção dos shows do U2, em São Paulo, Alexandre Accioly confessa que só aceitou trazer o encontro de Roberto Carlos e Pavarotti para Minas por insistência do governador Aécio Neves. Os organizadores não estão autorizados a detalhar valores, mas garantem que 100% dos investimentos vieram da iniciativa privada (Fiat, Bradesco, Oi FM, Cia Vale do Rio Doce e Fiemg)."
Pois é!
15.MAR.06 - UP DATE: CANCELADO O SHOW!
11 março, 2006
As Alterosas
Penso que nós, mineiros, diante da obviedade dos horizontes definidos pelas serras, cultivamos uma postura altiva, sobranceira e majestosa: orgulhamo-nos dos maciços ferrosos e os introjetamos como nos dizia Drummond:
Alguns anos vivi em Itabira
Principalmente, nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
No final desta sua "Confidência do Itabirano", é bem verdade, o Poeta confessa outro lado da personalidade dos mineiros, tidos como calados, desconfiados, humildes, "aqueles que trabalham em silêncio":
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
Há um ressentimento diante da ação predatória sobre nosso tesouro: As montanhas de Minas estão sendo carregadas pelas mineradoras. O minério de ferro é colocado nos vagões e exportado, restando-nos, pouco a pouco, imensas crateras:
Cada um de nós tem seu pedaço no pico do Cauê
Na cidade toda de ferro
as ferraduras batem como sinos.
Os meninos seguem para a escola.
Os homens olham para o chão.
Os ingleses compram a mina.
Só, na porta da venda,Tutu Caramujo cisma na derrota incomparável.
Se falarmos da “nostalgia do mar”, então, aí já é covardia! Durantes as férias e fins-de-semana prolongados, os conterrâneos entopem as estradas em busca do litoral, das praias, das areias monazíticas de Guarapari, do sol generoso do sul da Bahia, da sofisticada cidadezinha de Búzios ou da cinematográfica “Cidade Maravilhosa”. Mineiro não perde o trem, nem a praia!
Talvez seja como um bálsamo inconscientemente aplicado ao orgulho dos moradores das Alterosas que os belorizontinos recebem a Torre Alta Villa, bem no alto da Serra do Curral, divisa com o município de Nova Lima.
Tornou-se lugar obrigatório para levar os turistas (sempre poucos, por aqui). Há um shopping temático, restaurante (Hard Rock Café), salão para festas, até mesmo um colégio. Paga-se R$ 5,00 para ascender nos elevadores até à cúpula, de onde se avistam a cidade e as montanhas, vales, condomínios, céu, nuvens e um horizonte quase infinito.
A câmera é móvel, faz closes e mostra panorâmicas. No momento em que escrevo, por exemplo, a torre está envolta em neblina, pois o tempo está chuvoso. Vamos lá?
04 março, 2006
Bye, Idelber!

Idelber é daqueles que com sorriso e simpatia arrebata as pessoas e nos coloca à vontade desde a primeira hora. Conheci o "professor" pela blogosfera, em seu famosíssimo blog O biscoito fino e a massa, caldeirão de cultura, futebol, arte, literatura, política e... O Biscoito está de recesso, mas vale uma passadinha por lá: os arquivos contêm pérolas!
Pois o Idelber nos recebeu juntamente com a Ana, escritora, cujo dom da palavra pode ser desfrutado em suas 100 MEIAS CONFISSÕES DE ANINHA, imperdível!

A casa estava repleta de ex-colegas de faculdade, conhecidos há mais de 15 anos, numa demonstração de que o afeto, quando verdadeiro, resiste "ao tempo, que sobre tudo lança o pó do esquecimento". Conhecemos a Valéria, a Tida e o Luís, o Thales que preparou a melhor caipirinha da noite e, pasmem, assou deliciosos pãesinhos-de-queijo.
Essa turminha, mais o escriba aqui e minha Amélia, estamos enfeitando as fotos do mural acima.
Apesar de ser uma despedida, era só alegria: pelo reencontro e pela promessa de que, em maio, tem mais festa!
01 março, 2006

Carnaval em Nova Era tem que ter:
Banda dos Farrapos
e o Soié homenageado.
A festa é do povo
Sem Rede Bobo
Sem globalização
Sem socialites
Muita Cerveja
Diversão e Alegria
E agora...
só no ano que vem!