30 junho, 2006

Tudo é futebol. Futebol é produto. Tudo é produto.

É claro que vibro a cada vitória da Seleção Brasileira na Copa 2006. Não tenho dúvidas de que o futebol é um esporte popular, mobiliza corações e mentes, faz circular milhões e milhões de dólares, etc.
Mas acho que há uma supervalorização pela mídia: a cobertura da Globo apela para emoções baratas, entope o telespectador com estatísticas absurdas e desencadeia uma onda de patriotada extemporânea. O povo, lógico, cai na esparrela...
Achei o artigo abaixo, do jornalista Thomaz Wood Jr. , que copiei do site CartaCapital.

VOYEURS EM FÚRIA

A cada quatro anos, turbas de conformistas, de variadas latitudes e
idênticas atitudes, unem-se em uma orgia comunal, a celebrar a superioridade da euforia sobre a alegria.

Hoje, uma boa medida de popularidade é o número de citações obtidas no
Google. Tome-se, por exemplo, o termo "football" e retornarão nada menos do que 564 milhões de citações, superando "God" (545 milhões) e "Christ" (apenas 131 milhões). Significativo! Insira-se o nome das celebridades relacionadas ao citado esporte e resultarão cifras igualmente astronômicas.

O inglês Beckham conta com mais de 31 milhões de citações e o brasileiro
Ronaldo chega a quase 24 milhões. Outro inglês, Harry Potter, com 162
milhões de citações, supera-os com folga. Entretanto, é bruxo e pratica
outro esporte. Do outro lado da fama, este pobre escriba não chega a
insignificantes 60 mil citações, o que leva a deduzir que duas chuteiras
valem aproximadamente 500 penas.

Trata-se, sem dúvida, de um fenômeno. O New York Times, há quatro anos, dedicava apenas espaços secundários ao mais globalizado dos esportes.

Hoje,
o diário mais lido da internet faz chamadas na primeira página, traz longas matérias e mantém um blog exclusivo. Da pátria mãe do esporte, o semanário The Economist advoga que a Copa do Mundo é o principal evento esportivo do planeta, superando as Olimpíadas. Rationale: a Copa é mais igualitária, mais surpreendente e menos propensa a manipulações por governos e ditadores.
Será?

Aos excêntricos, que teimam em ignorar o fenômeno, restam o isolamento e a perplexidade. É o caso deste escriba, que na vida assistiu a uma única
peleja. Foi no ano de 1998, na terra de Asterix, em uma abertura festiva de Copa do Mundo. No pasto plano à frente perfilaram-se 22 atletas, dos quais 11 representavam Pindorama e 11 outros defendiam a pátria dos saiotes.
Aberta a partida, a curiosidade de marciano não durou mais do que 12
minutos. Então, a vista se perdeu, a atenção se esvaiu. Teria sido diferente com uma partida de críquete ou um torneio de bocha? Provavelmente, não.

Exercitar esqueleto e músculos é uma maneira muito prazerosa e saudável de manter o espírito alerta, a coluna reta, a mente aberta e o coração
tranqüilo. Espiar trotes cansados, alternados com desabaladas correrias e
pontapés, é meramente enfadonho. Não menos bizarro é testemunhar os
malabarismos romanescos de talentosas penas, a acrescentar genialidade e poesia a movimentos incertos e desarmônicos. Nas linhas desses magos, encontros aborrecidos transmutam-se em lutas épicas, momentos insossos ganham matizes políticos e ascensões fortuitas ressurgem como tratados
sociológicos. Tudo isso ficaria recolhido aos subterrâneos da civilização,
não fosse a incontrolável histeria da mídia, a fazer eco em parcela
considerável da população. Então, por motivos que escapam ao senso comum, embates de pouco brilho transformam voyeurs em selvagens, a brandir buzinas e explodir rojões madrugada afora.

Na entrada do terceiro milênio, o esporte em questão soma religião, mercado e espetáculo. É religião porque é marcado por uma fé de fanático, que turva a razão e a sensibilidade. É mercado porque é dominado pelo comércio das pernas, da imagem e dos sonhos. É espetáculo porque foi transformado em show mundial, com mídias especializadas e celebridades próprias, tudo acompanhado em tempo real por turbas globais, conformistas e esbaforidas.

