12 dezembro, 2009

Eu é um outro

COMIGO ME DESAVIM

Sá de Miranda


Comigo me desavim,
Sou posto em todo perigo;
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.

Com dor, da gente fugia,
Antes que esta assim crescesse:
Agora já fugiria
De mim, se de mim pudesse.
Que meio espero ou que fim
Do vão trabalho que sigo,
Pois que trago a mim comigo
Tamanho imigo de mim?

____________________________
Contemporâneo de Camões (1524?-1580), o poeta Francisco de Sá de Miranda (1481-1558) é, depois do bardo de "Os Lusíadas", o autor português mais lido do século XVI.
"Eu é um outro", como disse Arthur Rimbaud (1854-1891), 300 anos depois. Sá de Miranda já sabia.
O que Freud reafirma, ao dizer: "wo es war, soll ich werden’’, ou seja, lá onde o eu era, o sujeito deve advir.

24 novembro, 2009

O que falar?

Na semana que vem vou fazer uma palestra para aluno(a)s de um colégio (entre 14 e 18 anos) sobre transtornos alimentares: Anorexia e Bulimia, Vigorexia e temas afins.
Solicito aos meus parcos, porém valiosos, leitores que compartilhem aqui na caixa de comentários sua experiência/vivência com essas questões.

31 outubro, 2009

Surubim, shyraz-malbec, sorvete e amizade

A manhã passa devagar, já sem a chuvarada dos dias anteriores. Reza a tradição (ou não reza, o que dá na mesma) que hoje vou fazer uma moqueca de surubim.
O peixe acaba de chegar do Rio São Francisco. Não é daqueles de viveiro, cevado a ração e hormônio. Se disser que respira pelas guelras ainda trêmulas seria meia verdade.
Tomei sete postas bem cortadas, salguei-as com alho e sal dissolvidos em suco de meio limão. Deixei-as a repousar, respeitosamente.
Piquei em pequeninos pedaços oito tomates bem maduros e duas cebolas médias, que pus a dourar em óleo bem quente.
Colorau dá um tom único, enquanto a fome vigia o cozimento. Adicionei um pouco de tempero e os tomates.
Escuto a conversa do Ângelo ao telefone com Tiago Prata, amigo-irmão-camarada, entre tantos que nos brindam com sua amizade. O convite para 'comer um peixinho' brotou natural, enquanto o ambiente rescendia aroma do refogado.
'Já está na hora de colocar o peixe'. Foi pensar e agir, mergulhando as postas no molho que ferventava. Acrescentei generosa porção de azeite de dendê e não economizei no leite de côco. As ervas ali estavam: tomilho (uma pitadinha), orégano (toque italiano). Finalizando tudo, molho de pimenta lá de Trancoso, presente do Leo que sugere brisa, areia, água do mar e de rio, baianidade irresistível.

Moqueca de surubim by clcosta
Convivas à mesa, chegou a hora do brinde entre amigos:
Tiago Prata & Ângelo Costa

A conversa foi de recordações e atualizações, pois a distância e o tempo separaram-nos por longos seis meses. Novos desafios se descortinam e os projetos de cada um avançam celeremente para a plena concretização. O vinho é boa companhia para esses momentos, como nos confirmou o blend shyraz-malbec, invenção argentina.

Por sua vez, Amélia já idealizara a sobremesa e brindou-nos com a delícia do dia:

Purê de maçã com sorvete de passas ao rum e ganache de chocolate

12 outubro, 2009

Pièrre Barouh em BH

Iniciou-se, neste longo fim-de-semana, a Festa da Música, aqui em BH.
Ontem à noite, fui assistir o baixista Rômulo Marques e o cantor francês Pièrre Barouh. Marques é mineiro, radicado no França há anos e formou uma banda especial para os shows daqui, formando com Chico Amaral (sax e flauta transversa), Beto Lopes (guitarra e violão), além de bateria e piano.
Pièrre Barouh tornou-se famoso no final dos anos 60, quando participou do filme "Um homem, uma mulher", de Claude Lelouch.
O romance entre Anouk Aimée and Jean-Louis Trintignant arrebatou corações, o filme foi um sucesso, ganhou o Oscar e a Palma de Ouro em Cannes e se chamou a atenção para a produção musical brasileira, especialmente por causa do "Samba da Bênção", cantado por Pièrre Barouh, com o nome de Saravah.
Aos 74 anos, o então charmoso ator Pièrre Barouh enfrentou a platéia belorizontina, cantou sucessos antigos e, claro, empolgou a todos com o "Saravah".
Muito espontâneo, desceu do palco, circulou entre o povo, ganhou aplausos e distribuiu simpatia. Os mais jovens, claro, se admiraram com muitos cinquentões e sessentões na platéia que acompanharam o galã de tanto tempo atrás, ainda charmoso com sua cabeleira branca, sorridente e informal.
Pièrre Barouh cumprimenta a platéia na Praça do Papa, em BH - Foto by Cláudio Costa.



Talvez a grande contribuição de Pièrre Barouh tenha sido a 'descoberta' da música brasileira, registrada no documentário maravilhoso que fez, em 1969. Aparece até o Pixiguinha.



Trecho do documentário Saravah:

10 outubro, 2009

Eu sou Galo, ela é Cruzeiro

Foi na estrada, hoje, que pela vez primeira escutei a música "Galo e Cruzeiro", do Vander Lee. Amélia e eu adoramos a música e nos divertimos com a letra, pois eu sou mesmo Galo e ela é Cruzeiro.
Taí uma contribuição nossa para a paz no mundo: formamos um time vencedor e no coração dela sou artilheiro (e ai dela se me desmentir!).
Na casa de meus pais ocorre exatamente o inverso: ele é cruzeirense, minha mãe é atleticana, o que lhes possibilitou chegar às Bodas de Diamante: 60 anos de casados!

Sei de muitos outros casos assim, que confirmei pessoalmente em minhas passagens por Porto Alegre:
Se o MiltonRibeiro é Internacional, Mme. Antonini é Grêmio.
Já o DomAfonsoChato é Grêmio e tem a Kaia colorada.
Será válida uma tal lei da Física que fala da atração dos contrários?

