30 setembro, 2004

Felicidade Total!

A notícia me pegou durante o almoço de hoje: Travesseiro é o "namorado perfeito"

"Designers japoneses inventaram o que está sendo considerado por muitos
como a solução perfeita para as mulheres solteiras: o travesseiro namorado.
O travesseiro é o parceiro ideal porque ele não ronca, não puxa as cobertas
- não vai dormir em lugares e com quem não deve.
Cada travesseiro vem com duas capas em rosa e azul,
que podem ser lavadas e passadas pela "namorada dedicada".
Além de tudo, o travesseiro-namorado funciona como um relógio despertador,
vibrando de cima a baixo para acordar a companheira.
Um porta-voz do fabricante afirma
que o travesseiro tem sido um sucesso absoluto de vendas,
tanto que a empresa está trabalhando com uma lista de espera.
"-Mulheres de todas as idades estão fazendo fila no quarteirão para levar um destes", disse.
O travesseiro pesa 20 quilos e está disponível apenas no Japão.
Mas já existem pedidos do exterior."
Lembrei-me, na hora, de um post anterior, Namorada Virtual e pensei:"-Pronto! agora o problema da solidão está resolvido: os homens com sua virtual girlfriend e as mulheres com seu pillow boyfriend!

Eis o paradigma da comtemporaneidade: o imperativo do prazer [drogas], o gozo garantido ["viagras"], o sexo perfeito [técnicas performáticas], a vida como espetáculo [reality show], a pílula dourada [aparência, semblant]. No final, será que a felicidade está ali onde se promete encontrá-la?

Imagine um kinder ovo sem a surpresinha dentro! O fato de se ter um travesseiro que te abraça ou um gadget no telefone celular para ser cuidado pode ser um produto qualquer. A questão é a promessa contida na embalagem, impossível de ser cumprida. O marketing quer nos atingir nas mais profundas necessidades: afeto, emoção, laço social, medo do abandono... Daí a utilização da palavra mágica, namorado(a).("Mágica" porque atinge o desejo humano mais inconsciente: desejo de SER AMADO!: A surpresinha - faltante - dentro da embalagem! O kinder ovo está, irremediavelmente, oco!

Adoramos ser enganados, ávidos de felicidade completa, fazendo semblant de que tudo vai bem, a correr atarantados em busca do elixir da felicidade. Somos inseridos (ou coagidos) a cair no maior conto-do-vigário de todos os tempos: -"Compre, nós temos a solução para todas as suas carências".
Já não importa o que somos, sob o império do Deus Mercado. Não é necessário esforço, não é necessário trabalhar suas dificuldades pessoais, seus conflitos, suas dúvidas. Não é necessário aperfeiçoar-se, crescer como ser humano. Não, não! Basta ter dinheiro, money, tutu, la plata. Seja um consumidor e seja feliz!

Ou, pelo menos, faça-de-conta, como diz Marc-Lavoine, em sua chanson:
Fais semblant, fais semblant
Fais semblant, Même si tu ne m'aimes pas, même pas
Maintenant
Pour sauver ce qui nous reste de vivant
Au moins prétends
Ne pas rester que pour l'argent, tu entends
Ou alors, ou alors disparais vraiment
Fais semblant, fais semblant
Fais semblant, fais semblant
Même si tu ne m'aimes pas, même pas
Fais semblant, fais semblant
Même si tu ne m'aimes pas, même pas
Fais semblant, fais semblant

28 setembro, 2004

Poema minúsculo

BH, 35°
O sol está quente, quente:
Com razão duvida o padeiro
se a vida se torna um inferno
ou um forno mal regulado.
[Cláudio Costa]