A perseverar as tendências atuais de hiperespecialização e hipercomercialização, o futuro será ainda mais frenético e eufórico. Aos
atletas, assessorias e entourage, serão acrescidos torcedores profissionais.
Eles serão recrutados em todo o mundo, ganharão maquiagem e fantasia, e preencherão ordenadamente as arenas esportivas. De Liverpool e de São Paulo serão trazidos exemplares mais violentos, destinados a erupções controladas de selvageria.

Do Rio de Janeiro virão os tagarelas profissionais, mestres

da incontinência verbal. De Estocolmo e de Buenos Aires virão exuberantes loiras, postas a adornar pontos estratégicos das arquibancadas. Da África e da China virão os atletas, em grande quantidade e com baixo custo. Da
Califórnia e da Índia virão os gurus para garantir a harmonia e a
auto-estima das equipes. Fotógrafos e cinegrafistas, dirigidos por magos da publicidade, ensaiarão e produzirão momentos de espontaneidade e vivacidade.

Escritores de grande talento e baixa renda serão recrutados para elaborar

épicos e fábulas. Fabricantes de cerveja e de tênis comandarão todo o
espetáculo, explorando cada oportunidade de merchandising. Pelas tevês,
internet e fones móveis, as hordas continuarão a acompanhar o show, uivando e disparando rojões em momentos precisos. Ao menos não estarão pelas ruas roubando, dirão as avós.

26 junho, 2006

Psicodrama em Instituições Públicas


Quarta-feira próxima, dia 28.jun.06, será lançado o livro Psicodrama em Instituições Públicas, de minhas colegas e amigas Júlia Chalita e Maria Inês.
Com muita alegria recebi delas dois presentes, uma verdadeira homenagem: pediram-me o prefácio do livro e a palestra no lançamento. É claro que aceitei!
Pois então, no Restaurante do Minas II, no Mangabeiras, estaremos às 20h desta quarta, para o coquetel.

Do Prefácio que escrevi, destaco alguns trechos:

Ao receber o convite para prefaciar este livro, inúmeras associações surgiram em minha mente. As mais remotas levaram-me ao momento em que entrei em contato com o Psicodrama. Era estudante de Medicina e estagiava numa clínica de atenção psiquiátrica, psicológica e pedagógica a crianças e adolescentes. Foi quando, – aprendiz – comecei a participar das sessões de psicoterapia de grupo, nas quais se utilizavam técnicas psicodramáticas. Minha posição de “observador” evoluiu para a de participante ativo, quase um co-terapeuta, embora ainda sem formação. Bastaram algumas sessões para que fosse arrebatado pela força da invenção de Jacob Levy Moreno: imaginar cenas e cenários, criar e encarnar personagens, experimentar a espontaneidade e a improvisação, aprender a me colocar no lugar do outro e ser surpreendido por sentimentos e conflitos de minha própria alma conduziram-me rapidamente ao setting terapêutico. Fui acolhido pela saudosa Lea de Araújo Porto e um mundo novo se desvelou.

O leitor há de compreender que o Psicodrama proporciona aos seus praticantes um certo tipo de comprometimento afetivo, uma vez que o treinamento da espontaneidade é um de seus fundamentos.

Portanto, saliento duas características essenciais deste livro:

· a transparência, clareza e simplicidade da autoras, que se revelam em cada relato de caso. Demonstram sua atuação e ensinam processos técnicos inovadores, frutos do conhecimento e da espontaneidade;

· a consistência dos pressupostos teóricos adquiridos no estudo constante e aprimorados ao longo de anos e anos de trabalho numa instituição pública.
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Encontro vocês lá.

25 junho, 2006

Domingueira

Passeio domingueiro este de hoje: estamos aqui na Unilar, Amélia, Ana Letícia, Adélia (sobrinha-afilhada) e eu.

