18 junho, 2009

TDAH - Reportagem de hoje no JN

Fui convidado a tecer alguns comentários acerca do uso do metilfenidato para tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade (TDA/H). Já falei deste transtorno aqui nos PrasCabeças. Como psiquiatra, faço muitos diagnósticos deste quadro e, claro, conduzo o tratamento.
A bem da verdade, não gostei do título da reportagem nem do tom irônico -"droga da obediência" para falar do medilfenidato (MFD) - e alarmista -"assustadoramente".
A substância em questão foi experimentada pela primeira vez há mais de 50 anos, com resultados mais do que comprovados para ajudar na melhora do controle da atenção e da impulsividade, sintomas cardeais do TDAH.
Existem outras já em uso e algumas em experimentação, mas o MFD ainda é a primeira escolha recomendada pela FDA e todos os guidelines.
Os efeitos colaterais geralmente são suportáveis - às vezes inexistentes - e cessam com a diminuição ou retirada da droga. É um 'psicoestimulante' e isso faz com que seja de venda muito controlada. É considerado erro médico não medicar quando necessário, na dosagem correta, pelo tempo suficiente.
Por outro lado, ao mencionar o incremento da venda da medicação, não se considera o aumento do diagnóstico e a diminuição do preconceito social quanto ao uso de medicamentos psicotrópicos (desde que prescritos por psiquiatras conscientes, etc, etc.).
De qualquer forma, uma entrevista é uma entrevista, dos 20 minutos de filmagem foram aproveitados alguns segundo (quando descrevi os sintomas principais e mais comuns).
O assunto está na mídia, sai em capa de revista e é tema de congressos médicos.
Como aqui não é uma revista científica, fico com esses comentários gerais.
Se você quiser ler em português um bom site: www.tdah.org.br