Mas deixemos de bla-bla-bla e vamos ao vídeo (acompanhe a letra):





Galo e Cruzeiro
Vander Lee
Composição: Vander Lee

Minha Preta não fala comigo
desde primeiro de janeiro
Ela me deu a mala eu fui dormir na sala,
fiquei sem dinheiro
Não tem mais feijoada, nem vaca atolada,
rabada ou tropeiro
Já fez greve de cama diz que não me ama,
quebrou meu pandeiro

Na hora do cruzamento, ela deu impedimento
ou falta no goleiro
Pra aumentar meu tormento, meu irmão,
eu sou Galo e ela é Cruzeiro
Com o gol anulado, saí do gramado,
voltei pro chuveiro
Isso tudo porque, meu irmão,
eu sou Galo e ela é Cruzeiro

Caí de centro-avante, pra médio-volante,
agora sou zagueiro
No último domingo ela foi jogar bingo
e eu fiquei de copeiro
Ela fala, eu me calo, ela canta de galo
lá no meu terreiro
Ela apita esse jogo, ela é quem bota fogo
no nosso palheiro

Ela finge que não, mas no seu coração
ainda sou artilheiro
Só faz isso porque, meu irmão,
eu sou Galo e ela é Cruzeiro
Ela finge que não, mas no seu coração
ainda sou artilheiro
Só faz isso porque, meu irmão,
eu sou Galo e ela é Cruzeiro

07 outubro, 2009

TDAH em adultos - Entrevista na Globominas



Esta foi minha entrevista de hoje na Globominas, programa Bom Dia Minas.
O tema é vasto e rezei para que N.Senhora dos Bons Resumos e Protetora dos Sintéticos me ajudasse a não me dispersar, não desperdiçar o tempo e transmitir o principal.
Não foi fácil.
Acrescentaria uma informação sobre o "por quê de o TDAH afetar o dobro de crianças em relação a adultos": o processo de desenvolvimento neurológico está ainda incompleto e o lobo frontal/pré-frontal (ao qual compete programar, estabelecer metas e definir ações) está imaturo, o que leva a maior grau de desorganização, desatenção e impulsividade.
Enquanto falava sobre novas exigências sobre a criança no início da fase escolar, pensava na informação do parágrafo anterior. Mas o tempo corria e outra pergunta foi feita... Acontece.

06 outubro, 2009

Rio Caraça

Foto by Cláudio Costa na Serra do Caraça-MG
próximo à nascente do Rio Caraça

O
rio
nasce
e corre
manso escorre
no fundo do vale
e aos poucos se espalha
às vezes
des
pen
ca
do alto das pedras
trocando o susurro
por graves rugidos
e serpenteia
e se enrosca
parece parar
no entanto
deságua
um dia
no
mar

27 setembro, 2009

Porta & Janela


Se a janela
ao longe enxerga
a porta
desconfia

Se a janela
se abre ao horizonte
a porta
se entreabre

Porta e janela
- como os olhos -
são a alma
das casas?

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Fotos by Cláudio Costa

15 setembro, 2009

Não é suiço mas resolve!

Não é suiço mas resolve!
Não é suiço mas resolve!, upload feito originalmente por ClaudioCosta.


Como ler na sala
se a lâmpada queimou?
Quero secar a pia,
a torneira fungou.

A porta travou
A gaveta enquiçou
o puxador se soltou.
E agora, José?


É o inferno astral
do meu apê:
até a geladeira queimou.
O móvel encomendado
a tokstok atrasou.
E agora, José?


A tomada fez curto
o fio torrou
e o ferro esfriou.

São 12 trabalhos,
pra quem não é Hércules.
E sem ferramenta
como fazer?

Corri logo ali,
e veja o que vi:
é chave, é tesoura,
serrote, faquinha,
até chave inglesa
de bico potente.
Pequena e forte
usei pra valer.


E agora, José?
- Agora tá tudo nos trinques, brilhando, uai!


13 setembro, 2009

Minha BeautyFlex


A japonesa Beautiflex
Ela me acompanhou por anos, registrou ótimos momentos, fez-me rir das poses desajeitadas e emocionou-me com imagens significativas. É imponente, pesada, elegante em sua solidez, requer ajustes de foco, cuidado no tempo de exposição, abertura de diafragma, etc.
Há muito tempo repousava num fundo de armário, coitada, substituída que fora por outras e mais outras:
Olympus Trip - Yashica - AW818

Essas "maquininhas" aí de cima tiveram seus momentos de glória, compartilharam viagens e festas, apesar de limitadas. Carregava-as a tiracolo pensando em outras melhores, admirando os profissionais que desfilavam suas Cannon equipadas com lentes grande-oculares e tele-objetivas. O que não diminuía minha excitação ao admirar as fotografias tão logo recebidas do laboratório. Cada uma trazia surpresas ou decepções (luz ruim, falta de foco, cores pálidas, cabeças cortadas). Ao final, muito mais alegrias que ficaram guardadas em álbuns ou caixinhas de papelão.
As visitas eram convidadas a passar de mão em mão as fotos obtidas em Recife, Porto Alegre, Serra do Caraça, aniversário dos meninos.
-Gostou? Então lhe envio uma cópia, pelos correios.
Tudo calmo, experenciado, manuseado. Se necessário, mandava-se retocar os negativos, a lápis. Depois era o tempo de espera, alguns dias, visitar a loja e pegar as fotos. Será que o tempo andava mais devagar?

Fujifilm FinePix A101 - 1.3MegaPixels

Quando a Fuji chegou, ainda mantive o hábito de utilizar simultaneamente a Olympus e a nova digital. Era difícil resistir ao ritual de comprar o filme, colocá-lo na câmera, regular distância, bater uma, duas, três poses de cada cena para "ver qual ficaria melhor".
Entretanto, a praticidade das câmeras digitais, o resultado conferido ali mesmo no visor de LCD, os comentários imediatos, a possibilidade de enviar por email... resistir, quem há-de?
A Fuji agora está com meu filho Ângelo, antes que compre outra, em busca de mais pixels, mais nitidez, melhores resultados.
- C'est la vie... filosofou em francês o senso comum.

Sony Cyber-shot N1 - 8.1MP

Há quase três anos impera aqui a Sony N1, com poderosos 8.1 MegaPixels que nunca utilizei (ainda não houve necessidade), lentes Carl Zeiss, touch-screen, recursos multimídia, etc. Já está velha? É o que decretam os marketeiros, a roda tecnológica, o desejo de mais e mais, o tal do progresso.
Mas, por ora, meus dois amores ainda são esta nova-velha Sony e a robusta Beautyflex.

07 setembro, 2009

Mamão grávido

Mamão grávido
Foto by Cláudio Costa

Desde criança tenho a capacidade de me surpreender com as pequenas "coisas" da natureza, desde o imprevisto reflexo no espelho de uma poça d'água até às nuances da luz que incide sobre as montanhas, ao por-do-sol.
Lembro-me bem da alegria que era achar uma "banana gêmea" ou aquela laranjinha na laranja bahia. Coisas bobas, bobíssimas, mas que retornaram hoje ao me deparar com um mamãozinho dentro do mamão papaia. O café-da-manhã teve um sabor a mais, uma emoção tão inútil quanto desimportante, que me impeliu a correr para buscar a câmera e fotografar.
Amélia recordou as proibições da avó, que dizia ser perigoso comer bananas gêmeas porque eram 'alterações' da natureza! "-Quem disse que não comia? Era uma delícia!", sorriu Amélia ao contar as preocupações da Dona Rosinha, nascida em 1895.
O prosaico do feriado seria colorido pela surpresa do mamão grávido.

