Assistir ao filme "Lula: o filho do Brasil" foi experiência desafiante para quem busca entretenimento, cultura, 'adrenalina', emoção, curiosidade, conhecimento, surpresas, identificações.
Desta vez, o imperativo da curiosidade foi o motor principal: de alguma forma já conhecia o argumento, as inúmeras e contraditórias críticas, as acusações ("tentativa de criar um mito", "propaganda política"), etc.
- Fui conferir, diria.
A sala do BHShopping não estava lotado, predominavam os jovens na platéia, era o fim-de-tarde de um dia de semana.
Na fileira logo atrás de onde me assentava, três rapazinhos, entre 13 e 15 anos, anunciavam as cenas:
- Agora ele vai prensar o dedo, agora ele vai ser preso, dizia um para os outros, em voz apenas audível para quem estivesse logo ali, de orelha em pé.
O silêncio era total, para minha surpresa, pois as sessões vespertinas com platéia infanto-juvenil costumam ser interativas, com manifestações incômodas e, às vezes, engraçadas.
O filme relata a trajetória de um brasileiro nascido na pobreza extrema, migrante do nordeste para o sul maravilha, muita luta, muito trabalho e, por que não dizer, esperteza suficiente para sobreviver.
O ambiente familiar não poderia ser pior, embora comum: pai alcoolista, violência intrafamiliar, uma fieira de filhos, estratégias de sobrevivência, sonho de vida melhor.
Em Santos-SP, o menino Luíz Inácio aprende a driblar as vicissitudes, vê a mãe abandonar o pai que maltratava a todos e é educado nos bons princípios pela mãe, personagem graúda na história. A figura materna, com efeito, sobressai.
O desafio indicado na primeira linha deste comentário foi, para mim, entrar no clima do filme sem me referir o tempo todo na vida real: aquele ali é o Lula, presidente do Brasil... do qual posso gostar ou não, apoiar ou não, respeitar ou não.
Em certos momentos, sim, consegui, graças ao tratamento romanesco e épico dado pelo diretor Fábio Barreto. Em outros momentos, principalmente nas cenas documentais (inclusive com inserções de reportagens da época), não.
Com certeza, grande parte da mídia afinada com a oposição, que é preponderante e irritantemente preconceituosa em relação ao atual presidente, vai berrar aos quatro cantos que se trata de propaganda política em ano de eleição.
Cada um que vá assistir, não se deixe influenciar por opiniões a favor ou contra, pois essas jamais serão isentas.
Opinar sobre o filme em questão traz o risco de sofremos as pauladas do patrulhamento ideológico, à esquerda e à direita. Fazer o quê?
Quanto a mim, afirmo que gostei do filme, achei um bom espetáculo, entretenimento interessante e plasticamente razoável. Nada que mereça o Oscar, nenhuma maravilha imperdível.
O protagonista é conhecido de todos, influencia a vida de todos nós e, queiramos ou não, tem uma história de vida espetacular. Coisa de filme.
Desta vez, o imperativo da curiosidade foi o motor principal: de alguma forma já conhecia o argumento, as inúmeras e contraditórias críticas, as acusações ("tentativa de criar um mito", "propaganda política"), etc.
- Fui conferir, diria.
A sala do BHShopping não estava lotado, predominavam os jovens na platéia, era o fim-de-tarde de um dia de semana.
Na fileira logo atrás de onde me assentava, três rapazinhos, entre 13 e 15 anos, anunciavam as cenas:
- Agora ele vai prensar o dedo, agora ele vai ser preso, dizia um para os outros, em voz apenas audível para quem estivesse logo ali, de orelha em pé.
O silêncio era total, para minha surpresa, pois as sessões vespertinas com platéia infanto-juvenil costumam ser interativas, com manifestações incômodas e, às vezes, engraçadas.
O filme relata a trajetória de um brasileiro nascido na pobreza extrema, migrante do nordeste para o sul maravilha, muita luta, muito trabalho e, por que não dizer, esperteza suficiente para sobreviver.
O ambiente familiar não poderia ser pior, embora comum: pai alcoolista, violência intrafamiliar, uma fieira de filhos, estratégias de sobrevivência, sonho de vida melhor.
Em Santos-SP, o menino Luíz Inácio aprende a driblar as vicissitudes, vê a mãe abandonar o pai que maltratava a todos e é educado nos bons princípios pela mãe, personagem graúda na história. A figura materna, com efeito, sobressai.
O desafio indicado na primeira linha deste comentário foi, para mim, entrar no clima do filme sem me referir o tempo todo na vida real: aquele ali é o Lula, presidente do Brasil... do qual posso gostar ou não, apoiar ou não, respeitar ou não.
Em certos momentos, sim, consegui, graças ao tratamento romanesco e épico dado pelo diretor Fábio Barreto. Em outros momentos, principalmente nas cenas documentais (inclusive com inserções de reportagens da época), não.
Com certeza, grande parte da mídia afinada com a oposição, que é preponderante e irritantemente preconceituosa em relação ao atual presidente, vai berrar aos quatro cantos que se trata de propaganda política em ano de eleição.
Cada um que vá assistir, não se deixe influenciar por opiniões a favor ou contra, pois essas jamais serão isentas.
Opinar sobre o filme em questão traz o risco de sofremos as pauladas do patrulhamento ideológico, à esquerda e à direita. Fazer o quê?
Quanto a mim, afirmo que gostei do filme, achei um bom espetáculo, entretenimento interessante e plasticamente razoável. Nada que mereça o Oscar, nenhuma maravilha imperdível.
O protagonista é conhecido de todos, influencia a vida de todos nós e, queiramos ou não, tem uma história de vida espetacular. Coisa de filme.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente aqui.