22 setembro, 2004

Na morada dos índios

"O que levaria uma mulher de 24 anos, estudante de letras, que gosta de dançar reggae, ir ao teatro e ler bons livros, a abandonar a cidade grande para viver com índios no Alto Xingu?"
Com essa pergunta, assim começa a reportagem publicada hoje no Estado de Minas, acerca de Andréia Duarte, mineira de 24 anos. A mocinha está morando, há 4 anos, com os índios tupis-guaranis, no coração do Brasil, numa aldeia próxima de Água Boa-MT.
Lembrei-me imediatamente de uma reportagem do Jornal do Brasil, na qual se afirmava que ela estaria apaixonada pelo cacique Kotoki, o que a teria arrastado para fora da "civilização". A fantasiosa história já a colocava como a quarta esposa do cacique!
Hoje, Andréia explica: "Não sou índia, não quero me tornar índia. Respeito aquele povo. Não vivemos (os brancos) como se soubéssemos que um dia vamos morrer. Estamos numa época em que as pessoas se prendem ao corpo, à estética, ao dinheiro. Você até ouve falar sobre as camadas pobres da população, mas ninguém faz nada por elas. Quero ter atitude, mesmo que seja ali, numa tribo de 300 pessoas. Esta é a minha fé. É uma luta por uma causa, não um romance. Eu, ele (Kotoki) e o pai dele conversamos sobre o assunto (boatos do casamento), achamos uma pena que, com tanta coisa importante para ser dita sobre os povos indígenas, as pessoas queiram falar sobre isso."
Escolheu a aldeia porque era a única que não possuía escola. Criou uma.
Isso serve prás cabeças, pensei: Não sei quem aprende mais, se os curumins [etim. tupi kunu'mi ou kuru'mi = 'menino, rapaz novo ou jovem'] ou ela mesma - e através dela, nós aqui, ditos civilizados.
Alguns exemplos citados pela Andréia:
  • Cultura: "costumo dizer que os kamayura são índios aristocratas. Eles não se assentam encurvados, não falam alto, não têm discussões entre si. Não são preguiçosos, chegam a ficar 6 meses construindo uma casa, pescam diariamente e plantam tudo que comem."
  • Sexo e casamento: "Os homens têm a função de construir a casa, plantar a roça. As mulheres colhem e buscam a água. Eles assam o peixe e elas fazem o polvilho. Tudo é muito organizado. Eles podem se casar com quantas mulheres quiserem e, muitas vezes, o casamento acontece para que haja divisão do trabalho. Transam por prazer, adoram sexo. Acho que o brasileiro parece ter herdado isso do índio."
  • Catarse coletiva: "Há um ritual em que as mulheres passam a noite xingando os homens. Já participei e adorei. Às vezes eles acham ruim, correm atrás das mulheres e jogam mingau na gente. Em outro ritual, eles dão o troco."
  • Ciúme: "Existe sim, mas não se separam por isso; as mulheres também pulam a cerca. São todos parentes e decidem quem pode se ralacionar com quem".

O Cacique Kotoki tem defendido a preservação da natureza, sendo que a principal preocupação dos índios do Xingu é com o desabastecimento de água. “As fazendas de soja desmatam e poluem as águas dos rios com os agrotóxicos”, denunciou Kotoki, o cacique da aldeia Kamayurá.
E ainda tem gente que, ao se referir a alguma coisa ruim, diz: -"Programa de índio!".Eu cá me pergunto: será?
A mineirinha Andréia disse que vai se tornar antropóloga. Só a entrevista já valeu por uma aula, não é?

19 setembro, 2004

Qual o seu preço?

