16 dezembro, 2007

O Rio de Janeiro continua lindo, amigão!


1. Mais um pulinho ali: estive, ontem no Rio. Tempo bom - sol sem muito calor, mas nada de folgar: fui de manhã e voltei à noite, já que tudo se resumiu em trabalho.

O que vi do Rio?

1. Aeroporto horroroso, o tal do Tom Jobim. Saindo de lá, em direção à zona sul, você pega a 'linha amarela' (cercada da favelas) ou a 'linha vermelha' e cai na Av. Brasil, cujo trânsito é qualquer coisa de louco. Pro centro - minha reunião foi na Presidente Wilson - o caminho passa pelos armazens decadentes e sujíssimos do porto, numa avenida, a Rodrigues Alves, que avança debaixo de uma via suspensa. Tudo muito feio e, por suposto, perigoso.


2. Aos poucos, o cenário do 'Rio Antigo" se mostra: Mosteiro de São Bento, Rua Santa Luzia, Academia Brasileira de Letras, Teatro Municipal, Candelária e o Bar Amarelinho, já na Cinelândia. Andei por esses caminhos há muito tempo e nunca me sairam da memória as ruas estreitas, igrejas coloniais e gente, muita gente.


3. E o Rio de Janeiro continua lindo. Literalmente abri uma cortina e vislumbrei o Aterro do Flamengo, Museu de Arte Moderna, Monumento aos Pracinhas, Marina da Glória, Outeiro de N. S. da Glória e, lá longe, o Pão de Açucar. Estava dentro de um cartão postal:



4. À tardinha, hora de voltar pro Galeão. Deram-me uma dica: vá ali pro Santos Dumont e tome o frescão, é só R$ 6,50. Como o tempo sobrava, aceitei a alternativa. Mas...



Mas em frente ao Santos Dumont (a parte nova) não vi ponto de ônibus. Perguntei ao segurança que me apontou o lugar correto, uns 200m além. Virei as costas quando escuto:


- Ô amigão!


Era o segurança, correndo em minha direção e já dizendo:


- Olha aqui, tem um amigão meu ali, mexe com frota de carro executivo, ele te leva.


- Mas não estou com pressa, amigão (nessa hora, é bom ter "amigões", não?).


Estacionado, vi o tal-que-mexe-com-frota-de-carro ao lado de um Honda prata, todo sorridente, um corpanzil que dava três de mim. Pensei: -Mais parece um leão-de-chácara, vigilante de boate.


Hesitei por meio segundo e perguntei o preço da corrida.


- O preço é 50 paus, mas faço por 25, amigão.


- Só tenho 15, não vai dar.


- Dá sim, amigão, vamo lá!


Com tanta prova de amizade, não resisti. O segurança me olhava todo sorridente e o amigão/motorista já abria a porta do banco traseiro. Delicadezas cariocas, presumo.


O motorista contou vantagens do seu novo Honda, dizendo que, agora, estava casado com aquele carro. Empolgadíssimo, explicou:


- Foi ontem, foi ontem mesmo que o emplaquei.


Elogiei ao máximo sua nova esposa, enquanto voltávamos pelo mesmo trajeto da manhã: "Pelo menos estamos indo em direção ao Tom Jobim", pensei.


5. Voei de volta pela Gol, tratado como marajá: 1 horinha só de atraso, poltrona apertadíssima e lanche requintado: um pacote de amendoim torrado e 1 copo dágua!


6. A aproximação do Aeroporto de Confins foi sob os últimos raios de sol:



7. Em casa, Amélia me pergunta:


- E aí, meu bem, como foi lá no Rio?


- Ótimo, arranjei um amigão!