09 fevereiro, 2007

Horror

O que falar diante da brutalidade que vitimou um menino de 6 anos, no Rio, ontem? Tamanha violência atingiu, na verdade, todas as crianças, todas as famílias, todos cidadãos cariocas, fluminenses, brasileiros!
É hora do luto e da revolta.
Se o luto nos emudece, identificando-nos ao morto, a revolta nos atiça a agressividade e, muitas vezes, provoca-nos identificação com o agressor: olho por olho, dente por dente!
Não há o que dizer, mas é preciso dar voz à dor, por mais indizível que seja.
Da mesma forma é necessário falar do ódio que nos invade a alma, da raiva que precisa ser externalizada.
Quando se pensa que o tecido social já está por demais apodrecido, eis que surge uma ferida maior.
Incurável?


Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
(Castro Alves em "Navio Negreiro")