05 janeiro, 2009

Três filmes: 2 bons, 1 dispensável

Nunca antes na história deste país tivemos tão grande sequência de feriados e, graças à minha amnésia meteorológica, creio que jamais caiu tanta chuva em tão pouco tempo. Daí, que o programa mais frequente foi, mesmo, permanecer em casa, usufruindo as delícias domésticas (interprete como quiser; critique se puder).
Um dos programas foi assistir aos filmes da hora:
1- Sete vidas (Seven Pounds/ EUA, 2008)
Diretora:
Gabriele Muccino
Roteirista(s): Grant Nieporte
Elenco: Will Smith, Rosario Dawson
Sinopse: No filme, Smith interpreta Ben Thomas, um agente do Imposto de Renda com um segredo trágico que embarca numa extraordinária jornada de redenção que mudará para sempre a vida de sete estranhos. Um mistério intrigante e uma história de amor surpreendente, Sete Vidas (Seven Pounds) levanta questões perturbadoras acerca da vida e da morte, arrependimento e perdão, estranhos e amizades, amor e redenção - e explora as relações que unem os destinos das pessoas de modos surpreendentes.
O argumento é interessante, prende nossa atenção e suscita algumas De início, achei bastante lento e fragmentado. Mas a trama ganha densidade a partir do ponto em que se centra na relação entre o Will e Dawson. Não é moralista, apesar de tocar na universal questão da culpa. Em resumo: gostei muito e recomendo. Trailer.
2. Crepúsculo (Twilight/EUA 2008)
Direção: Catherine Hardwicke
Roteiro: Melissa Rosenberg
Elenco: Kristen Stewart, Robert Pattinson
Sinopse: Isabela Swan vai morar com seu pai em uma nova cidade, depois que sua mãe decide casar-se novamente. No colégio, ela fica fascinada por Edward Cullen, um garoto que esconde um segredo obscuro, conhecido apenas por sua família. Eles se apaixonam, mas Edward sabe que quanto mais avançam no relacionamento, mais ele está colocando Bella e aqueles à sua volta em perigo. Quando ela descobre que Edward é, na verdade, um vampiro, ela age contra todas as expectativas e não tem medo da sede de sangue de seu grande amor, mesmo sabendo que ele pode matá-la a qualquer momento.
Embora seja classificado como 'suspense', trata-se de um mix de ação, suspense e romance água-com-açucar. É o velho tema da atração pelo perigo, pelo estranho, pelo diferente. Pelo que li, está fazendo grande sucesso pelo mundo afora, com legiões de meninas (adolescentes) morrendo de amores pelo Robert Pattinson. Talvez seja pelo 'olhar feminino' que rege a direção: as meninas querem desvendar o mistério que possuem os homens e se mostram dispostas a tudo para isso. Um 'romeu e julieta' meio dark, com fotografia pálida, quase noir. Quase não consegui ultrapassar os primeiros 20 minutos, até que a trama envereda pela ação. Há uma certa mensagem acerca da aceitação das diferenças.
Fraco. Pior: parece que já está programado o Crepúsculo-2, a seqüência.
3. Na Natureza Selvagem (Into the wild/EUA, 2007)
Site Oficial: www.intothewild.com
Direção: Sean Penn
Roteiro: Sean Penn
Sinopse: Após concluir seu curso na Emory University, o brilhante aluno e atleta Christopher McCandless (Emile Hirsch) abre mão de tudo o que tem e de sua carreira promissora. O jovem doa todas as suas economias - cerca de US$ 24 mil - para caridade, coloca uma mochila nas costas e parte para o Alasca a fim de viver uma verdadeira aventura. Ao longo do caminho, Christopher depara-se com uma série de personagens que irão mudar sua vida para sempre.
Só por ter sido dirigito e roteirizado por Sean Penn, já é uma recomendação para Na Natureza Selvagem. Minha filha Ana Letícia foi quem me recomendou: - "Pai, você vai adorar este filme!"
A história é baseada em fato real e a família McCullen demorou a permitir sua filmagem. Quem é que nunca pensou em 'sumir no mato', 'morar numa praia primitiva' ou 'fugir da cidade grande'? Hoje, a Natureza é vista como o lugar de onde nunca deveríamos ter saído, o Éden perdido pelo pecado original.
O que não podemos esquecer é daquilo que nos falou Freud, em O mal estar na civilização: sair da natureza e entrar na cultura exige do homem enormes sacrifícios e repressões para regular a agressividade intrínseca que nos habita.