Se me causara espanto, semana passada, a notícia acerca de um cachorro que teria puxado o gatilho de um revólver e atirado contra o homem que o agredia (!), imagine o que senti, ao ler o seguinte:
Um pastor português, 49 anos, comprou uma mulher por 2,5 mil euros + 15 cabras! Chama-se Diamantino Curtinhas, o tal pastor. O problema é que não recebeu a "mercadoria" conforme lhe prometeram os vendedores. Armou-se de uma carabina, pediu uma burra emprestada e foi à caça da moça de 22 anos, de nome Mariza Fernandes. Com o negócio feito no Carnaval, só há pouco tempo é que Diamantino Curtinhas encontrou a escolhida Marisa. O duo de negociantes lhe disseram que a "mercadoria" chamava-se Andreia e morava em Mesão Frio. O pastor, que já é casado e tem três filhos, foi reclamá-la de caçadeira em punho, barricando-se numa garagem em frente à habitação da jovem. Os vizinhos de Diamantino Curtinhas estão revoltados e indiganados com o engano de um "homem bom e pronto a ajudar" que apenas possui uma fraqueza: as mulheres.
Pois é, ao invés de querer justiça pelas próprias mãos (afinal ele "tinha direito", pois pagou e não levou), deveria ter ido ao PROCON - ou em Portugal não tem dessas coisas? Coitado do bom homem (assim pensam os vizinhos...).
Talvez este fato não seja lá tão espantoso, pois me recordo de uma amiga recém chegada do Marrocos. Contou-nos, quase orgulhosa, que seu marido recebera a proposta de trocá-la por duas garbosas camelas, mais alguns tapetes, de bônus...
Será que isso ocorre por aqui, também? Por quanto as pessoas estão se vendendo?
Nas eleições próximas, quantos eleitores se vendem (vendem sua ideologia, suas crenças, seu voto) a um candidato em troca de camiseta, um churrasco ou pela promessa de benefício qualquer, "caso eu seja eleito"?
E você, qual o seu preço?
Êta mundão, sô! Ah! você quer ler a notícia completa? Clique aqui.

15 setembro, 2004

Déficit de Atenção e Hiperatividade

Grande número de pessoas, em torno de 3% a 6% da população infantil e 2% da adulta, tem dificuldade para se concentrar, relaxar, ficar quieto e, consequentemente, apresenta baixo desempenho escolar, comprometimento afetivo-social e, na vida adulta, dificuldades conjugais e laborais. Parece uma estatística exagerada. Entretanto, pesquisas feitas no Brasil e nos outros países confirmam este número. Descartando-se problemas físicos e outros transtornos emocionais (psiquiátricos), a causa mais frequente do quadro de desatenção e hiperatividade chama-se Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH).
É uma doença da moda? Não. Na verdade, as revistas semanais e os principais jornais, até mesmo a TV, têm feito reportagens sobre o assunto, provavelmente porque a indústria farmacêutica está lançando alguns medicamentos novos (ou em nova apresentação) para tratar os portadores de TDAH.
Essa constatação, no entanto, não invalida a preocupação dos educadores, psicólogos e psiquiatras com o transtorno, pois, segundo a Academia Americana de Medicina, o diagnóstico e tratamento deste quadro está muito bem estabelecido, com validade superior à de muitas doenças físicas:
- é a condição mórbida crônica de maior prevalência em crianças na idade escolar;
- é o distúrbio neurocomportamental mais comum na infância;
- cerca de 40% das crianças portadoras, não tratadas, evoluem para abuso de drogas, comportamentos antisociais e de risco, na adolescência;
- o transtorno persiste até a idade adulta, com sérias consequências.
O quadro clínico pode ser predominantemente de Desatenção, de Hiperatividade, de Impulsividade ou, ainda, um misto disso tudo. O diagnóstico é clínico, quer dizer, não depende de exames laboratoriais (sangue, eletroencefalograma, imagens).
Desatenção - os principais sintomais são estes:
- dificuldade a prestar atenção, descuidar das atividades escolares e profissionais, parece não escutar o que se lhe diz, não seguir instruções, não terminar tarefas escolares ou deveres profissionais, dificuldade em organizar tarefas e atividades, evitar envolver-se em atividades que requeiram esforço mental constante, perder coisas, distrair-se facilmente...
Hiperatividade - eis os principais sintomas:
- agitar as mãos, tamborilar frequentemente, mexer-se nas cadeiras, balançar pernas e pés, abandonar o assento em momentos inadequados, correr incessantemente quando não apropriado, dificuldade em se envolver silenciosamente em atividades de lazer, estar frequentemente a "mil", como se fosse movido por um motorzinho, falar demais...
Impulsividade - caracteriza-se por:
- frequentemente dar respostas precipitadas antes das perguntas serem concluídas, apresentar constante dificuldade em esperar a vez (em filas, por exemplo), interromper ou meter-se em assuntos de outros, irritar-se rapidamente quando algo não vai bem, não tolerar frustração, envolver-se em brigas, apresentar comportamentos opositivos com frequência...
Como se pode ver, uma criança, adolescente ou adulto com TDAH terá dificuldades nas áreas principais de sua vida: acadêmica, relacional e profissional.
Sobre este tema, já escrevi um post anterior. Fui mais objetivo neste atual, pois estou preparando um curso sobre o assunto, promovido pelo Ciclo-Ceap. Será no próximo sábado, dia 18, de 9h às 18h.
- Um ótimo site, em português, sobre o assunto, é o da ABDA.