Unilar é apresentada oficialmente assim:

UNILAR - XXIII Feira Nacional de Decoração, Móveis, Paisagismo e Equipamentos do Lar / 2º Congresso Mineiro de Paisagismo Data: 17/06/2006 a 25/06/2006 Local: Expominas - Centro de Feiras de Minas Gerais George Norman Kutova Av. Amazonas, 6030 - GameleiraPromoção: TECNITUR - Feiras, Congressos e Eventos Tel. 2103-8700 - Fax. 2103-8707E-mail: unilar@tecnitur.com.brSite: www.tecnitur.com.br. A Unilar, uma das poucas feiras do país a completar 23 anos ininterruptos e consecutivos de realização, é o evento com maior destaque nacional em seu setor. O visitante encontra várias atrações, promoções, sorteios e mini cursos. O expositor divulga sua marca e comercializa seus produtos e/ou seus serviços, em salões especiais, estrategicamente projetados para promover tendências e lançamentos em setores segmentados.

Pois é isso mesmo: a gente chega e já se admira com o Expo-Minas, centro de convenções e exposições gigantesco, inaugurado há algumas semanas com a Reunião Internacional do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Claro que o aspirante à Presidência da República, o atual gov. Aécio Neves, inaugurou tudo com pompa e circunstância. Esperto, ele, pois está fazendo uma administração voltada para os holofotes: promete entregar a via expressa que ligará o centro de BH ao Aeroporto Tancredo Neves (Confins); alardeia o famoso déficit zero nas contas do Estado (neca de aumento pros funcionários); paga ao funcionalismo salários e 13º em dia; badala nas festas; dizem que andou saindo com a Daniela "ex-Ronaldo Fenômeno Cicarelli; emplacou samba enredo na Sapucaí, com o tema "Estrada Real"; não ataca Lula e mantém cordialidade com petista Fernando Pimentel - prefeito aprovadíssimo; elogia o vice-presidente José Alencar, etc.

De minha parte, fico empolgado com o projeto da Estrada Real, que tem resgatado a auto-estima dos "grotões" das Minas Geraes: cidadezinhas outrora importantes por causa do Ciclo do Ouro estavam à míngua, embora guardassem tesouros preciosíssimos da época colonial. Agora, temos um roteiro bem planejado, muitos lugarejos se preparam com pousadas e comodidades ofertadas aos turistas e historiadores.
Aqui na Unilar, há uma exposição de jardinagem que enche os olhos. Amélia fica doida de tanto admirar jardins, folhagens, flores. A Ana está com minha nova Sony N1 e já está fotografando tudo. Com certeza vai publicar alguma no MineirasUai!, o que também farei neste PrasCabeças.
Assim o domingo vai passando. Ao ver este computador aqui no stand do Estado de Minas, não resisti: enquanto "as meninas" circulam pelos corredores e admiram design arrojados de móveis e objetos de decoração, fico aqui postando. É um vício?

Há um setor da Unilar que atrai muita gente: lá se expõem mil e uma quinquilharias para cozinha, como cortadores de legumes com os quais se podem fazer esculturas de cenouras, rosas de repolho, omeletes sem óleo, bicos para evitar que as torneiras respinguem, massageadores que curam até unha encravada, escovas sem graxa que fazem brilhar os sapatos, descascadores de abacaxi, água imantada e poltronas vibratórias! Parece um mercado persa. É até engraçado o modo como os vendedores insistem em que experimentemos de tudo. Um pessoal do Rio Grande do Sul trouxe queijos e embutidos (salames, salaminhos, mortadelas) e gritam: -Olhaqui, freguês, iguarias do sul! A gente se aproxima, na expectativa de saciar a fome - afinal, mineiro que é mineiro adora comer de graça! - mas é minúsculo o naco oferecido. Demos uma voltinha e lá estamos, provando de novo, hehehe!

Algumas indústrias moveleiras de alta qualidade também aproveitam a feira; oferecem descontos significativos, parcelam a dívida, distribuem brindes. Alguns restaurantes e uma chopperia repõem as energias dos visitantes.

