Mobilizado pela sede de néctar para o espírito me conduzi ao colega Lucas Monteiro de Castro Sobrinho que, gentilmente, empresta-me o mais recente livro de Maria Esther Maciel, A MEMÓRIA DAS COISAS, ensaios de literatura, cinema e artes plásticas. Lucas acabara de recebê-lo, com dedicatória pessoalíssima, das mãos da própria autora. A leitura abriu-me um território instigante e transdisiplinar. Mas, antes de tudo, apresentou-me a poética de Maria Esther. Mineira de Patos de Minas, é professora de Teoria da Literatura na Faculdade de Letras da UFMG e possui um curriculo extraordinário. Sua poesia é precisa e ambígua, cristalina e certeira, surpreendendo por dizer exatamente o que não se sabe dizer:
AULA DE DESENHO
Estou lá onde me invento e me faço:
De giz é meu traço. De aço, o papel.
Esboço uma face a régua e compasso:
É falsa. Desfaço o que fiz.
Retraço o retrato. Evoco o abstrato
Faço da sombra minha raiz.
Farta de mim, afasto-me
e constato: na arte ou na vida,
em carne, osso, lápis ou giz
onde estou não é sempre
e o que sou é por um triz.
Ao SobreSites-Poesia Maria Esther Maciel concedeu Entrevista que merece ser lida. Navegando nas ondas provocadas pela minha queda neste, para mim, novo oceano poético, aporto em recantos paradisíacos, como este Vigna-Maru.
A quem me lê, um convite: viaje pela poesia da palavra e da fotografia... Um bom fim-de-semana, com muita Arte!
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