03 setembro, 2009

Serra do Rola Moça


3abr05SerraRolaMoça7, upload feito originalmente por ClaudioCosta.

A serra do rola-moça

Mário de Andrade




A Serra do Rola-Moça
Não tinha esse nome não...


Eles eram do outro lado,
vieram na vila casar.
E atravessaram a serra,
o noivo com a noiva dele
cada qual no seu cavalo.


Antes que chegasse a noite
se lembraram de voltar.
Disseram adeus pra todos
e se puserem de novo
pelos atalhos da serra
cada qual no seu cavalo.


Os dois estavam felizes,
na altura tudo era paz.
Pelos caminhos estreitos
ele na frente, ela atrás.
E riam. Como eles riam!
Riam até sem razão.


A Serra do Rola-Moça
não tinha esse nome não.


As tribos rubras da tarde
rapidamente fugiam
e apressadas se escondiam
lá embaixo nos socavões...


Temendo a noite que vinha.
Porém os dois continuavam
cada qual no seu cavalo,
e riam. Como eles riam!


E os risos também casavam
com as risadas dos cascalhos,
que pulando levianinhos
Da vereda se soltavam,
Buscando o despenhadeiro.


Ali, Fortuna inviolável!
O casco pisara em falso.
Dão noiva e cavalo um salto
precipitados no abismo.
Nem o baque se escutou.


Faz um silêncio de morte,
na altura tudo era paz ...


Chicoteado o seu cavalo,
no vão do despenhadeiro
o noivo se despenhou.


E a Serra do Rola-Moça
Rola-Moça se chamou.

02 setembro, 2009

Chaminés


Chaminés no Itaú Power Shopping, upload feito originalmente por ClaudioCosta.

As chaminés foram as únicas estruturas que sobraram da antiga fábrica de cimento Itaú, em Contagem-MG, região metropolitana de Belo Horizonte. Hoje, ali estão três mega construções: O Leroy Merlin - casa e construção; o Sam's Club - hipermercado de atacado e o Itaú Power Shopping. Diz a lenda que compõem o maior centro de compras da América Latina. Será?

31 agosto, 2009

A maior feira

Domingo é dia de feira "hippie", um programa cheio de surpresas, onde se pode encontrar tesouros entre quinquilharias. Passeio obrigatório para quem vem de longe...

04 agosto, 2009

Imitação de Cristo

O velho padre, durante anos, tinha trabalhado fielmente.
Doente e moribundo, é notícia da hora em sua cidade, Brasília.
Já nos últimos suspiros, ele faz um sinal à enfermeira.
- Sim, Padre?
- Eu queria ver dois proeminentes políticos antes de morrer, Renan
Calheiros e Sarney, sussurrou.
- Sim, Padre, verei o que posso fazer.
De imediato, ela entra em contato com sua direção e esta com Congresso Nacional.
Para fazer um Ibope com o bom padre e melhorar a imagem surrada, os políticos logo aceitam fazer a visitinha, mas rápida né.
Quando chegaram ao quarto, com toda a imprensa presente, o velho padre, nas últimas, pegou um em cada mão.
Houve um grande silêncio e notou-se um ar de pureza e serenidade no semblante do padre.
Renan então disse:
- Padre, porque é que fomos nós os escolhidos, entre tantas pessoas para estar ao seu lado?
O velho Padre, lentamente, disse:
-Sempre, em toda a minha vida, procurei ter como modelo o Nosso Senhor Jesus Cristo.
-Amém, disse Sarney.
-Amém, disse Renan Calheiros.
E o Padre concluiu:
-Então... como Ele morreu entre dois ladrões vigaristas, eu quero fazer o mesmo.

02 agosto, 2009

Paraty-RJ

Pequena lembrança da viagem a Paraty-RJ: Rodovia Rio-Santos (BR 101) pela orla da Baía de Ilha Grande (Angra dos Reis e Paraty), usina nuclear, casario colonial, pousada, etc.
Parati que, na língua tupi, significa "peixe de rio" ou "viveiro de peixes", era o nome que os índios guaianás davam ao local onde hoje fica a cidade. Originalmente, o nome era escrito com dois "i": Paratii. Posteriormente, já no século XVIII, o nome passou a ser escrito como Paraty, com "y". Esta grafia foi mantida até 1943, quando a Convenção Ortográfica Brasil-Portugal suprimiu o Y do alfabeto português. Desde então, escreve-se Parati. (Fonte: Portal Brasileiro de Turismo).

Fotos: Cláudio Costa
Música: Hora Staccato (Grigoras Dinicu)
Executada por: Isao Tomita (música eletrônica)

25 julho, 2009

Da gripe que está aí: mitos e verdades

43 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A GRIPE SUÍNA

1.-Quanto tempo dura vivo o vírus suíno numa maçaneta ou superfície lisa?

Até 10 horas.


2. - Quão útil é o álcool em gel para limpar-se as mãos?
Torna o vírus inativo e o mata.


3.-Qual é a forma de contágio mais eficiente deste vírus?

A via aérea não é a mais efetiva para a transmissão do vírus, o fator mais
importante para que se instale o vírus é a umidade, (mucosa do nariz, boca e
olhos) o vírus não voa e não alcança mais de um metro de distancia.


4.-É fácil contagiar-se em aviões?

Não, é um meio pouco propício para ser contagiado.
Nota: no avião talvez não, mas aeroportos são lugares públicos... Carregue a garrafinha de gel... avemaria!


5.-Como posso evitar contagiar-me?

Não passar as mãos no rosto, olhos, nariz e boca. Não estar com gente
doente. Lavar as mãos mais de 10 vezes por dia.

6.-Qual é o período de incubação do vírus?
Em média de 5 a 7 dias e os sintomas aparecem quase imediatamente.

7.-Quando se deve começar a tomar o remédio?

Dentro das 72 horas os prognósticos são muito bons, a melhora é de 100%


8.-De que forma o vírus entra no corpo?

Por contato ao dar a mão ou beijar-se no rosto e pelo nariz, boca e olhos.

9.-O vírus é mortal?

Não, o que ocasiona a morte é a complicação da doença causada pelo vírus,
que é a pneumonia.


10.-

Que riscos têm os familiares de pessoas que faleceram?

Podem ser portadores e formar uma rede de transmissão.


11.-A água de tanques ou caixas de água transmite o vírus?

Não porque contém químicos e está clorada


12.-O que faz o vírus quando provoca a morte?

Uma série de reações como deficiência respiratória, a pneumonia severa é o
que ocasiona a morte.


13.-Quando se inicia o contagio, antes dos sintomas ou até que se apresentem?

Desde que se tem o vírus, antes dos sintomas..


14.-Qual é a probabilidade de recair com a mesma doença?

De 0%, porque fica-se imune ao vírus suíno..


15.-Onde encontra-se o vírus no ambiente?