Há produtos eletro-eletrônicos que são oferecidos com desconto, bem como pequenas utilidades: canequinhas de plástico, sanduicheiras elétricas e lâmpadas. Há aparelhos de DVD, televisão, geladeiras, tudo com descontos especiais. lDois ou três espaços divulgam o artesanato mineiro. Quase todo o mundo sai carregado de sacolas.

Neste stand mesmo em que digito, presenciei um sem-número de vendas de TV a Cabo da Way+Banda Larga, a R$ 45 nos três primeiros meses. Depois... bem, depois o preço é normal, mas quem pensa nisso?

Se na minha pequena Nova Era, tinha prazer em correr entre as "barraquinhas" na época de S.João, quando as atrações eram os leilões de bezerro, tendas de tiro-ao-alvo, canjica grossa, pastel-de-queijo, pipoca e muita música nos alto-falantes ("alguém oferece para alguém que sabe quem" gritava o locutor), agora estamos na era da eletrônica.

E ao voltar para casa, mais à noite, vamos saborear a canjica feita pela Amélia, com amendoim e coco ralado, quentinha, quentinha...
É servido?

UPDATE: Algumas fotos:

24 junho, 2006

Já que a Copa é na Alemanha, aprenda alemão rápido!!!



** Aprendendo Alemão***

A língua alemã é relativamente fácil. Todos aqueles que conhecem as línguas derivadas do latim e estão habituados a conjugar alguns verbos podem aprendê-la rapidamente. Isso é o que dizem os professores de alemão logo na primeira lição.

Para ilustrar como é simples, vamos estudar um exemplo em alemão:

Primeiro, pegamos um livro em alemão, neste caso, um magnífico volume, com capa dura, publicado em Dortmund, e que trata dos usos e costumes dos índios australianos Hotentotes (em alemão, Hottentotten).

Conta o livro que os cangurus (Beutelratten) são capturados e colocados em jaulas (Kotter) cobertas com uma tela (Lattengitter) para protegê-los das intempéries.
Estas jaulas, em alemão, chamam-se jaulas cobertas com tela (Lattengitterkotter) e, quando abrigam um canguru, chamamos ao conjunto de "jaula coberta de tela com canguruLattengitterkotterbeutelratten).

Um dia, os Hotentotes prendem um assassino (Attentäter), acusado de haver matado uma mãeMutter) hotentote (Hottentottenmutter), mãe de um garoto surdo e mudo (Stottertrottel).

Esta mulher, em alemão, chama-se Hottentottenstottertrottelmutter e a seu assassinoHottentottenstottertrottelmutterattentäter.

No livro, os índios o capturam e, sem ter onde colocá-lo, põem-no numa jaula de canguru (Beutelrattenlattengitterkotter).
Mas o preso escapa.

Após iniciarem uma busca, chega um guerreiro hotentote gritando:
- Capturamos o assassino (Attentäter)!
- Qual Attentäter? - pergunta o chefe indígena.
- O Lattengitterkotterbeutelrattenattentäter, comenta o guerreiro, a duras penas
- Como ? O assassino que estava na jaula de cangurus coberta de tela ? - pergunta o chefe.
- Sim, é o Hottentottenstottertrottelmutteratentäter (assassino da mãe do garoto surdo-mudo da tribo)

- Ah, diz o chefe, você poderia ter dito desde o início que havia capturado o Hottentottenstottertrottelmutterlattengitterkotterbeutelrattenattentäter.


Assim, através deste singelo exemplo, podemos ver que o alemão é extremamente simples. Basta um pouco de interesse!

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(Mais uma contribuição do mermão de BSB, o Paulo.

22 junho, 2006

Esperança e paciência

Não sei se a expressão "desencantar" existe em outros estados. Aqui em MG, quando alguém fica que "meio abobado", "paralisado", "atarantado" e, depois, sai deste quadro, dizemos: "Fulano desencantou".

