Dirigir pela BR 262, no sentido Belo Horizonte-Gov.Valadares é uma temeridade! A rodovia deixa BH em direção leste e logo serpenteia por entre as escarpas da Serra do Espinhaço: à direita, ficam os maciços da Serra da Piedade e da Serra do Caraça, na direção de Ouro Preto. No topo da primeira, estão uma ermida em homenagem à Nossa Senhora da Piedade e e o Observatório Astronônico da UFMG; à esquerda, a cordilheira segue em direção à Serra do Cipó e busca a Chapada Diamantina, lá na Bahia.
O trânsito é infernal: toda a produção do Vale do Aço (Acesita, Belgo Mineira, Usiminas) escoa por essa rodovia que, agora, passa por um melhoramento. Máquinas na pista, empregados, falta de sinalização, etc. Após longa estiagem, chegou a temporada das chuvas. A neblina cobriu boa parte do trajeto, entre a entrada para Caeté e São Gonçalo do Rio Abaixo.
Nova Era, nosso destino, fica às margens do Rio Piracicaba, pouco antes que desemboque no Rio Doce, em direção ao Oceano Atlântico. Minas é a encruzilhada do Brasil: a leste, Vitória-ES; ao sul: São Paulo e Rio. Ao norte: Brasília e interior da Bahia. A oeste, Goiás e Mato Grosso. Êta mundão, sô!
A paisagem de montanhas é belíssima: ainda há registros de mata atlântica, embora predomine a vegetação de transição para o cerrado. O Rio das Velhas, a poucos quilômetros de Belo Horizonte, nos lembra que Sabará fica logo ali e que, se nos deixarmos levar por suas águas, chegaremos ao Rio São Francisco, deixando pra trás Santa Luzia e Jaboticatubas.
É muita história a impregnar essas terras das Gerais, caminhos dos Inconfidentes e dos tropeiros, igrejas e capelas dos tempos coloniais, altares e santos barrocos cobertos de ouro.
É a Estrada Real, com duas vias que partem da cidade do Rio de Janeiro e de Parati, para encontrarem em Ouro Preto. Daí, seguem por estas regiões que agora atravessamos e conduz a Diamantina, de onde desciam toneladas de diamantes, ouro, pedrarias. Hoje, as montanhas de Minas vão sendo carcomidas pelas mineradoras (MBR, Vale do Rio Doce, etc.) que exportam o minério de ferro que abastece o mundo. Ainda por aqui estão as internacionais Anglo Gold e outras, cujas galerias subterrâneas, algumas a 1200m de profundidade, produzem ouro como nunca se viu (e nunca veremos!).
Viajar pela 262, além dos sustos do tráfego pesado, nos proporciona recordar fatos históricos, os Ciclos do Ouro e do Minério, as devoções, o Barroco, etc.
Todos os obstáculos dessa viagem de ontem foram enfrentados com prazer, pois o objetivo era comemorarmos o aniversário do meu pai, Soié.
Chegamos ainda cedo em Nova Era, a tempo de tomar um lanche preparado pela minha mãe: empadinha e refrigerante para a meninada (os netos) e cafezinho com biscoito de polvilho, torradinho, torradinho... Nada muito substancioso, pois logo logo teríamos o almoço.
Dessa vez, a família se reunião no restaurante do Garden Hotel, cujo cardápio foi bem mineiro: saladas, tutu-de-feijão, arroz com milho verde, salpicão e lombo recheado. As sobremesas, além da inevitável torta de chocolate recheada com cocada mole, constituíram um espetáculo à parte: cidra cristalizada e em calda, mamão em calda, doce de leite mole e em pedaços, cajuzinho... Ah! É até exagero essa hospitalidade mineira...
