13 fevereiro, 2007

Sai de baixo!

Às vezes me sinto confortável por não morar no Rio de Janeiro, de onde chegam notícias aterradoras por causa da violência que impera numa das cidades mais lindas do mundo. Impressiona-me a quantidade de pessoas que são vítimas do que chamam "bala perdida".

Um levantamento exclusivo do Fantástico mostra que só no ano passado, 170 pessoas foram atingidas por balas perdidas na região metropolitana do Rio: 35 delas eram crianças com menos de 13 anos. E o pior: essa estatística é desconhecida pela polícia. Pior ainda: esses são os casos registrados.

Penso que essas balas não são "perdidas", mas "achadas", pois que acertaram alguém e, provavelmente, foram retiradas pelos cirurgiões, guardadas para prova material em processos, etc.

E as balas 'realmente' perdidas? Quantos milhares de projéteis voam de um lado para outro, no enfrentamento entre gangues e atiradas pela PM? Reportagens de TV mostram tiroteios noturnos nas favelas, com aquelas 'brasas' voando de um lado para outro: parecem fogos de artifício ou caudas de minúsculos cometas rasgando o breu da noite.

Agora, leio reportagem que fala de um grande meteorito em exposição no Museu de Mineralogia da Praça da Liberdade, aqui em BH:

Wikipédia: "O Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães de Belo Horizonte, foi criado pelo prefeito Oswaldo Pieruccetti em 1974 e implantado com a colaboração da administração do Estado de Minas Gerais, que cedeu o acervo da antiga Feira Permanente de Amostras.

Até 1992, o MMPDG funcionou na Rua da Bahia, esquina com Av. Augusto de Lima, onde funciona, hoje, o Centro de Cultura Belo Horizonte. Em junho de 2000, foi reinaugurado através de esforços conjuntos da Prefeitura de Belo Horizonte, por intermédio da Secretaria Municipal de Cultura, da Secretaria Estadual de Minas e Energia e da COMIG, como parte integrante do memorial da mineração.

O acervo conta com cerca de 1.000 amostras expostas, de um conjunto total de 3.000, sendo 70 a 80% dele procedentes de Minas Gerais, cerca de 10 a 15% de outros estados e o restante de outros países."

O meteorito "Bocaiúva" tem aspecto metálico e cor negro-acinzentada. Pesa mais de 60 kilos e, devido à grande quantidade de minerais de ferro que o compõe, apresenta densidade elevada. Proveio da região de Bocaiúva, a 400 km ao norte de Belo Horizonte, de onde foi trazido para estudos na UFMG e guardado no Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear.

Descubro, assustado que, além do valor científico, os meteoritos que caem na Terra à razão de 40.000 toneladas por dia, pesando, em sua maioria, apenas alguns gramas, podem conter alguns metais de grande interesse econômico (como ouro, cobre e níquel). Chove ouro, minha gente!

Se somos bombardeados por tal quantidade de poeira celestial a cada dia, acho que a possibilidade de ser atingido por um 'meteorito perdido' é muito maior do que por uma bala perdida... ou estou errado? Em dez dias serão 400 mil toneladas; em cem dias, então, 4 milhões de toneladas de poeira cósmica, feita de partículas miúdas ou do porte de um "Bocaiúva"! Sai de baixo!

Se, por um lado, chovem balas perdidas, por outro, o céu está despencando e não me avisaram.

E agora, José?