Basta pensar em sentir Para sentir em pensar. Meu coração faz sorrir Meu coração a chorar. Depois de parar de andar, Depois de ficar e ir, Hei de ser quem vai chegar Para ser quem quer partir. Viver é não conseguir. Fernando Pessoa, 14-6-1932
31 dezembro, 2005
DA ESPERANÇA ou Idéias para começar mais um ano
Essa frase me ocorreu de repente, num estalo. Não me lembro de tê-la ouvido ou lido em qualquer lugar. Por ora, se quiserem citá-la em algum discurso ou obra literária, por favor, dêem-me o crédito: “A esperança é irmã do desejo”, segundo Cláudio Costa! Espero (= desejo ) que o façam.
Penso começar por aí a “oficina sobre a esperança”, que coordenarei no Kala – Cultura, Diversão e Arte. Participarão pessoas da “terceira idade”, frequentadores daquele simpático espaço, em busca de conhecimento, diversão, convívio e qualidade de vida no sentido amplo. Convidou-me uma das diretoras, a Beatriz, com a seguinte indicação:
- “Tem um tema que eu gostaria muito que você viesse destrinchar para nós: a esperança!
Perdemos uma cliente neste início de ano, ela teve um câncer que a levou muito depressa. É sempre um abalo no grupo.
Ficou um ponto em questão em nossas conversas, mediante a idade de todas elas e a vontade de fazerem planos, o nosso apoio para que se envolvam em novos projetos e, ainda, a finitude da vida, que não queremos negar: planejar, sim, mas em que medida? Como pensamos a passagem do tempo e a nossa necessidade de fazermos "reservas"? Qual o papel da esperança?”
Ah! O estalo ocorreu exatamente quando recebi o convite: “A esperança é irmã do desejo”. A idéia talvez comporte algumas variáveis: “A esperança existe em função do desejo”. Ou: “Sem desejo não há esperança.” Ou, então, bem radical: “Esperança é desejo!”
Outras idéias começaram a pipocar (“esperem todo o milho estalar, senão vai dar muito piruá”, dizia minha mãe, quando ficávamos em torno do fogão, crianças ainda, loucos para comer pipocas) e aí, o melhor é ter calma, senão...
Bom, se desejo e esperança se articulam tão intimamente, o que seria este tal de “desejo”?
Sei que NÃO é necessidade. NÃO é compulsão. NÃO é impulso.
Se a Psicanálise atribui a gênese do desejo à proibição do objeto sexual (tabu do incesto), na vida comum, longe de teorias complicadas, concorda-se que o desejo é algo distinto do querer. Aceitamos mesmo que o desejo possa ser inconsciente a ponto de sermos por ele traídos - assim o demonstram os atos falhos.
Somos seres-de-desejo, isso nos diferencia dos animais. E só desejamos quando experimentamos a falta: a castração! Complicado... Quando alcançamos o objeto desejado, o desejo morre. Ainda bem que este tal de objeto desejado NUNCA É O OBJETO TOTAL, completo, absoluto e isso nos garante continuar desejando... Ufa! Ainda bem.
Corri pra o Houaiss e lá estava a correlação que pipocara em minha cachola:
Desejo = ato ou efeito de desejar; aspiração humana diante de algo que corresponda ao esperado; aspiração humana de preencher um sentimento de falta ou incompletude.
Eureka! A conexão estava lá. Só há desejo quando há falta. E a maior de todas as faltas é a danada da Morte. A certeza de sua chegada ( sempre inoportuna ) é a grande castração (falta) sob a qual vive o ser humano. Se tivéssemos a garantia da imortalidade, nada faríamos, pois nada desejaríamos.
Tudo aí, na nossas fuças!
E quem deseja, quem espera (tem esperança), sonha. Ou seria o contrário: só quem sonha tem desejos e esperanças? Acho que é isso: é preciso aprender a sonhar, ou cultivar os sonhos, ou acreditar neles. Talvez seja uma boa maneira de viver, driblar a Morte: sonhar.
Não se tratam, aqui, dos sonhos dos lunáticos e delirantes, mas do sonho que engendra a ação, a construção, a busca ativa. Quase inventaria: a sonha-ação!
Na homepage do Kala, descubro esta frase atribuída a alguém que não conheço, John Barrymore: Um homem não está velho até que comece a lastimar em vez de sonhar.
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(Publiquei este post há alguns meses. Acho que é um tema interessante para começar o ano...
Feliz Ano Novo!!!)
30 dezembro, 2005
Mapalupuquipicepe
27 dezembro, 2005
Cuide bem de seu médico
- Vários fatores concorrem para isso:
a) as condições de trabalho são, geralmente, pesadas
b) o cansaço é crônico
c) o número de pacientes por jornada é excessivo, levando à pressa
d) as dificuldades financeiras são cada vez maiores: há 09 anos não recebem aumento dos planos de saúde - (Média: 17 reais/consulta)- os quais - em igual período- aumentaram em 240% o valor das anuidades/mensalidades dos usuários
e) a maioria dos profissionais trabalha em 3 ou mais empregos, correndo de um lado para outro
f) pouco ou nenhum tempo dedicado ao lazer e à família
Os impactos sobre sua pessoa são físicos e emocionais, segundo o Dr. João Gabriel M. Fonseca, em entrevista ao jornal do CRM de MG, tais como:
- irritabilidade,
- supervalorização de pequenos contratempos,
- hipertensão,
- dores musculares e na coluna,
- depressão e ansiedade,
- dificuldade de concentração.
