Basta pensar em sentir Para sentir em pensar. Meu coração faz sorrir Meu coração a chorar. Depois de parar de andar, Depois de ficar e ir, Hei de ser quem vai chegar Para ser quem quer partir. Viver é não conseguir. Fernando Pessoa, 14-6-1932
18 novembro, 2008
14 novembro, 2008
Doce-de-laranja e queijos.
Pois foi com produtos de Santa Maria de Itabira que minha cunhada e minha sobrinha (Rosa & Adélia) presentearam-me regiamente: queijos variados e um divino doce-de-laranja (este, feito pela própria Rosa).
Assim, em pleno dia-de-semana, o almoço aqui em casa virou festa, pelo menos na hora da sobremesa, genuinamente mineira e familiar. Tivemos queijo "minas" e dois tipos de requeijão, moreninho e com raspa. Impossível comer apenas um pedaço.
13 novembro, 2008
Memória x repressão x poesia
Não aquela poesia "escolar" aprendida no Grupo Escolar Desembargador Drummond, lá de Nova Era, terrinha mineira e simpática às margens do Rio Piracicaba....
Falo de quando minha cabeça foi se abrindo para o mundo mundo vasto mundo, nas aulas de Literatura Brasileira, no antigo Colégio do Caraça.
Tio Ismar tinha um modo especial de me presentear: foi-me dando, aos poucos, os livros de Monteiro Lobato, desde O Sítio do Picapau Amarelo até História do Mundo para as Crianças. Como eu viajava naquelas narrativas...
Tenho outras histórias com o Tio Ismar: deu-me o primeiro método para aprender piano, o Schmmol; levava-me a passear na Capital e, com ele conheci o asfalto (que ele brincava de chamar "chão preto"); levou-me a almoçar num restaurante "giratório", onde fiquei entre a comida deliciosa e o assombro diante das mesas que, literalmente, davam uma volta completa sobre o salão!!!
Pois bem, o tio atendeu meu pedido e enviou-me um exemplar da Antologia Poética, de Drummond. A correspondência passava na "censura prévia" do padre disciplinário (como casam os padres, este já se casou, também). Chamou-me ao seu gabinete, senho franzido, aspecto grave, tom de preocupação:
"-Meu filho, olhaqui, chegou um livro prá você, de um poeta muito esquisito!".
Impetuosamente lancei mão do livro recém desembrulhado, sobre a mesa.
"-Calma! quero comentar com você algumas coisas: veja essa poesia aqui... nem sei se é poesia".
Leu no meio do caminho tinha uma pedra..., "isso parece coisa de ateu, meu filho, sem esperança!".
Selecionou outro poema, A Mão Suja. Escandindo bem as palavras, voz de mistério, reticente:
"- Minha mão está suja.
Preciso cortá-la.
Não adianta lavar.
A água está podre.
Nem ensaboar.
O sabão é ruim.
A mão está suja,
suja há muitos anos."
"-Tá vendo, meu filho? isso não é coisa para um jovem puro e inocente como você. O autor está incentivando a masturbação! Isso vai desviar você do bom caminho!".
Dito isso, guardou o livro sob chave, numa gaveta da escrivaninha.
Desde então, nunca mais vi a Antologia Poética do Drummond!
Minha mãe, sabedora do meu gosto pela literatura e pelo poeta itabirano, passou a me enviar, semanalmente, recortes do jornal Estado de Minas, com as crônicas e poemas do poeta C.D.A.! Mãe é mãe.
Até que, saindo do Colégio, com um dos meus primeiros dinheirinhos, logo comprei aquele livro e muitos outros.... Só então, após anos, pude, enfim, usufruir do "presente" do Tio Ismar!
12 novembro, 2008
Vade retro
Foi um desses atrasos de Brasília para BH que me fez chegar ao Aeroporto de Confins (oficialmente "Tancredo Neves) às 23,50h de uma sexta-feira, 13.
10 novembro, 2008
Pro Allan
Esta foto vai pro Allan, do Carta da Itália. Ele mora na cidade de Piacenza.
Quem diria que no Mercado Central de Belo Horizonte existe um licor com o nome de Piacenza? Pois é...
A gente vai andando, olha uma coisa ali, outra lá e, de repente, topa com o nome Piacenza. Aí, vem à lembrança: Conheço quem mora lá, o Allan. A seguir, num ímpeto, saco da algibeira (quer dizer, do bolso mesmo) a máquina fotográfica: Vou mandar esta foto pra ele. Bom, pra ser sincero, acho que pensei em comprar o licor Piacenza e levar até lá, bem ali pertinho, só atravessar o Atlântico.
[O Piacenza é fabricado em Brumadinho, a 60km de BH. Parece que algum imigrante italiano resolveu homenagear suas origens. Há um número de telefone; chamei e ninguém atendeu. Se descobrir, conto. A propósito, a cidade abriga o Centro de Arte Contemporânea de Inhotim.]
O rótulo presentificou uma pessoa que nunca vi (a não ser por foto e pelos deliciosos textos).
No seu post de hoje, Allan comenta as implicações da diferença de fuso horário, que varia de 3 a 5 horas entre Piacenza e Brasil. Por uma coincidência cósmica (não acredito nisso, mas existe!), só agora, ao postar, observo o mostrador do relógio da foto acima. Alguém percebeu algo curioso?
Pra você, Allan, um brinde.
05 novembro, 2008
Soié na Folha de São Paulo
Veja lá no blog dele, o Ontem-Hoje.