Pois foi a minha interpretação para o comportamento do Ronaldo, no jogo de hoje (Brasil 4x1 Japão), logo após seu primeiro gol. O rapaz "desencantou", ficou solto, voltou a sorrir, correu mais em campo, participou de mais jogadas.
"Desencantou" de vez quando acertou o fundo das redes com um chute de pé direito, certeiro como há muito não víamos.

Antes de ouvir os comentaristas profissionais, prevejo a mudança de tom: sai o "gorducho", "baleia", "velho", "fora-de-forma" e entra o "fenômeno", o "perseverante", o Ronaaaaaaldo!
Logo agora, depois do jogo, assisto sua entrevista. Sorriso mais franco, sua marca registrada, o craque responde assim à pergunta do repórter sobre seus sentimentos logo após a providencial cabeceada: - Fiquei aliviado! Antes, chutei com pé esquerdo e o goleiro defendeu. Depois, com o pé direito e o goleiro fez milagre. Pensava: 'meu Deus, será que a bola não vai entrar?' até que veio o gol!

Confesso que eu também fiquei aliviado e emocionado. Mesmo percebendo as limitações do Ronaldo nos jogos anteriores, principalmente no primeiro, torcia para que ele se recuperasse, desse a volta por cima. E isso aconteceu nesse jogo recém terminado.
Destaco outra expressão do Fenômeno: - Sempre tive paciência.

Se fizermos uma analogia com as vicissitudes que a vida nos apresenta, creio que duas virtudes são fundamentais: a esperança e a paciência.
Não a esperança acomodada, inerte, "esperar sentado", mas a esperança-ação, a esperança-desejo. [Outro dia escrevi sobre a Esperança, confira!].
Quanto à paciência, refiro-me à paciência de esperar o tempo certo, à calma que não nos deixa perder o controle, a persistência.

Esperança + paciência = persistência.
- Não é?

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Em teste, meu álbum de fotos no Picasa.

20 junho, 2006

Sursum corda: para o alto os corações

Poemas de Viviane Mosé

Poemas do livro Pensamento do Chão, poemas em prosa e verso.

quem tem olhos pra ver o tempo soprando sulcos na pele soprando sulcos na pele soprando sulcos?

o tempo andou riscando meu rosto

com uma navalha fina

sem raiva nem rancor

o tempo riscou meu rosto

com calma

(eu parei de lutar contra o tempo

ando exercendo instantes

acho que ganhei presença)

acho que a vida anda passando a mão em mim.

a vida anda passando a mão em mim.

acho que a vida anda passando.

a vida anda passando.

acho que a vida anda.

a vida anda em mim.

acho que há vida em mim.

a vida em mim anda passando.

acho que a vida anda passando a mão em mim

e por falar em sexo quem anda me comendo

é o tempo

na verdade faz tempo mas eu escondia

porque ele me pegava à força e por trás

um dia resolvi encará-lo de frente e disse: tempo

se você tem que me comer

que seja com o meu consentimento

e me olhando nos olhos

acho que ganhei o tempo

de lá pra cá ele tem sido bom comigo

dizem que ando até remoçando

muitas doenças que as pessoas têm são poemas presos

abscessos tumores nódulos pedras são palavras

calcificadas

poemas sem vazão

mesmo cravos pretos espinhas cabelo encravado

prisão de ventre poderia um dia ter sido poema

pessoas às vezes adoecem de gostar de palavra presa

palavra boa é palavra líquida

escorrendo em estado de lágrima

lágrima é dor derretida

dor endurecida é tumor

lágrima é alegria derretida

alegria endurecida é tumor

lágrima é raiva derretida

raiva endurecida é tumor

lágrima é pessoa derretida

pessoa endurecida é tumor

tempo endurecido é tumor

tempo derretido é poema

palavra suor é melhor do que palavra cravo

que é melhor do que palavra catarro

que é melhor do que palavra bílis

que é melhor do que palavra ferida

que é melhor do que palavra nódulo

que nem chega perto da palavra tumores internos

palavra lágrima é melhor

palavra é melhor

é melhor poema

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Link e poema enviado pelo amigo Idelfonso - o Dé.


18 junho, 2006

Brasil x Austrália - haja coração!