De acordo com os estudos do Colégio Médico de Barcelona-Espanha, os médicos estão mais propensos a:
- abusar de sedativos, tranqüilizantes, analgésicos e estimulantes;
- desenvolver a síndrome do stress e do esgotamento emocional;
- suicidar-se, apresentando uma taxa 3 vezes e meia mais alta que a população em geral. Na Espanha, desde que foi criado o Programa de Atenção Integral ao Médico Enfermo (PAIME), em 1988, 60% dos casos atendidos são por problemas psíquicos e 26% por abuso de bebidas alcoólicas!
O Conselho Federal de Medicina do Brasil e o Colégio de Médicos de Barcelona assinaram um protocolo de intenções com o objetivo de oficializar a cooperação espanhola na elaboração de um programa brasileiro de atenção à saúde do médico.
b) geralmente esconde de colegas e de familiares o fato de que está doente ou tem algum sintoma
c) tem medo de não poder exercer a profissão, caso descubra que está doente
d) evita salas-de-espera de consultórios, procurando consultas informais, pouco resolutivas
e) geralmente não tem recursos financeiros para custear seu próprio tratamento.
- Quem cuida dos cuidadores?
- E você, já está cuidando de seu médico?
[Já publiquei este post antes]
25 dezembro, 2005
Trovas de Natal
Irmão Jota, como gosta de assinar, nasceu no Rio em 1920, foi para BSB em 71 e se dedica ao próximo incansavelmente. Há duas semanas estivemos em sua casa, no Lago Norte, onde ele e sua Hilda nos receberam como príncipes: mesa farta e conversa calorosa!
Pois o Sr. João presenteou-me com seu recém publicado "Evangelho em Quadrinhas", , que é uma graça! Simplicidade e fé fazem do seu libreto um companheiro inspirador: por isso tenho-o sempre à mão. Eis a descrição do Nascimento de Jesus, nas trovas do "Irmão Jota":
Imperador do momento,
Deveria haver no mundo
Um total recenseamento.
Todos deviam fazer
Na sua própria cidade
As declarações pedidas
À gente de toda idade.
Sendo José descendente
Da estirpe de David,
Deveria ir a Belém
E recensear-se ali.
Partiram de Nazaré,
Que fica na Galiléia,
À cidade de Belém,
Situada na Judéia.
Na cidade de Davi,
Não achando hospedaria,
Tiveram que se alojar
Numa velha estrebaria.
Enquanto ali se achavam,
Maria teve o seu filho,
Envolveu-o em panos velhos,
Deitou-o em palhas de milho.
E o Verbo se fez carne
E habitou entre nós.
Para estar na Sua glória,
Basta ouvir a Sua voz.
Que os versos singelos do Sr. João possam nos inspirar na lição de humildade daquele menino, nascido numa manjedoura. Feliz Natal.
22 dezembro, 2005
- Qual?
- Eu distribuiria o dom da escuta.
-?
-É, o dom da escuta.
- Anh...
- Se aprendêssemos a arte da escuta, o mundo seria outro. Você já prestou atenção como é difícil escutar alguém? De maneira geral, as conversas parecem diálogo de surdos: um fala, outro retruca, o primeiro replica, aquele treplica. Cada qual tenta convencer o interlocutor de uma verdade própria.
As discussões políticas, religiosas, futebolísticas, econômicas... todas se orientam pelo desejo de cada um proclamar a sua verdade, convencer o outro. Colegas de trabalho se encontram e cada um fala de si. Perguntam 'Como vai? Tudo bem?" e logo emendam uma assunto qualquer. Contam-se vantagens, tragédias, piadas. Fala-se de abobrinhas. Mas não há uma abertura para o outro.
- Por que será?
- Há explicações diversas, quase todas convergindo para o predomínio do individualismo no mundo atual. Cada qual na sua. Também se diz da dificuldade de se estabelecerem laços mais profundos, compromissos interpessoais...
- É mesmo.
- Inda mais, fala-se muito! Uma falação danada! Não há silêncio, não há reflexão. Não há tempo! Pressa, pressa, pressa. "Dá licença... até mais ver... amanhã a gente se fala... depois te ligo". E fica por isso mesmo. A verdadeira escuta é generosa, calma.
- Mas não dizem que a internet revolucionou o mundo, facilitando a comunicação entre as pessoas?
- Meia verdade. Trocam-se informações instantaneamente. O mundo está sem fronteiras, etc. Mas eu me refiro à escuta pessoal: tempo de ouvir, tempo de refletir, tempo de responder. Pois hoje é tudo muito rápido: abre-se um e-mail e logo se dá a resposta. Muitas vezes nem se relê o escrito. Emoções podem perpassar um texto sem que o remetente se dê conta. Tudo muito objetivo, rápido, zás-trás!
- E então?