Quando uma pessoa portadora espirra ou tosse, o virus pode ficar nas
superfícies lisas como maçanetas, dinheiro, papel, documentos, sempre que
houver umidade. Já que não será esterilizado o ambiente se recomenda
extremar a higiene das mãos.

17.-O vírus ataca mais às pessoas asmáticas?

Sim, são pacientes mais suscetíveis, mas ao tratar-se de um novo germe
todos somos igualmente suscetíveis.

18.-Qual é a população que está atacando este vírus?

De 20 a 50 anos de idade.


19.-É útil a máscara para cobrir a boca?

Existem alguns de maior qualidade que outros, mas se você não está doente é
pior, porque os vírus pelo seu tamanho o atravessam como se este não
existisse e ao usar a máscara, cria-se na zona entre o nariz e a boca um
microclima úmido próprio ao desenvolvimento viral: mas se você já está
infectado use-o para não infectar aos demais, apesar de que é relativamente
eficaz.


20.-Posso fazer exercício ao ar livre?

Sim, o vírus não anda no ar nem tem asas.


21.-Serve para algo tomar Vitamina C?

Não serve para nada para prevenir o contagio deste vírus, mas ajuda a
resistir seu ataque.

22.-

Quem está a salvo desta doença ou quem é menos suscetível?

A salvo não esta ninguém, o que ajuda é a higiene dentro de lar,
escritórios, utensílios e não ir a lugares públicos.


23.-O virus se move?

Não, o vírus não tem nem patas nem asas, a pessoa é quem o coloca dentro do
organismo.


24.-Os mascotes contagiam o vírus?

Este vírus não, provavelmente contagiem outro tipo de vírus.


25.-

Se vou ao velório de alguém que morreu desse vírus posso me contagiar?

Não.

26.-Qual é o risco das mulheres grávidas com este vírus?

As mulheres grávidas têm o mesmo risco mas por dois, podem tomar os
antivirais mas em caso de de contagio e com estrito controle médico.


27.-O feto pode ter lesões se uma mulher grávida se contagia com este vírus?

Não sabemos que estragos possa fazer no processo, já que é um vírus novo.


28.-Posso tomar acido acetilsalicílico (aspirina)?

Não é recomendável, pode ocasionar outras doenças, a menos que você tenha
prescrição por problemas coronários, nesse caso siga tomado.

29.-Serve para algo tomar antivirales antes dos síntomas?

Não serve para nada.


30.-As pessoas com AIDS, diabetes, câncer, etc., podem ter maiores complicações
que uma pessoa sadia se contagiam com o vírus?

SIM.

31.-

Uma gripe convencional forte pode se converter em influenza?

NAO.


32.-O que mata o vírus?

O sol, mais de 5 dias no meio ambiente, o sabão, os antivirais, álcool em
gel.

33.- O que fazem nos hospitais para evitar contágios a outros doentes que não
têm o vírus?

O isolamento.

34.-O álcool em gel é efetivo?

SIM, muito efetivo.

35.-Se estou vacinado contra a influenza estacional sou inócuo a este vírus?

Não serve para nada, ainda não existe vacina para este vírus.

36.-Este vírus está sob controle?

Não totalmente, mas estão tomando medidas agressivas de contenção.


37.-O que significa passar de alerta 4 a alerta 5?

A fase 4 não faz as coisas diferentes da fase 5, significa que o vírus se
propagou de Pessoa a Pessoa em mais de 2 países; e fase 6 é que se propagou
em mais de 3 países.


38.-Aquele que se infectou deste vírus e se curou, fica imune?

SIM.


39.-As crianças com tosse e gripe têm influenza?

É pouco provável, pois as crianças são pouco afetadas. (Nota minha: a primeira vítima nos USA foi uma criança...)


40.-Medidas que as pessoas que trabalham devam tomar?

Lavar-se as mãos muitas vezes ao dia.


41.-Posso me contagiar ao ar livre?

Se há pessoas infectadas e que tussam e/ou espirrem perto pode acontecer,
mas a via aérea é um meio de pouco contágio.

42.-Pode-se comer carne de porco?
SIM pode e não há nenhum risco de contágio.

43.-Qual é o fator determinante para saber que o vírus já está controlado?

Ainda que se controle a epidemia agora, no inverno boreal (hemisfério
norte) pode voltar e ainda não haverá uma vacina.

____________________________________________________

(Além de tudo que devemos fazer, é preciso saber: informação é fundamental. O que pode ser conhecido para você, será novidade valiosa para alguém. )

Da gripe que está aí

Algumas notícias sobre a tal "gripe suína":

1. o controle da doença está precário, apesar de o governo dizer o contrário;

2. quando se contabilizam apenas os mortos e se limita o exame específico, não se pode confiar em estatísticas oficiais;

3. o governo está aconselhando a população a não procurar o serviço público se os sintomas não estiverem graves... quando for assim, a vaca já foi pro brejo;

4. o atraso na produção de vacina + aumento da velocidade de transmissão = mais e mais mortes;

5. tempo seco e frio aumentam as chances de contaminação.

6. para dificultar pegar o virus: evite lugares cheios de gente, aglomerações, contato com pessoas gripadas, uso de transporte coletivo. Lave as mãos, muitas vezes mesmo!

7. quanto mais gente contaminada maior a virulência!

(Divulguei porque acho que é questão de saúde pública, o bicho tá pegando e tem gente acreditando nas estatísticas oficiais).

20 julho, 2009

Do amor

"A M A R É . . ."

Tenho visitado inúmeros blogs, com os quais aprendo, divirto-me, irrito-me, espanto-me, rio, me identifico, surpreendo-me. Ou seja: esse mundo virtual é o espelho do mundo real, onde as vicissitudes do dia-a-dia se traduzem e se metaforizam de forma multifacetada, instantaneamente.

Alguns blogs chamam a atenção pelo conteúdo lamentoso em função das frustrações amorosas vivenciadas por quem os escreve: tal como um muro das lamentações, os diários virtuais, trazem à tona a carência maior do ser humano: o desejo de ser amado incondicionalmente! Oh! missão impossível!

Comecemos pelo princípio: ao nascer, o filhote do homem é totalmente dependente, frágil, incapaz de se manter. Graças aos cuidados maternos (ou de quem se assume como cuidador), sobrevive-se. Uma relação imediata se configura: necessitado + cuidador. Ou seja: no início da vida, somos "seres da necessidade". Até aí, funcionamos como todo ser vivo, animais: a mãe/cuidador se apresenta indispensável até que, pelo próprio desenvolvimento do bebê e pelas outras atribuições do adulto, ela (mãe) se afasta lentamente... já consegue se atrasar para acudir as necessidades do recém-nascido que, por seu lado, começa a antecipar os indícios de que será atendido: o ruído de passos, a voz, o barulhinho da colher mexendo o mingau, etc. Um hiato (uma fenda, um vazio) se interpõe na díade mãe-filho, propiciando ao bebê uma experiência fundamental: clamar pelo que precisa!

