Às vezes eu acho que tenho "mania" de dicionário. Sempre gostei de fuçar as páginas do meu Aurélio, ano de 1957 - o primeiro Aurélio a gente nunca esquece! Já procurei até palavras "sujas" - na época, falar "bunda" já era falar nome feio, hehehe.
Quando leio, se me deparo com um vocábulo desconhecido, não sossego enquanto não encontrar o significado exato, mesmo que já o tenha deduzido pelo contexto.
Acho também muito divertido descobrir as diferenças entre o linguajar de Portugal e o nosso: Saramago, por exemplo, me provoca a buscar no dicionário aquelas palvras que só os "patrícios" utilizam.
Um dos papos que tenho com meu filho Léo, quando lhe dou carona pela manhã, gira em torno de palavras que surgem sei-lá-de-onde. De repente, pergunto-lhe:
- Léo, o que é mequetrefe?
- Sei lá, pai.
- Pois olhei ontem no Houais. Mequetrefe é indivíduo intrometido, dado a meter-se no que não é de sua conta; enxerido; indivíduo de caráter duvidoso; patife, mariola, biltre; indivíduo sem importância, inútil, insignificante; borra-botas, joão-ninguém.
- Nossa! conheço tanto mequetrefe, hahaha...
Descubro, outrossim, nomes impensáveis para coisas do dia-a-dia. Aqui em Minas é de um jeito, lá no Sul é de outro e, no Norte, mais diferente ainda.
- Por exemplo?
- Aqui, aquele cítrico que descascamos com a mão, com odor delicioso, é a mexerica. No Sul, um aluno meu, de Florianópolis, me disse que é bergamota. Outros chamam de tangerina. Será que são frutas diferentes ou são a mesma?
Outro dia, numa daquelas conversas com o Léo, perguntei-lhe:
- Léo, você que cursa Direito, pretende ser um leguleio?
- Ah! pai, não enche!
- Vamos, diga!
- Sei lá, fala logo o que é.
- Tá bom. Leguleio é aquele advogado que observa rigorosamente as formalidades legais, interpretando a lei sem atentar para o espírito que a norteia; profissional formalista; advogado que se vale de meios para confundir uma questão ou protelar o andamento das causas.
- Ih! pai, tá cheio de advogado assim! O pessoal adora protelar as coisas. Tem ação judicial que demora anos, tantos e infinitos recursos são utilizados.
Pois não é que, recentemente, o mesmo Léo, que já é estagiário em um escritório de Advocacia, chegou todo contente?
- Pai, utilizei aquela palavra numa "Apelação de Contra Razões a um Recurso Extraordinário", encaminhada ao STF!
- Qual palavra?
- Aquela: leguleio!
É, pelo visto, a peste tá contaminando o garoto, hehehe...
Quando leio, se me deparo com um vocábulo desconhecido, não sossego enquanto não encontrar o significado exato, mesmo que já o tenha deduzido pelo contexto.
Acho também muito divertido descobrir as diferenças entre o linguajar de Portugal e o nosso: Saramago, por exemplo, me provoca a buscar no dicionário aquelas palvras que só os "patrícios" utilizam.
Um dos papos que tenho com meu filho Léo, quando lhe dou carona pela manhã, gira em torno de palavras que surgem sei-lá-de-onde. De repente, pergunto-lhe:
- Léo, o que é mequetrefe?
- Sei lá, pai.
- Pois olhei ontem no Houais. Mequetrefe é indivíduo intrometido, dado a meter-se no que não é de sua conta; enxerido; indivíduo de caráter duvidoso; patife, mariola, biltre; indivíduo sem importância, inútil, insignificante; borra-botas, joão-ninguém.
- Nossa! conheço tanto mequetrefe, hahaha...
Descubro, outrossim, nomes impensáveis para coisas do dia-a-dia. Aqui em Minas é de um jeito, lá no Sul é de outro e, no Norte, mais diferente ainda.
- Por exemplo?
- Aqui, aquele cítrico que descascamos com a mão, com odor delicioso, é a mexerica. No Sul, um aluno meu, de Florianópolis, me disse que é bergamota. Outros chamam de tangerina. Será que são frutas diferentes ou são a mesma?
Outro dia, numa daquelas conversas com o Léo, perguntei-lhe:
- Léo, você que cursa Direito, pretende ser um leguleio?
- Ah! pai, não enche!
- Vamos, diga!
- Sei lá, fala logo o que é.
- Tá bom. Leguleio é aquele advogado que observa rigorosamente as formalidades legais, interpretando a lei sem atentar para o espírito que a norteia; profissional formalista; advogado que se vale de meios para confundir uma questão ou protelar o andamento das causas.
- Ih! pai, tá cheio de advogado assim! O pessoal adora protelar as coisas. Tem ação judicial que demora anos, tantos e infinitos recursos são utilizados.
Pois não é que, recentemente, o mesmo Léo, que já é estagiário em um escritório de Advocacia, chegou todo contente?
- Pai, utilizei aquela palavra numa "Apelação de Contra Razões a um Recurso Extraordinário", encaminhada ao STF!
- Qual palavra?
- Aquela: leguleio!
É, pelo visto, a peste tá contaminando o garoto, hehehe...
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