- Então, é Natal. Vamos "escutar" o que nos diz o Natal. Desliguemo-nos das luzes que enfeitam as cidades, do alarde do comércio, das musiquinhas e do bimbalhar dos sinos. Aprendamos a escutar.
- É difícil...
- Lembro-me daquela mãe que fazia sua filha dormir, toda noite. Após contar-lhe umas histórias, levantava-se devagar e apagava a luz do quarto. Certa noite, a mãe começa a falar e percebe que a luz estava apagada. Pergunta: "- Filha, quer que acenda a luz?". "Não, mamãe, basta que você fale. Quando você fala, TUDO FICA CLARO!"
- Bom Natal!
- Boa escuta!
20 dezembro, 2005
Renovar a frota, eis a questão!

Neste mês de dezembro, mais do que a azáfama natalina (comprar o quê para quem?) provocada pelo transformação do Natal em período áureo do capitalismo, estamos às voltas com nosso projeto de trocar de carro, uma vez que a "frota" familiar está caindo pelas tabelas:
- "Batendo biela", "entortando a rebimboca da parafuseta", "queimando óleo", "dando tilt", "resfolegando no morro e despencando nas ladeiras", "chacoalhando que nem caminhão de galinhas", eis o arsenal descritivo que resume a situação.
Antes de tomar decisão tão grave, fui lá eu pesquisar "qual o melhor carro que se encaixa no meu saldo bancário atual (devedor!) e pelos próximos 48 meses" (ou seja, comprar é possível, desde que seja até perder as vistas...).
Descobri uma pesquisa feita pelo Rafael Porto, publicitário, professor ddo Depto. de Publicidade da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília:
Eis aqui o resumo da tese:
Carros Compactos: unanimidade entre pessoas que valorizam desafios. Em sua maioria, são jovens estimulados pela novidade.
[Este é o meu caso, vou atrás de um compacto!]
Utilitários/Esportivos: carros esportivos e jipes preferidos por mulheres jovens, que valorizam a boa saúde física e mental.
["Compra uma Cherokee, compra!", suplicam Amélia e Ana Letícia...]
Sedans: escolha das pessoas que prezam pelo poder e pelo bem-estar da família. Querem ter status social e domínio sobre os indivíduos.
[Prezar o bem estar da família, eu garanto que sim! Agora, domínio sobre os indivíduos só depois de dominar a mim mesmo. O que está loooonge de acontecer!]
Minivans: objeto de desejo de quem tem valores de autodeterminação, que busca liberdade e conforto.
[Eu, eu mesmo!]
Picapes: escolha natural de pessoas que acreditam na realização pessoal e se empenham na busca do que querem.
[Risca tudo o que escrevi acima, eu quero é uma picape!]
Li, reli, tresli.
Meu perfil psicológico encaixa-se em todos os subtipos descritos. Descubro, atarantado, que sou polivalente, multifacetado, megalomaníaco, sugestionável por qualquer propaganda...
Sugiro que se inclua, como fator preditor determinante, a conta bancária do sonhador e sua capacidade de endividamento.
Neste quesito, estou entre o sonhador delirante e o realista desesperado.
E você?
17 dezembro, 2005
Matéria de memória:
Não aquela poesia "escolar" aprendida no Grupo Escolar Desembargador Drummond, lá de Nova Era, terrinha mineira e simpática às margens do Rio Piracicaba....
Falo de quando minha cabeça foi se abrindo para o mundo mundo vasto mundo, nas aulas de Literatura Brasileira, no antigo Colégio do Caraça.
Tio Ismar tinha um modo especial de me presentear: foi-me dando, aos poucos, os livros de Monteiro Lobato, desde O Sítio do Picapau Amarelo até História do Mundo para as Crianças. Como eu viajava naquelas narrativas...
Tenho outras histórias com o Tio Ismar: deu-me o primeiro método para aprender piano, o Schmmol; levava-me a passear na Capital e, com ele conheci o asfalto (que ele brincava de chamar "chão preto"); levou-me a almoçar num restaurante "giratório", onde fiquei entre a comida deliciosa e o assombro diante das mesas que, literalmente, davam uma volta completa sobre o salão!!!
Pois bem, o tio atendeu meu pedido e enviou-me um exemplar da Antologia Poética, de Drummond. A correspondência passava na "censura prévia" do padre disciplinário (como casam os padres, este já se casou, também). Chamou-me ao seu gabinete, senho franzido, aspecto grave, tom de preocupação:
"-Meu filho, olhaqui, chegou um livro prá você, de um poeta muito esquisito!".
Impetuosamente lancei mão do livro recém desembrulhado, sobre a mesa.
"-Não! quero comentar com você algumas coisas: veja essa poesia aqui... nem sei se é poesia".
Leu no meio do caminho tinha uma pedra..., "isso parece coisa de ateu, meu filho, sem esperança!".
Selecionou outro poema, A Mão Suja. Escandindo bem as palavras, voz de mistério, reticente:
"- Minha mão está suja.
Preciso cortá-la.
Não adianta lavar.
A água está podre.
Nem ensaboar.
O sabão é ruim.
A mão está suja,
suja há muitos anos."