O chôro, o grito, a agitação de braços e pernas, tudo passa a se configurar como linguagem que é interpretada e verbalizada pela mãe: neném tá com frio, neném tá com dor-de-ouvido, neném tá com fome!

A evocação da figura ausente e dos objetos de satisfação instauram os princípios da linguagem simbólica (símbolo = representação da "coisa", sem a "coisa"). Nasce o "desejo"!

O que, pois, inaugura a linguagem é a "falta", a "perda do objeto" de necessidade e sua substituição pelo "objeto do desejo". Muito além das funções de sobrevivência (objetos de necessidade) clamamos por uma atenção colorida de afeto. Fornecer comida, apenas, não basta, é preciso que o ato de alimentar seja atencioso, cuidadoso, amoroso! "Com açucar e com afeto", na canção do Chico Buarque.

Se, antes, a mãe era identificada ao objeto necessário aos instintos básicos (sobrevivência, alimentação, proteção contra frio, etc), agora passa a ser a benfeitora que propicia a satisfação. É quem garante a vida e o prazer (éros/libido), constituindo-se como primeiro objeto erótico/libidinal da criança. Nasce o AMOR, expressão de reciprocidade gratificante entre mãe e criança (ainda sem romantismo, invenção tardia na história da humanidade).

A experiência fundadora do amor se expande vida afora, com a saudável substituição da mãe como objeto único de amor por outros objetos a serem conquistados - um ser a quem amamos e que nos ame (resolução do "complexo de Édipo").
Entretanto, uma ILUSÃO pode permanecer: a de que haverá alguém que nos garanta a satisfação plena, o afeto total, o amor incondicional! Inconscientemente, queremos repetir o idílio da primeira infância, quando nenhum esforço tínhamos que fazer: bastava desejar e... pronto! Satisfação garantida!

Muito mais tarde vamos aprender que "o amor é conquistado": temos de perguntar sempre ao outro: "o que queres de mim"? Só assim seremos amados. Enganam-se aqueles que se julgam dignos do amor, sem nada oferecerem.

O jogo é complexo e interminável: de um lado, projetamos no outro as qualidades que o tornam digno de nosso afeto. O outro, por sua vez, tudo faz para corresponder e, às vezes, se julga realmente portador de todas aquelas qualidades. E vice-versa!
Sobre isso, Jaques Lacan retoma uma frase platônica: "Amar é dar o que não se tem a quem não sabe o que quer"... Decifre-a quem puder.

O Amor, assim, é indefinível por natureza, incomensurável (nada matemático), inconsistente, sem garantia de retorno, absolutamente assimétrico - já que cada um tem seu inconsciente e seu imaginário forjados na mais tenra idade, com experiências tão singulares quanto incomunicáveis! Só mesmo os poetas para darem conta de falar do Amor: O amor é mesmo "fogo que arde sem se ver..." (Camões); é "...ânimo dos desmaiados, arrimo dos que vão a cair, braço dos caídos, báculo e consolação de todos os desditosos" (Cervantes); "Ninguém é pobre quando ama". (Camilo Castelo Branco). "Há amores sem felicidade, mas nunca felicidade sem amor" (Jacques Lelouch) e "ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor... nada disso me aproveitaria" (S.Paulo).
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Republicado.

18 julho, 2009

Um belo horizonte

Belo Horizonte-MG
Belo Horizonte-MG, upload feito originalmente por ClaudioCosta.

No alto da Serra do Curral, de repente, abre-se uma fresta em meio ao matagal: lá embaixo, Belo Horizonte!

10 julho, 2009

Pela janela a vida passa


Windows, upload feito originalmente por ClaudioCosta.

Cidadezinha qualquer

Carlos Drummond de Andrade



Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus.
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De: "Alguma poesia" (1930)

Foto batida em Bichinhos (distrito de Prados-MG), típica "cidadezinha qualquer", que não é qualquer cidade, mas berço de um dos artesanatos mais originais de Minas.

06 julho, 2009

Vigorexia

Hoje, pela manhã, fui entrevistado no Bom Dia Minas, da Globo.
Falei sobre "Vigorexia", um transtorno que se diagnostica em pessoas tomadas pela preocupação excessiva com a sua massa muscular, numa intensidade de obsessão.
Acomete mais homens que mulheres, geralmente jovens, que têm uma percepção alterada da própriz configuração corporal (muscular, em especial). Jamais estão satisfeitos, mesmo contrariando as evidências, juízos médicos e o espelho. Veem-se raquíticos, esqueléticos, franzinos, enquanto exibem musculatura fortalecida pelos constantes exercícios, hipertrofias, etc.
Com o tempo, passam a dedicar tempo extraordinário aos exercícios físicos, chegando a isolar-se socialmente. Alguns prejudicam o próprio trabalho ou estudo. Para ser caracterizado com "distúrbio ou doença", deve ser ego-distônico (causar sofrimento ao portador), ser permanente (obsessividade) e com clara distorção da percepção corporal.
O transtorno se associa, muitas vezes, ao abuso de substâncias chamadas "complementos alimentares" para aumentar a massa muscular, aplicação de hormônios e seletividade exagerada de alimentos. Outros buscam correção cirúrgica, pois chegam a 'delirar', ou seja, apresentam claramente um transtorno sensoperceptivo da própria imagem corporal.
Por isso, a "vigorexia" é também chamada de Transtorno Dismórfico Corporal, que se caracteriza por:
A. Preocupação com um imaginado defeito na aparência. Se uma ligeira anomalia física está presente, a preocupação do indivíduo é acentuadamente excessiva.

B. A preocupação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

C. A preocupação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (por ex., insatisfação com a forma e o tamanho do corpo na Anorexia Nervosa).
(
F45.2 (CID.10) ou 300.7 (DSM.IV))

O tratamento inclui alguma forma de psicoterapia e pode ser necessário utilização de psicofármacos, seja para controle da ansiedade subjacente, da depressão associada ou de traços 'psicóticos' dos portadores.
Eis a íntegra da entrevista:


20 junho, 2009

The sound of music

Quem nunca assistiu ao "A Noviça Rebelde" (The sound of music/USA/1965)?
Eu era adolescente quando o filme chegou ao Brasil: fui fisgado pela música, pelo enredo e pela bela noviça Julie Andrews. O enredo foi feito para agradar a todas as idades e oscila do drama à comédia, do suspense à dança. É um musical muito bem resolvido; em 1966 foi premiado com 5 Oscars:
Foi indicado também nas categorias de
Assisti-o algumas vezes naquela época. Anos mais tarde, já casado e com os três filhos, foi tempo de rever as grandiosas e melodramáticas cenas rodadas em Salzburgo (Áustria) e na Baviera (Alemanha). Os 'meninos' adoravam e, quando Amélia e eu queríamos sair à noite, o VHS os divertia por um bom tempo, embalando-os por mais de duas horas.

