Sei que vocês, arrogantes,
violentamente deformados e quebrados
pelos golpes indeléveis da inveja,
ainda exibirão por algum tempo
o último perfil que representam:
olhares indiferentes a um pedido,
pernas firmes que simulam segurança,
músculos tensos em inútil esforço,
fartas cabeleiras que escondem a idade,
olhos abertos que não transmitem paz.
Pois sua ignóbil arrogância,
sua postura calculada,
sua desdenhosa segurança,
tudo isso acabará, um dia!
O tempo é persistente, tenaz.
A terra também espera por vocês:
Ao pó retornarão.
Cairão sob o próprio peso,
haverão de ser cinzas, ruínas, poeira,
quando sua pretensa imunidade nada mais será!
Tornar-se-ão pequenos, já que pequenos nunca deixaram de ser,
pessoas sem vida, puro escombro,
depois de ter vivido por um tempo
ostentando simulacros de vitórias
- glória vã de algo a dissolver-se
em eterno esquecimento!
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Livre adaptação de um poema de Angel Gonzales
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