"-Tá vendo, meu filho? isso não é coisa para um jovem puro e inocente como você. O autor está incentivando a masturbação! Isso vai desviar você do bom caminho!".
Dito isso, guardou o livro sob chave, numa gaveta da escrivaninha.
Desde então, nunca mais vi a Antologia Poética do Drummond!
Minha mãe, sabedora do meu gosto pela literatura e pelo poeta itabirano, passou a me enviar, semanalmente, recortes do jornal Estado de Minas, com as crônicas e poemas do poeta C.D.A.! Mãe é mãe.
Até que, saindo do Colégio, com um dos meus primeiros dinheirinhos, logo comprei aquele livro e muitos outros.... Só então, após anos, pude, enfim, usufruir do "presente" do Tio Ismar!
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Atualização:
Hoje, domingo (18), mais um show do
Chapéu Panamáno Calle Pub (Seis Pistas, próximo ao Biocor - saída para Nova Lima). Samba de raiz com a "nova guarda do samba". Vamos?
15 dezembro, 2005
Museu de Artes e Ofícios
14 dezembro, 2005
12 dezembro, 2005
“Cansei de ser moderno, agora quero ser eterno"
O mundo contemporâneo direciona o sujeito e sua racionalidade, dominando sua subjetividade e sua natureza. A vida moderna está sendo programada em função de interesses que rompem com o modelo clássico da existência humana. Para tanto, ela requer sujeitos dóceis, que se submetam aos imperativos sistêmicos da tecnoeconomia.
O ser humano poderia viver mais livremente, segundo a psicanalista, na medida em que exerça o fantasiar e o sonhar. Mas adverte:
Para nos tornarmos bons de fantasia, é preciso desejar mais com o coração e menos com o bolso.
Com tantos objetos de consumo oferecidos como garantia de felicidade total, o homem contemporâneo não tem tempo de desejar, apenas de correr atrás, compar, comprar e comprar:
Vivemos o sentido único, o sentido dado pelo mercado, pelo discurso da ciência e do capitalista. O mal-estar hoje está em se deixar contaminar pela narrativa do medo, do individualismo e do dinheiro.
Além disso, marca de nosso tempo, há as promessas de um corpo perfeito, saúde perene, beleza sublime. As academias, os cosméticos e os medicamentos estão aí como qualquer outro produto. Vai querer?
Acredito que quem teme tanto a morte é porque não acredita no poder da vida. Vive a vida de forma fraca, fragmentada. A vida, a idade, tudo vai. Vaidade. Viver a vida com medo da idade é tenebroso. O temor exacerbado da velhice revela a precariedade do ser humano, quando esse se ocupa pouco em explorar os subterrâneos de seu inconsciente, do saber mais de si. A ocupação com o corpo carne aponta para o descaso com o corpo erógeno, o corpo psíquico. Existe uma parte da vida que está sendo abandonada em função da obsessão pelo falso prazer. A vida que deixamos de esculpir com aos livros, romances e contos. A vida que está sendo forjada nas academias e nas drogarias é um pastiche, um simulacro. O eu moderno é perfeito por fora, oco por dentro e pode se perder em qualquer esquina...
Quase não há mais lugar para a poesia em nossas vidas. O ruído das músicas, do tilintar das máquinas conta-níqueis, da televisão e dos anúncios não permite reflexão, tempo de digerir idéias e fruir metáforas:
Acreditamos mais na televisão que nos livros. Nossa poesia é exibir bundas e seios siliconados.
A saída, onde está a saída? Carlos Drummond de Andrade é convocado a responder:
“Cansei de ser moderno, agora quero ser eterno”.
11 dezembro, 2005
De volta pra casa

Por melhor que tenha sido o passeio, o retorno ao habitat proporciona sensação de aconchego, segurança, como um barco que ancora em porto seguro.
Chegar em casa, após uma viagem, tem seus rituais: abraçar os filhos, contar as peripécias, dar notícias dos amigos, desfazer as malas, tomar banho, respirar e suspirar: "lar, doce lar!".
Se, há algum tempo, mandar revelar as fotos adiava o momento de rever as cenas e pessoas encontradas durante o passeio, hoje o comum é correr ao computador e "descarregar" a câmera digital.
São imagens de significado absolutamente pessoal, que nos fazem rememorar momentos significativos, sorrir à lembrança de fatos engraçados, comentários, trocas afetivas, paisagens marcantes.
Somos todos "passageiros" desta vida. As fotos prometem uma permanência impossível, porisso são tão importantes. Como diria o poeta Drummond, numa circunstância outra:
"Nunca me esquecerei destes acontecimentos, na vida de minhas retinas tão fatigadas..."
08 dezembro, 2005
B R A S Í L I A !
Hoje é feriado em B.Horizonte, festa da padroeira da cidade (N.S. da Conceição). Nada como enforcar a 6a. feira, que ninguém é de ferro, né?

A competição entre as empresas aéreas está derrubando os preços! Pela TAM e GOL, encontrei passagens de R$ 203, a pouco mais de R$ 400.
06 dezembro, 2005
OS BISCOITOS NATALINOS DA AMÉLIA
Hoje, uma pequena amostra de seus dotes artísticos: confeccionou uma série de Biscoitos Natalinos, todos confeitados, nos mais diversos formatos.