Hoje deparei-me com um vídeo no YouTube, gravado na Estação Central de Antuérpia (Bélgica): um grupo de 200 dançarinos começa a dançar sob a voz cristalina de Julie Andrews; os passageiros não foram advertidos e se surpreendem com a coreografia aparentemente espontânea em plena segunda-feira. São apenas 4 minutos de puro encantamento, confiram:

18 junho, 2009

TDAH - Reportagem de hoje no JN

Fui convidado a tecer alguns comentários acerca do uso do metilfenidato para tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade (TDA/H). Já falei deste transtorno aqui nos PrasCabeças. Como psiquiatra, faço muitos diagnósticos deste quadro e, claro, conduzo o tratamento.
A bem da verdade, não gostei do título da reportagem nem do tom irônico -"droga da obediência" para falar do medilfenidato (MFD) - e alarmista -"assustadoramente".
A substância em questão foi experimentada pela primeira vez há mais de 50 anos, com resultados mais do que comprovados para ajudar na melhora do controle da atenção e da impulsividade, sintomas cardeais do TDAH.
Existem outras já em uso e algumas em experimentação, mas o MFD ainda é a primeira escolha recomendada pela FDA e todos os guidelines.
Os efeitos colaterais geralmente são suportáveis - às vezes inexistentes - e cessam com a diminuição ou retirada da droga. É um 'psicoestimulante' e isso faz com que seja de venda muito controlada. É considerado erro médico não medicar quando necessário, na dosagem correta, pelo tempo suficiente.
Por outro lado, ao mencionar o incremento da venda da medicação, não se considera o aumento do diagnóstico e a diminuição do preconceito social quanto ao uso de medicamentos psicotrópicos (desde que prescritos por psiquiatras conscientes, etc, etc.).
De qualquer forma, uma entrevista é uma entrevista, dos 20 minutos de filmagem foram aproveitados alguns segundo (quando descrevi os sintomas principais e mais comuns).
O assunto está na mídia, sai em capa de revista e é tema de congressos médicos.
Como aqui não é uma revista científica, fico com esses comentários gerais.
Se você quiser ler em português um bom site: www.tdah.org.br


12 junho, 2009

Polícia bate em estudantes da USP

Foto: Marcio Fernandes

Vivi estas cenas na época da ditadura. A quem interessa que a história se repita?
Link com mais fotos: Aline

28 maio, 2009

Estilo Manuelino em BH

Pode-se dizer que Belo Horizonte é uma cidade que não preserva sua arquitetura. A cidade é relativamente nova (cento e poucos anos) e as demolições são uma constante. Provinciana no início do século passado, sonha em ser grande metrópole e já na década de 40 começou a desmanchar o que havia para plantar arranha-céus. As ruas, infelizmente, mantiveram-se na mesma largura. O traçado urbano do 'grande' centro (região interna à Av. do Contorno) em quase nada se modificou, mantendo-se aquele 'tabuleiro de xadrez' onde as ruas se cruzam na perpendicular a cada 100m, e as avenidas na diagonal!
Se há aqui um cartão postal da arquitetura moderna, falo da Igrejinha da Pampulha, do Niemeyer, há também representantes da art-déco e um surpreendente palacete em estilo manuelino, definido assim pela Wiki:

"O Estilo manuelino, por vezes também chamado de gótico português tardio ou flamejante, é um estilo arquitectónico, escultórico e de arte móvel que se desenvolveu no reinado de D. Manuel I e prosseguiu após a sua morte, ainda que já existisse desde o reinado de D. João II. É uma variação portuguesa do Gótico final, bem como da arte luso-mourisca ou arte mudéjar, marcada por uma sistematização de motivos iconográficos próprios, de grande porte, simbolizando o poder régio."

O edifício, que abriga a Casa de Cultura, fica na esquina da Rua da Bahia com a Avenida Augusto de Lima, bem no centro. Convive com edifícios mais antigos (Ed. Maleta, p.ex.) e outros mais modernos, como o da Previminas, antiga Caixa Econômica Estadual:


Casa de Cultura - Belo Horizonte - Minas Gerais - Foto by Cláudio Costa
Clique nas fotos para mais imagens.

27 maio, 2009

Vendo LOST (atrasado)

Sei que estou atrasado, pois última temporada já acabou. Mas estou ainda na 3a. e a cada capítulo tenho 42min de pura diversão.
Talvez por isso gostei de ver as caricatura de Charlie e Hurley, criadas por Dean, em seu blog.



26 maio, 2009

Mais Chapéu Panamá

A notícia tomou a 1a. página do Caderno de Cultura do Estado de Minas. Vários amigos me telefonaram para dizer:
- Ô Cláudio, cê viu a reportagem da banda dos meninos no jornal?
- Não, qual jornal?
- No Estado de Minas, sô.
- E fala o que?
- Eles tão falando do show da banda...
- Ah!, então, vou lá ler.

Cliquei no link Este samba é meu e li de fio a pavio.
Afinal, meus "meninos", Ângelo e Leo, embora em outros caminhos agora, foram dos fundadores da e participaram da gravação do CD "Samba na Biblioteca", que está sendo lançado. Acompanhei cada minuto do nascimento e fortalecimento do grupo, frequentei 'milhares' de shows caseiros, festas particulares, barzinhos, etc. Fizeram a primeira grande temporada no Jequitibar, animaram as quintas-feiras durante meses no Reciclo, apresentaram-se no Observatório, no Vinil, foram classificados entre as melhores bandas no Festival de Música da PBH, viajaram para algumas cidades do interior... enfim, aquela trajetória típica dos grupos de garagem até gravar o CD.
Agora é hora de repensar tudo, ensaiar outras músicas, etc. Tempo de colheita e de preparo.
E confira aqui:

19 maio, 2009

O mundo conforme Casciari (copy & paste)

Confesso que recebi via email, li, ri, gostei, pensei copiei e... postei só um pedacinho.

Não é lá do meu feitio, mas compartilho o começo e, quem quiser, siga este link.


O mundo conforme Casciari
Hernán Casciari

Li uma vez que a Argentina não é nem melhor, nem pior que a Espanha, só que mais jovem. Gostei dessa teoria e aí inventei um truque para descobrir a idade dos países baseando-me no 'sistema cão'.

Desde meninos nos explicam que para saber se um cão é jovem ou velho, deveríamos multiplicar a sua idade biológica por 7. No caso de países temos que dividir a sua idade histórica por 14 para conhecer a sua correspondência humana. Confuso? Neste artigo exponho alguns exemplares reveladores.

Argentina nasceu em 1816, assim sendo, já tem 190 anos. Se dividimos estes anos por 14, a Argentina tem 'humanamente' cerca de 13 anos e meio, ou seja, está na pré-adolescência. É rebelde, se masturba, não tem memória, responde sem pensar e está cheia de acne.