07 setembro, 2004

Namorada virtual

Li esta notícia no Estado de Minas de hoje: A empresa Artificial Life, de Hong Kong, desenvolveu um novo jogo que inclui uma namorada virtual. A empresa diz que a moça vai aparecer como uma figura animada na tela de vídeo do telefone celular... Todas as namoradas virtuais vão ter a mesma aparência – mas cada uma delas se comportará de maneira diferente – dependendo de quanto dinheiro for gasto com elas. Os homens terão que pagar extra para comprar flores e presentes para a sua namorada virtual. Em troca, ela vai apresentar ao namorado diferentes aspectos de sua vida, como suas amigas – também imagens eletrônicas. Se o jogador negligenciar a namorada, ela vai se recusar a falar. A namorada virtual é magra e tem cabelos escuros, como a personagem Lara Croft, do jogo Tomb Raider. (A notícia está aqui e um pequeno vídeo da Virtual Girlfriend aqui - horrorosa, por sinal).
A gente já fala de "amigo(a) virtual" e até de "sexo virtual", proporcionados pela internet. Creio que é uma força de expressão: na verdade, as imagens e sons disponibilizados nos jogos eletrônicos e sites especializados apenas alimentam a imaginação de cada um. Os artistas de TV, os apresentadores mais populares, as figuras públicas, todos podem experimentar o carinho ou ódio dos telespectadores e do público: são reconhecidos nas ruas e tratados, às vezes, com uma intimidade desconcertante. Seria uma espécie de "intimidade virtual"? -Ah! você é a Xuxa? Te adoro! Olá Ronaldinho, como vai a Daniela?
Mas o termo virtual se aplica, mais especificamente, às criações digitalizadas, que nos dão a impressão de realidade: cenários de filmes, jogos eletrônicos, personagens imaginários, como a Lara Croft, de Tomb Raider.
Lara Croft
O fenômeno, porém, é mais antigo: conta-se que Michelangelo, impressionado com a perfeição de seu Moisés, martelou o mármore, dizendo: "Parla!". A virtualidade estaria em transferir para os objetos inanimados as características só encontradas em seres vivos, como se aqueles pudessem expressar ou sentir como se humanos fossem.
Há um exemplo ótimo, representado pelo quadro "Pigmaleão e Galatéa, de Jean-Léon Gérôme, 1824-1904, atualmente no The Metropolitan Museum of Art, New York, USA.
Neste quadro, Gerôme capturou muito bem a perfeição da estátua, a tal ponto que escultor a abraça - e a deseja - como a um ser humano. Afinal, a textura do mármore, as convexidades e concavidades caprichosamente moldadas pareciam ter vida, até mesmo querer se mover!