Foram para a festa da Ledinha, namorada do Leo.
Se os convivas provaram a delícia produzida pela Amélia, nós podemos compartilhar, aqui, sua beleza.
Com biscoitos tão lindos e deliciosos, impossível não acreditar no Natal...
03 dezembro, 2005
BLOGS EM FAMÍLIA

Vá lá, confira e vote! O filho aqui agradece.
Mais uma do Soié: ele foi homenageado no blog da Meire, Pensamentos e Poesias, com direito a foto e tudo!

A turma convida para um show amanhã, domingo, dia 4.12.05, no Pau&Pedra, Av. Getúlio Vargas, esquina com Afonso Pena.
Vai ter samba de qualidade e muita animação a partir das 19h.
"Quem não gosta de samba, bom sujeito não, tá ruim da cabeça ou doente do pé!"

02 dezembro, 2005
Franz Kafka: Aforismos em Virtual Book
Hoje, descobri, no Virtualbooks do portal Terra, a obra póstuma 28 Aforismos, que pode ser baixado no seu computador ou lido na telinha.
01
O caminho verdadeiro segue por sobre uma corda, que não está esticada no
alto, mas se estende quase rente ao chão. Parece mais determinado a fazer
tropeçar, do que a ser transitável..
02
Todos os erros humanos resultam da impaciência, uma ruptura precoce do
metódico, um aparente bloqueio das coisas aparentes.
03
Há dois pecados humanos capitais, dos quais se derivam todos os outros:
impaciência e indolência. Por impaciência foram os humanos expulsos do Paraíso;
por indolência não regressaram. Entretanto talvez haja somente um pecado
capital: a impaciência. Por impaciência foram expulsos, por impaciência não
regressaram.
04
Muitas sombras de gente já falecida ocupam-se somente em lamber as ondas
do rio dos mortos, porque ele se origina de nós e conserva o gosto salgado de
nossos mares. Então o rio, tomado de nojo, cria uma corrente contrária e empurra
os mortos novamente à vida. Daí eles ficam felizes, entoam canções de
agradecimento e acariciam o rio rebelde.
05
A partir de um certo ponto não há mais retorno. Esse é o ponto que deve ser
alcançado.
Para os fins-de-semana chuvosos, nada melhor do que ler e escutar música, a não ser que você prefira os faustões, pânicos, gugus e ratinhos da TV... (tudo com letra minúscula, de propósito).
29 novembro, 2005
É tempo de balanço
28 novembro, 2005
CULTURA DE ALMANAQUE
- Ah! poderia ter feito isso e aquilo...
- Se eu soubesse...
Imediatamente as promessas de mudar de vida, adquirir novos hábitos vêm atenuar a dor:
- Daqui pra frente tudo vai ser diferente!
- No próximo ano...
Na minha infância, uma das minhas expectativas de final-de-ano era receber o Almanaque Fontoura. Ávido por novidades, divertia-me com a Carta Enigmática, que combinava desenhos, letras e outros sinais gráficos oferecidos à decifração do leitor. Um sol + um dado significava soldado, por exemplo.
Foi há pouco tempo que descobri como surgiu o tal Almanaque:
Cândido Fontoura, farmacêutico formado em 1905, em São Paulo, usou sua curiosidade de pesquisador ao criar um tônico para a sua esposa, que tinha saúde bastante frágil. A fama da bebida se espalhou e motivou outras pessoas a procurá-la. O tônico foi batizado de Biotônico Fontoura, por sugestão de Monteiro Lobato. Na época, a endemia que atacava a população era a ancilostomíase, tão bem caracterizada por Monteiro Lobato no "Almanaque do Jeca Tatu", editado pelo Laboratório do Dr. Fontoura. O biotônico fornecia o ferro necessário à reconstrução da hemoglobina devorada pelo Ancilostomus duodenali, produtor do mal da terra ou amarelão. O almanaque ensinava em palavras simples, como ocorria o ciclo do mal da terra e através do Jeca Tatu...
Havia previsão do tempo, receitas, conselhos, propaganda dos medicamentos produzidos pelo Laboratório Fontoura, histórias em quadrinhos, diversões, palavras cruzadas, etc. Sua distribuição era gratúita, atingindo a muitas pessoas, que passavam a se utilizar dos conhecimentos adquiridos em suas páginas. Daí a expressão: cultura de almanaque.
As curiosidades divulgadas pelo Almanaque Fontoura eram motivo para discussões, apostas, demonstração de conhecimento:
- Qual a montanha mais alta do mundo?
- Qual o homem mais alto?
- Quantas corcovas tem o camelo?
25 novembro, 2005
DIA INTERNACIONAL DE NÃO-VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Hoje é o
Dia Nacional Internacional
de Não-Violência Contra a Mulher.
Denise Arcoverde organizou postagem coletiva sobre o tema.
Há muitos links e depoimentos importantíssimos.
Visite o blog da Denise Arcoverde!
24 novembro, 2005
Atualização: Show Cancelado!
O DAAB CANCELOU O SHOW...