[Continue lendo aqui]


NOTA SOBRE O AUTOR:
Hernán Casciari nasceu em Mercedes (Buenos Aires), a 16 de março de 1971.
Escritor e jornalista argentino. É conhecido por seu trabalho ficcional na Internet, onde tem trabalhado na união entre literatura e blog, destacado na blognovela. Sua obra mais conhecida na rede, 'Weblog de una mujer gorda', foi editada em papel,com o título: 'Más respeto, que soy tu madre'.

16 maio, 2009

Uma noite no circo

Circo Pantanal, em Chopinzinho-PR - Foto by ÂngeloCosta

Compartilho com vocês o email que recebi do filho Ângelo, que agora mora com a Renatinha em Chopinzinho, sudoeste do Paraná, onde ambos exercem as funções de Médicos Veterinários:

Ontem eu e Renatinha fizemos 4 anos e meio de namoro!

O frio aqui tava demais, porém tínhamos que comemorar né? Decidimos ir a ao Circo Pantanal (chegou quinta-feira aqui em Chopinzinho e a estréia foi ontem, às 20,30h).

Colocamos o termômetro na janela enquanto tomávamos banho e trocávamos de roupa, ele foi baixando... baixando... e chegou a 6ºC. Provavelmente o vento lá fora provocaria uma sensação térmica muito mais gelada! Vesti uma meia de lã e, por cima dela, uma calça jeans. Depois, uma blusa de malha, uma blusa de moleton, outra blusa de lã e por cima o jaquetão!

Renatinha também se empacotou toda e saímos! Meu grande erro foi não ter estreado a touquinha e as luvas, (principalmente a touca!), pois o vento estava cortando o rosto, de verdade!

Caminhamos 1km até chegar ao tal Circo Pantanal! Tudo era igual a antigamente meeesmo!!!
Pagamos 12 merréis para entrarmos e, lá dentro, comemos logo um crepe no palito, recheado com uma mísera fatia de apresuntado, preparado por um travecão toda pintada!
Mais tarde descobrimos que todos os vendedores das barraquinhas eram os próprios artistas do circo: palhaços, motoqueiros do globo da morte, etc. Um molequinho vendendo pastel era o trapezista! Muito legal! O travesti mais tarde fez duas apresentações, uma com poodlezinhos pintados fazendo estrepolias e a outra como mágica! hahahahaha

Logo percebemos que a arquibancada era muito precária, uns tablados de madeira empilhados sobre os outros. Já imaginávamos um desastre! Mas quem está na chuva é pra se molhar, né? Escolhemos um lugar mais baixo, pois caso os tablados desabassem o tombo seria menor!

Compramos um algodão doce.
Ao nosso lado, um menininho loirinho uma gracinha! Aí, reparando bem, descobrimos que era o filho da faxineira lá do departamento! Muito legal ela, levou 3 dos seus 5 filhos.

Antes de começar o espetáculo, passou uma senhora tirando fotos com uma máquina digital!. Não entedemos mas fizemos pose. Mais tarde ela voltou e nos vendeu um chaveirinho com nossa foto.

Acabou tudo lá pelas 22,00h e voltamos tremendo de frio sob o vento que nos congelava (apesar de todo o empacotamento)!

Em casa, tomamos um caldo de moranga quentinho, que ninguém é de ferro.

No mais, foi muito boa a comemoração, valeu a pena porque foi divertida e inusitada!

Beijos do filho, Ângelo.


Ângelo e Renatinha: parabéns pelos 54 meses de namoro!!! Bem comemorados e vividos, claro!
Com muito gozo, Ângelo, li seu email, tal qual uma crônica que nomeio: "Uma noite no circo". Adorei.

Lembrei-me de meus tempos de criança, quando os circos viajavam pelo Brasil e a chegada de um deles a Nova Era motivava uma grande passeata: caminhões e carretinhas desfilavam pelas principais ruas, dava pra ver as jaulas dos felinos, elefantes trombeteando, palhaços em pernas-de-pau altíssimas. A meninada (olha eu lá!) correndo atrás, de calças curtas, pés descalços, verdadeira festa!

Aí, a gente ficava de cócoras nos barrancos que cercavam o local em que seria montada a grande tenda. Impressionava-nos a rapidez com que se desdobrava uma lona imensa, cordas para todos os lados e o mastro principal fincado lá no meio. Após um comando, um grito decidido, todos os funcionários, cada qual na ponta de uma corda, começavam a puxar. Aos poucos subia aquela tralha colorida.

Daí pra frente, não havia dúvida: chegou o Circo e amanhã vai ter espetáculo!
Suas fotos ficaram ótimas. Circo é assim mesmo: uma bagunça que dá certo, o inusitado que nos surpreende, a infância que ressurge dentro de nós.

Vou ali chamar sua mãe. Vai ficar doida!!!

Abração para Renatinha. Bjão. Pai.


11 maio, 2009

Uma receita e seu resultado

Pra não dizer que não comi pão-de-queijo agorinha mesmo.
Receita by Amélia
Fotos by Cláudio Costa - Arte em Porcelana by Mimu's da Mônica.

Amway paranóico

O fundamento básico do capitalismo é:

- O homem tem a posse daquilo que pode obter -

O que ele obtém é só dele;

Daí a expressão: Propriedade Privada.

Clique aqui para ler mais!

04 maio, 2009

On the road

Clique na foto para ver mais e mais.
Foram duas grandes viagens nas últimas três semanas: Primeiro, a Teresópolis-RJ, a 880km ida e volta.

Na semana seguinte, Chopinzinho-PR, mais 800km, de Curitiba (pra ir e pra voltar), fora o avião BH-Curitiba-BH.

Neste fim-de-semana outro périplo: BH-Conservatória-BH, outros incríveis 1100km pelas estradas brasileiras.

E sábado que vem, mais curvas na BR262, para o baile de sobrinha Luana e visita aos pais e manos em Nova Era-MG, total de 300km, daqui pra lá e de lá pra cá.

21 abril, 2009

Amor e desamor nos tempos atuais

De 30abr a 03mai, estarei em Conservatória-RJ, cidade serrana, voltada para o turismo. Fui convidado para participar do Congresso Nacional do Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos [CPPC], no Hotel Fazenda Vilarejo.

Quem me fez o convite - apesar de eu não fazer parte do CPPC - foi a amiga Janes Herdy, que já me acolheu por duas vezes em Cuiabá-MT, quando me chamara para ministrar um curso de Psicodrama e outro de Psicodrama e Dinâmica de Grupo na UFMT. A amizade se firmou, embora estarmos tão distantes, primeiro quando ela morava no Mato Grosso e, agora, morando em Niterói-RJ. Mas a Janes é dessas pessoas "de coração imenso", sensível e delicadíssima.


O tema de minha palestra será: Cuidados maternos e negligência: desamor nos tempos atuais, assunto de tristes manchetes nos noticiários: o descuido por parte de quem deveria cuidar da infância.