À tardinha, uma visita ao Museu Histórico de Nova Era, com centenas de peças antigas, desde a fundação da cidade, no início do século 18. Uma belíssima exposição fotográfica exibia fotos e documentos das décadas de 20 a 50, todas do acervo de meu tio Diló (irmão do Soié), o primeiro fotógrafo da região. Minha mãe descreveu cada foto, nas quais podia reconhecer personagens que já se foram, figuras que marcaram sua infância na antiga São José da Lagoa.
Minas são muitas. Minas é plural.
O trânsito é infernal: toda a produção do Vale do Aço (Acesita, Belgo Mineira, Usiminas) escoa por essa rodovia que, agora, passa por um melhoramento. Máquinas na pista, empregados, falta de sinalização, etc. Após longa estiagem, chegou a temporada das chuvas. A neblina cobriu boa parte do trajeto, entre a entrada para Caeté e São Gonçalo do Rio Abaixo.
Nova Era, nosso destino, fica às margens do Rio Piracicaba, pouco antes que desemboque no Rio Doce, em direção ao Oceano Atlântico. Minas é a encruzilhada do Brasil: a leste, Vitória-ES; ao sul: São Paulo e Rio. Ao norte: Brasília e interior da Bahia. A oeste, Goiás e Mato Grosso. Êta mundão, sô!
A paisagem de montanhas é belíssima: ainda há registros de mata atlântica, embora predomine a vegetação de transição para o cerrado. O Rio das Velhas, a poucos quilômetros de Belo Horizonte, nos lembra que Sabará fica logo ali e que, se nos deixarmos levar por suas águas, chegaremos ao Rio São Francisco, deixando pra trás Santa Luzia e Jaboticatubas.
É muita história a impregnar essas terras das Gerais, caminhos dos Inconfidentes e dos tropeiros, igrejas e capelas dos tempos coloniais, altares e santos barrocos cobertos de ouro.
É a Estrada Real, com duas vias que partem da cidade do Rio de Janeiro e de Parati, para encontrarem em Ouro Preto. Daí, seguem por estas regiões que agora atravessamos e conduz a Diamantina, de onde desciam toneladas de diamantes, ouro, pedrarias. Hoje, as montanhas de Minas vão sendo carcomidas pelas mineradoras (MBR, Vale do Rio Doce, etc.) que exportam o minério de ferro que abastece o mundo. Ainda por aqui estão as internacionais Anglo Gold e outras, cujas galerias subterrâneas, algumas a 1200m de profundidade, produzem ouro como nunca se viu (e nunca veremos!).
Viajar pela 262, além dos sustos do tráfego pesado, nos proporciona recordar fatos históricos, os Ciclos do Ouro e do Minério, as devoções, o Barroco, etc.
Todos os obstáculos dessa viagem de ontem foram enfrentados com prazer, pois o objetivo era comemorarmos o aniversário do meu pai, Soié.
Chegamos ainda cedo em Nova Era, a tempo de tomar um lanche preparado pela minha mãe: empadinha e refrigerante para a meninada (os netos) e cafezinho com biscoito de polvilho, torradinho, torradinho... Nada muito substancioso, pois logo logo teríamos o almoço.
Dessa vez, a família se reunião no restaurante do Garden Hotel, cujo cardápio foi bem mineiro: saladas, tutu-de-feijão, arroz com milho verde, salpicão e lombo recheado. As sobremesas, além da inevitável torta de chocolate recheada com cocada mole, constituíram um espetáculo à parte: cidra cristalizada e em calda, mamão em calda, doce de leite mole e em pedaços, cajuzinho... Ah! É até exagero essa hospitalidade mineira...
À tardinha, uma visita ao Museu Histórico de Nova Era, com centenas de peças antigas, desde a fundação da cidade, no início do século 18. Uma belíssima exposição fotográfica exibia fotos e documentos das décadas de 20 a 50, todas do acervo de meu tio Diló (irmão do Soié), o primeiro fotógrafo da região. Minha mãe descreveu cada foto, nas quais podia reconhecer personagens que já se foram, figuras que marcaram sua infância na antiga São José da Lagoa.
Minas são muitas. Minas é plural.
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