Convite aos blogueiros de BH (*) e adjacências:
22 novembro, 2005
Cultuar o corpo: desafio para a "mulher-de-meia-idade"
Quando se fala em culto ao corpo, pensa-se logo no massacre que as mulheres adultas sofrem diante dos modelos de beleza e saúde propostos pela mídia. Tudo gira em torno da beleza física, em detrimento de outros valores.
Há uma verdadeira enxurrada de publicações, out-doors, propagandas televisas e espetáculos do show business nos quais os corpos jovens, magros, belíssimos são presença constante em todos os veículos de comunicação.
O mundo das aparências e do espetáculo para o qual as mulheres são convidadas a participar, sob pena de não serem reconhecidas como "pessoas existentes" é cruel. Basta acompanhar a "troca" das beldades expostas nas capas das revistas "masculinas": a cada mês surgem novas divas da beleza, classificadas sempre como "a mulher mais sexy do mundo"... Algumas semanas depois e nem nos lembramos mais de quem foi a capa da Playboy anterior: vem aí nova edição, e mais outra. Tudo descartável.
Na Revista de Cirurgia Plástica Estética (Aesthetic Plastic Surgery) de outubro/2004 os cirurgiões plásticos mexicanos Ramon Cuenca-Guerra e Jorge Quezada descrevem 5 tipos de defeitos nas "bundas" femininas e se propõem a consertá-las para obter "volume e projeção proporcionais ao resto do corpo". Nome do artigo: O que torna um traseiro bonito? (What makes buttocks beautiful?)
Criou-se um mercado bilionário, quase um shopping a vender consertos por meio de tecnologia médica, quer seja por depilação a laser, injeções de botox, liftings químicos e cirúrgicos da face/pescoço, quer seja por correções do nariz, implantes de mama, cirurgia para correção da região glútea e lipoaspiração.
Aquilo que seria a evolução natural da natureza tem sido visto como defeito a ser consertado, a partir de um modelo de normalidade baseado na aparência das adolescentes em flor.
Deve-se reconhecer, é lógico, que alguns pressupostos do que chamamos culto ao corpo têm imenso valor na qualidade de vida de todos: alimentação saudável e exercícios físicos como fatores de melhor qualidade de vida. A manutenção e conquista de um corpo saudável é mesmo de uma necessidade contemporânea, em face do sedentarismo e sobrepeso de grande número de pessoas. Mas esse argumento sucumbe diante dos imperativos da beleza.
As mulheres adultas - "mulheres-de-meia-idade" (seja lá o que isso quer dizer) - estão vivendo preocupações excessivas com dietas e cirurgias plásticas.
Pode parecer preocupação descabida numa sociedadade tão desigual, em que grande parte dos cidadãos vive abaixo da linha de pobreza e não se podem dar ao luxo de escolher o que comer.
Entretanto...
Existe, já, um problema de saúde pública, epidemiologicamente importante, com os seguintes indicadores:
• Aproximadamente 43 milhões de mulheres adultas, nos Estados Unidos, estão fazendo dieta para perder peso em algum dado momento; outros 26 milhões estão fazendo dieta para manter o peso. A insatisfação com a imagem corporal na meia-idade aumentou dramaticamente, mais do que duplicou, de 25%, em 1972, para 56%, em 1997.
• Quando perguntadas sobre o que as incomoda em seu corpo, um grupo de mulheres, com idades de 61 a 92 anos, identificou o peso como a maior preocupação;
• Mais de 20% das mulheres com 70 anos ou mais estavam fazendo dieta, embora o peso mais alto traga um risco mais baixo de morte naquela idade e a perda de peso possa realmente ser prejudicial;
• em 2003, um terço das internações em centro de tratamento especializado para transtornos alimentares era de mulheres com mais de 30 anos de idade;
• Sessenta por cento das mulheres adultas se envolvem em controle patológico do peso;
- 40% restringem sua alimentação;
- 40% comem em demasia;
- somente 20% são “comedoras” instintivas;
- 50% dizem que sua alimentação é desprovida de prazer e lhes causa sentimento de culpa;
Esses dados demonstram que "a pressão para buscar o corpo perfeito persiste funcinando para distrair as mulheres de questões mais significativas da vida".
As consequências danosas são detectadas no aumento de doenças relacionadas com a auto-estima, ao humor (depressão) e ao relacionamento interpessoal. Já se pode falar numa "crise da meia idade" análoga à "crise da adolescência". As mulheres enfrentam desafios novos:
- competição pelo mercado de trabalho;
- desempenho concomitante das tarefas tradicionalmente femininas;
- realização da pulsão sexual (como se manter sedutora? como despertar o desejo masculino?).
Reduz-se, cada vez mais, a questão da qualidade de vida (saúde plena, paz emocional) para a questão da aparência.
Leia mais neste site: NeuroPsicoNews, patrocinado pela Libbs.
21 novembro, 2005
Um arraso total! Gente saindo pelo ladrão do Black Diamond: juventude bonita, sambando ao som do verdadeiro samba de raiz. E os papais aqui, babando, babando... Amélia e eu orgulhosos do filhotes Ângelo e Leonardo. Ana Letícia tietando os manos.