Claro que não poderemos atribuir somente às 'mães', de forma tão reducionista, toda a responsabilidade pelos descuidos que vitimam crianças e adolescentes. Pretendo partir do senso comum cultural e demonstrar que o tratamento dispensado às crianças e adolescentes, nos tempos atuais, está longe de ser manifestação de carinho e amor, mas de exploração e descaso.

Eis o resumo enviado à organização do evento:
"A Psicologia Evolutiva, em suas origens, se ocupou em desvendar os mecanismos das aquisições das funções psíquicas, em especial as capacidades psicomotoras, intelectuais, cognitivas e afetivas da criança, desde o nascimento.


Aos poucos, as teorias psicanalíticas, que atribuem aos precoces conflitos psíquicos a causalidade dos transtornos mentais, suscitaram minuciosas pesquisas acerca das relações objetais, obviamente colocando em cena a relação entre mãe e filho, estendida à relação pais e filhos.


Diante das demandas emanadas dos controladores sociais, psiquiatras e psicólogos descobriram a importância da educação e dos cuidados familiares na prevenção de condutas antissociais e da marginalização a que se relegavam os pequenos malfeitores, rebeldes e aqueles "de comportamento difícil".


Eis o campo conceitual que sustenta, hoje, o entendimento e as orientações de caráter 'preventivo' - ainda que sem garantias - e as intervenções exigidas pelo assustador número de crianças afetadas emocionalmente, muitas delas com o previsível destino da contravenção, do conflito com a lei e da marginalidade.


Talvez se possam utilizar os conceitos de amor e desamor para fundamentar ações psicossociais abrangentes e intervenções dos agentes de saúde na clínica.


O Autor pretende, com suas reflexões, animar o debate e a troca de experiências entre os participantes."


Aos leitores deste post, solicito sua colaboração: o que pensam a respeito deste tema? Ainda dá tempo de enriquecer minha fala. Aguardo ansiosamente, de verdade.

18 abril, 2009

Acabou-se o pão-de-queijo?

Na década de 80, quem tomava a Avenida Amazonas, em busca da saída oeste (Triângulo Mineiro) e sudoeste (São Paulo) atravessava a Cidade Industrial (Contagem). De olhos fechados, a qualquer hora, sabíamos a localização exata da Fábrica Cardoso, depois Aymoré, pois o aroma exalado dos fornos que tostavam os famosos biscoitos 'perfumava' tudo, penetrava nos ônibus e nos trazia água na boca. É verdade que, dependendo da direção do vento, outros aromas menos nobres nos provocavam reações de mal-estar, pois havia os curtumes e algumas empresas químicas poluentes, antes das exigências de filtros e controle ambiental.
Era orgulho bobo de mineiro falar para todo o mundo que era "nossa" uma das maiores fábricas de biscoitos do Brasil, da mesma forma que logo acrescentávamos uma informação: ali também se produzia a famosa Cocada Baiana Aymoré, aquela queimadinha acondicionada em lata, sobremesa irresistível. O coco podia ser da Bahia, mas melhor cocada era mineira! (Afinal, somos mesmo bairristas, tal como os gaúchos, os cearenses, os outros todos... ).
Hoje, a Aymoré pertence ao Grupo Arcor e Danone, nada tem de mineiro, o tempo levou...

Três Corações é cidade do sul de Minas, terra de Pelé, e nome de uma das dez mais famosas marcas de café de Minas Gerais, o Café Três Corações. Aqui pertinho de BH, em Santa Luzia, há uma enorme fábrica do Café Três Corações que, tal como a Biscoitos Cardoso, exala um aroma delicioso de café torrado e moído na hora. Talvez os moradores de seu entorno nem o sintam mais ou dele estejam enjoados, mas pra quem trafega raramente pelo trecho sabe pelo cheiro que a fábrica se aproxima, está logo ali.

Mais orgulho besta de mineiro: o Três Corações é nosso. Pois não é não: desde dezembro de 2000, a empresa passou a fazer parte do Grupo Strauss-Elite e em dezembro de 2005, a Strauss anunciou uma joint venture através da qual, juntamente com a Santa Clara, segunda maior empresa de café no Brasil, constitui uma nova empresa no Brasil: a Santa Clara Participações , com sede em Eusébio (Região Metropolitana de Fortaleza), no Ceará! A globalização, mais uma vez, se abateu sobre 'coisa nossa'.


Ah, mas pão-de-queijo ninguém tasca, é coisa de mineiro sim, uai! Também acreditava nisso, pelo menos até descobrir que a maior parte do queijo utilizado na marca mais famosa dessas plagas vinha da Austrália! Segundo os fabricantes (e isso há alguns anos, eles dizem), o queijo australiano teria mais padrão, mais sabor, menos contaminação, mais padronização e... melhor preço que o queijim mineiro. Mas Forno de Minas é a marca mais famosa do Brasil e é produzida aqui mesmo, em Contagem. Tá bom, não é nossa, é da General Mills, uma das maiores empresas de alimentos do planeta, dona da marca desde 2001:

Em 2001, a General Mills comprou as marcas Forno de Minas e Frescarini por meio da aquisição da Pillsbury Company. No Brasil, possui matriz em São Paulo e seis filiais espalhadas pelo país. As marcas que fazem parte do portfólio são Häagen-Dazs, da divisão de sorvetes super premium, e Nature Valley, divisão de barra de cereais. Mas a receita é nossa, criada pela Dalva Mendonça, responsável pela receita de sucesso do pão de queijo que é fabricado pela Pillsbury, ainda ali em Contagem, com queijo da Austrália.
Pois não existe mais! Acabou-se! Leia aí o press release da General Mills, datado de ontem, sexta-feira, a informar o fechamento da Forno de Minas:
"Aproximadamente 500 funcionários serão afetados pela decisão, inclusive os funcionários da unidade de produção localizada em Contagem, Minas Gerais. A companhia está oferecendo amplo pacote de benefícios e outros serviços para todos os funcionários afetados. Isso nos permitirá aumentar os investimentos em nosso principal foco, incluindo a expansão dos nossos negócios voltados para linha de sorvetes premium Häagen-Dazs e para as barras de cereais Nature Valley,” explica Pablo Pla, diretor geral da General Mills Brasil."

Acabou-se o pão-de-queijo?
É claro que não! Onde já se viu viver sem pão-de-queijo? Pode-se acabar a Forno de Minas, pode-se levar o 3Corações embora, compremos Cocada Baiana Aymoré dos grincos mas estas iguarias estão em nossa memória gustativa, olfativa e afetiva.
Aqui em casa, por exemplo, a Amélia é mestra em muitas coisas, até psicóloga ela é! E sabe fazer o melhor pão-de-queijo do mundo:

Pois então, sinta-se convidado: venha degustar do "verdadeiro' pão-de-queijo, elaborado de acordo com a tradição, porém com o upgrade caseiro aqui da Amélia.