Pigmaleao e Galatea
Acho que estes exemplos demonstram nossa fragilidade diante do real e a força de nosso imaginário. Por isso, não duvido nada de que muitos gastarão seu dinheirinho presenteando as Virtual Girlfriends, tranferindo para elas seu amor e esperando delas a satisfação de suas fantasias e desejos. Só não sei se o slogan de uma antiga loja (acho que da multinacional Sears) poderá ser evocado: Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta! Afinal, a idealização do outro, a superestimação de suas qualidades e o engano dos sentidos não resistem ao duro teste de realidade. Enquanto isso, no meu "mundo blog", estou cheio de amigos e leitores, cuja virtualidade se esvanece cada vez que deixam aqui seus comentários. Então, tenho certeza, tem gente do lado de lá. Graças a Deus!

05 setembro, 2004

Tempos Sombrios

Realmente, vivemos tempos sombrios!
A inocência é loucura.
Uma fronte sem rugas
denota insensibilidade.
Aquele que ri
ainda não recebeu a terrível notícia
que está para chegar.
Que tempos são estes,
em que é quase um delito
falar de coisas inocentes,
pois implica em silenciar
sobre tantos horrores.
[Mais uma de Bertold Brecht, porque me faltam palavras]

04 setembro, 2004

De que serve a bondade?

"Ao menos trezentas e vinte e duas pessoas, entre elas 155 crianças, morreram no desfecho da invasão de uma escola por terroristas em Beslan, na Ossétia do Norte, sudoeste da Rússia."

1 - A notícia, assim, curta e seca, não tem a força das imagens vistas sem parar nas telas da tv: horror, horror, horror... Mais uma vez, a pergunta: são humanos os que praticam tais barbáries? Sim, são humanos! Cabe-nos, mais uma vez, refletir sobre a "nossa" natureza e suas marcas na história da humanidade, um rosário infindável de violência, dominação, sangue derramado, etc. Nessas horas, lembro-me de um poema, que compartilho com vocês:
De Que Serve A Bondade?

De que serve a bondade
Se os bons são imediatamente liquidados,ou são liquidados
Aqueles para os quais eles são bons?

De que serve a liberdade
Se os livres têm que viver entre os não-livres?

De que serve a razão
Se somente a desrazão consegue o alimento de que todos necessitam?

Em vez de serem apenas bons,esforcem-se
Para criar um estado de coisas que torne possível a bondade
Ou melhor:que a torne supérflua!

Em vez de serem apenas livres,esforcem-se
Para criar um estado de coisas que liberte a todos
E também o amor à liberdade
Torne supérfluo!

Em vez de serem apenas razoáveis,esforcem-se
Para criar um estado de coisas que torne a desrazão de um indivíduo
Um mau negócio.
[Bertold Brecht(1898-1956)]

2- Agora, só prá lembrar: em 20 de novembro de 1959, a Assembléia Geral das Nações Unidas proclamou a Declaração dos Direitos da Criança, ratificada pelo Brasil:
  • Toda criança será beneficiada por esses direitos, sem nenhuma discriminação por raça, cor, sexo, língua, religião, país de origem, classe social ou riqueza. Toda e qualquer criança do mundo deve ter seus direitos respeitados!
  • Toda criança tem direito a proteção especial, e a todas as facilidades e oportunidades para se desenvolver plenamente, com liberdade e dignidade.
  • Desde o dia em que nasce, toda criança tem direito a um nome e uma nacionalidade, ou seja, ser cidadão de um país.
  • As crianças têm direito a crescer com saúde. Para isso, as futuras mamães também têm direito a cuidados especiais, para que seus filhos possam nascer saudáveis.
  • Toda criança também tem direito à alimentação, habitação, recreação e assistência médica! (Isto é um resumo, são 10 princípios, que você poderá conferir aqui.)

3- Voce sabe quantas crianças brasileiras morrem antes dos 5 anos de idade, por falta de condições sanitárias, água encanada, alimentação adequada, exclusão social? Veja aqui e não se espante ao descobrir que a barbárie ocorre tembém entre nós. Tristes trópícos...