Olhaí as fotos:

18 novembro, 2005
B o b a g e m ?
16 novembro, 2005
Guia prático para resolver TODOS os problemas

Os salafrários cometem suas estripulias e escondem. Até que alguém os denuncia e vão parar nas páginas marrons da Veja ou da Isto É. Negam peremptoriamente:
- "Tenho absoluta convicção de que isso não é verdade!".
Mas as provas aparecem:
- "Não fui eu, foi o Marcos Valério".
Este, por sua vez, recomeça a ciranda de mentiras:
- "Tudo foi empréstimo para o PT.".
Os políticos emendam:
- "Usei caixa dois, mas quem não usou?".
Você?
Nós?
15 novembro, 2005
A arte da convivência
Uma delas é a forma como ele se comunica com os outros, o que acontece através do cheiro e das mudanças das expressões facial e corporal.
Num primeiro contato, é comum que ele cheire o bumbum do outro. É esse cheirinho que os identifica e determina se o relacionamento será amigável. Geralmente, isso ocorre entre aqueles que ainda não chegaram na puberdade.
Se por alguma razão o cheiro não agradar, um tenta ameaçar o outro. E se um dos dois se sentir dominado, abaixa a cabeça ou vira de costas e expõe a genitália.
Isso demonstra que não se quer brigar. Quando um concorda com a rendição do outro, o relacionamento pode ser amigável.
Fique ligado nessas reações. A sua interferência, nesse momento, não é aconselhável e pode precipitar uma briga.
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Neste site você tem boas dicas para o bom relacionamento. Por que será que os humanos não aprendem com os cães?
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Ontem, 14nov, foi o Dia Internacional do Diabetes.
Lucia Malla, do outro lado do mundo, tem um post excelente sobre o tema, além de dar links preciosos.
Diabéticos passam juntos o fim de semana para trocar experiências. É permitido até comer chocolates, sob o olhar cuidadoso dos médicos |
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13 novembro, 2005
C y b e r a d d i c t i o n
No meu consultório, tenho recebido pessoas que passam horas diante do micro em suas horas de lazer, quando estão em casa. Existem aqueles cuja fissura é tão irresistível a ponto de deixarem de lado o convívio familiar ou social. Alguns se dedicam aos games, outros aos chats (MSN), ao surf ininterrupto pela web, etc.
Um de meus clientes perdia aulas na faculdade e deixava de ir a festas com amigos para entreter-se no Orkut. Apavorado com a possibilidade de perder o semestre pelo número de faltas, resolveu:
- Doutor, estou muito feliz, decidi me suicidar.
- Como assim? Que aconteceu?
- Vai ser hoje à noite, já avisei aos meus 364 amigos...
- ???
- É, vou fechar minha conta no Orkut, doutor. Vou fazer meu orkuticídio.
- Ah!, bom!
- Estou tão feliz... não foi uma decisão fácil, mas perdia tempo demais.
- Pois que seja feliz, meu caro.
- Será que resisto?
Ano passado, a FolhaOnLine publicou um mini-teste para você saber se é um cyberaddicted, um viciado em internet:
Teste: Veja se você é viciado em internet
- Apresentar tolerância (necessidade de aumentar cada vez mais o tempo de uso da internet para obter a mesma satisfação)
- Apresentar abstinência (após diminuir ou cessar o uso, sentir efeitos como ansiedade, tremores, agitação, movimentos voluntários ou involuntários dos dedos, pensamento obsessivo sobre o que está acontecendo na internet, fantasias ou sonhos sobre a internet)
- Usar a internet para aliviar ou evitar os sintomas da abstinência
- Usar a internet mais freqüentemente ou por mais tempo do que havia planejado
- Gastar tempo significante com atividades relacionadas à internet (ler livros on-line, descobrir novas páginas, fazer compras, reservar ingressos de cinema --o mundo parece só funcionar por meio da internet)
- Desistir ou reduzir atividades recreativas, sociais ou profissionais por causa da internet
- Correr o risco de perder relações significantes, trabalho ou oportunidades na carreira e aulas por causa do uso excessivo da internet
* Teste desenvolvido pela Associação Psiquiátrica Americana
Para ser considerado um dependente de internet é preciso apresentar três ou mais desses critérios por pelo menos um ano
Pesquisas mais recentes apontam novos sintomas: cansaço ou irritabilidade, utilizar a internet como forma de escapar de problemas, mentir para familiares e amigos sobre o grau de envolvimento com a internet.
O tratamento consiste em algumas medidas comportamentais:
1. reconhecimento da pessoa de que é um cyberviciado;
2. afastamento dos ambientes desencadeadores da compulsão;
3. redução progressiva do tempo de exposição ao computador;
4. apoio familiar;
5. busca de atividades gratificantes fora do ambiente habitual;
6. perseverança.
Em casos mais difíceis:
1. Psicoterapia
2. Uso de medicamentos para ansiedade e/ou depressão.
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PS1: agradeço a D. Afonso pela dica. Seu blog é visita obrigatória!
11 novembro, 2005
É melhor ser alegre do que triste
- Eu? eu sou duro, não sei dançar....
Não saber dançar era exatamente o motivo que eu teria, não?
Fui, pois, assistir à segunda aula, no salão do Barroca Tênis Clube, bem em frente ao apartamento onde morávamos. Contagiaram-me a animação do grupo e o som balançante dos boleros tradicionais, executados pelas orquestras gravadas ainda nos discos de vinil e remasterados nos CDs: "Billy Vaughn", "Ivalnildo, Sax de Ouro", "Xavier Cugat", "Glenn Miller", "Românticos de Cuba", "Ray Conniff", "Orquestra Tabajara" entre outros. Era muita breguice... mas era delicioso! Aderi imediatamente e aquela atividade se tornou lazer semanal, compromisso inadiável e insubstituível.
Aos amigos que se espantavam e, não sem ironia, interrogavam-me a respeito de minha animação, respondia:
- Marido de mulher-que-dança, se não dança, dança!
Com efeito, Amélia era e ainda é dançarina de primeira categoria, disputada pelos professores e pelos colegas do grupo.
Nos finais de semana íamos a algum lugar que tivesse baile e nos esbaldávamos! De minha parte, com as professoras e, principalmente, com Amélia, meu par constante, fui me aperfeiçoando. Modéstia à parte, cheguei a ser considerado um pé-de-valsa (hehehe).
Dois pra lá, dois pra cá era o passo básico: aprendi a rodopiar, a jogar a dama para cima, fazer volteios e muitos outros.
No meu aniversário, organizamos a festa com o nome de Brega's Night Club, na qual os colegas do curso, juntamente com os professores, demos um show: Amélia foi a "dançarina" da noite, um sucesso que muito me orgulhou. Alegria, animação, música e dança... dançar é, realmente, uma terapia.
Belo Horizonte, na época, abrigava duas "gafieiras" tradicionais: o Elite e o Estrela. Frequentávamos ambas.
Amigos de outros estados e até estrangeiros, que por aqui passaram, conduzi ao Estrela, principalmente, para assistirem aos shows dos dançarinos "da casa".
Certa vez, o reitor da Univesidade de Barcelona (Espanha) e o diretor da sua Faculdade de Psicologia, que ciceroneei por aqui, ficaram de queixo caído. Vibraram!
Outra vez, ao retornar de um Congresso de Psicodrama em Juiz de Fora, encontro em meu apartamento o casal amigo (o Fernando e a Walkíria), recém chegados de João Pessoa-PB para passar uns dias conosco. Amélia, ao me abraçar, disse-me:
- Nossa, como você emagreceu nestes 5 dias!
De pronto respondi:
- Também pudera, dancei todas as noites!
- Com quem você dançou?, perguntou o Fernando, se Amélia ficou aqui?
- Com as colegas do congresso... umas dezessete!
O casal ficou assustadíssimo e perguntou à minha mulher se não tinha ciúmes. Logo expliquei:
- Quem dança com dezessete não fica com nenhuma!
Dançar é um ato de prazer compartilhado: enlaçados e imersos na música de rítmos bem marcados (samba, bolero, fox-trot, twist, cha-cha-cha...) temos momentos de felicidade, alegria, bom humor, relaxamento. Alguém definiu a dança como o pretexto para um longo amplexo!
É isso aí, "é melhor ser alegre do que triste", nos ensinou Vinícius de Moraes no Samba da Bênção!
10 novembro, 2005
Três conselhos, dois adendos e uma ordem

1. Nunca tome atalhos: Atalhos escondem perigos e armadilhas que podem ser mortais.
2. Nunca tenha curiosidade sobre o mal: Suas descobertas podem ser fatais.
3. Nunca tome decisões sob forte emoção: Suas decisões podem acarretar consequências terríveis.
Adendos: 1. Desconfie dos conselhos e dos conselheiros: Conselhos são fáceis de dar, difíceis de praticar e a responsabilidade por seus efeitos são de quem os segue, não de quem os dá.
2. Confie em Deus. Mas tranque o carro.
Ordem: Seja livre! Faça o que quiser com os ítens anteriores.
09 novembro, 2005
À mesa com os chefs europeus
- O Daniel (namorado) e eu queremos almoçar aí hoje... o que tem para o almoço?
Explicamos que já era quase meio-dia.
- Não tem problema, também nos levantamos agora.
- Pois venham, lá pelas 16h.
Amélia me pergunta:
- O que faremos?
- Não tenho a melhor idéia...
Foi aí que ela se lembrou dos filés de atum que aguardavam ocasião especial. Os chefes europeus nos socorreram: filé de atum com vinagre balsâmico, acompanhado de vagens, azeitonas pretas e tomates em gomos.
Entusiasta do jovem inglês Jamie Oliver, cujos truques culinários faz sucesso no GNT, Leo - o caçula - ajudou-nos a grelhar os medalhões de atum.
A iguaria foi servida sobre uma cama de batatas. Agregamos um ramo de alecrim, cultivado na floreira de nosso apartamento.

Daniel e Ana adoraram. Amélia se deliciou. Sou suspeito pra falar, mas reconheço que acertamos!
Já está virando tradição essa mania de fazer um prato mais elaborado aos domingos. Quase todos participam e a refeição tem-se tornado um verdadeiro ágape.