Em Itaúna-MG, 100km a oeste de BH, acontecem os Jogos Jurídicos neste fim-de-semana. Desde sexta-feira, o filhote Leo está por lá, disputando não-sei-o-quê, mas, com certeza, se divertindo como nunca.

Imagino a farra que os universitários(as) aprontam nesses eventos: "Tudo pelo esporte!", deve ser o lema deles: ficam em alojamentos coletivos, alugam vans ou ônibus, aprontam as mochilas e pé-na- estrada.

A gente que é pai fica um pouco aflito. Mas só um pouquinho, porque sabemos bem o filho que temos e a turma que ele frequenta. Já nos falamos duas vezes por telefone, a última foi agorinha mesmo.

A Ana vai passar o domingo num sítio com amigos, onde assistirá Brasil x Austrália. Ela e as outras três MineirasUai! têm feito uns posts interessantíssimos no seu blog. Nada como a visão feminina para nos imunizar contra as baboseiras dos comentaristas profissionais tipo Galvão Bueno, Casagrande et caterva. Aliás, outros 'blogs da Copa' que vale a pena visitar são estes daqui (links copiados do Marmota - peço licença aqui, tá Marmota?:


Outro filho que passa o fim-de-semana fora é o Ângelo. Este foi a Paracatu, uns quatrocentos quilômetros em direção a Brasília, longe pra burro. Frequentemente viaja com um grande amigo, cujos pais têm uma fazenda por aquelas bandas. Como estudante de Veterinária, o rapaz adora. Chegou de volta ontem à meia-noite e hoje, pela manhã, também foi pros Jogos Jurídicos de Itaúna.

- Mas o que um 'veterinário' foi fazer no meio dos 'advogados'?

- Pois conto agora: Ângelo e Leo vão tocar com o Chapéu Panamá na festa de encerramento, dar um show pro pessoal sambar, logo após o jogo do Brasil contra a Austrália. Seja lá qual for o resultado (falta menos de uma hora para começar a 'guerra'), tem "a nova guarda do samba de raiz" pra balançar o coreto.

Desta vez, Amélia e eu ficaremos aqui, torcendo por eles: pelo Brasil e pelos filhotes.

A casa vazia, sem aquela animação dos 'meninos', não terá a presença física deles, mas coração de pai-e-mãe bate no ritmo dos corações dos filhos: Ana, Ângelo e Leo estarão conosco: cada lance bonito, cada gol do Brasil (espero que sejam muitos), cada susto em nossa defesa, tudo nos lembrará os olhos brilhantes dos 'meninos', os comentários da Ana, os gritos do Ângelo, as comemorações do Leo.

Enquanto aguardo o início da partida, leio uma entrevista do jogador Kaká ao Estado de Minas. Gostei da resposta:

Jornalista: Há uma grande esperança em Ronaldinho Gaúcho e havia também em cima de Ronaldo. Parece que, depois da estréia, a cotação deles caiu…

Kaká: É uma coisa que não entendo no Brasil. As pessoas têm a mania de depreciar o que é nosso, procuram desvalorizar. A culpa, em parte, é da imprensa, formadora de opinião. Não podemos generalizar, é claro. Ronaldo não precisa provar mais nada. Ganhou duas Copas, a de 2002 como artilheiro, conquistou títulos por onde passou e é idolatrado pelos torcedores da Inter, de onde saiu há quatro anos. Na Europa, todos querem uma estátua para ele nas praças. Só no Brasil não o valorizam, chamam ele de gordo e tudo mais. Um absurdo. Ele é intocável, especial, um jogador fabuloso. Precisa ser respeitado. Ronaldinho Gaúcho acabou de ser campeão da Liga dos Campeões da Europa, eleito o melhor do mundo pela segunda vez e vai brilhar. Foi apenas o primeiro jogo e estréia é sempre difícil. O time vai engrenar. Aqueles que criticam hoje estarão elogiando amanhã.



Dá licença que o jogo vai começar.
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Update:
Ufa! que sufoco! Mas ganhamos: Brasil 2x0 Austrália. Ronaldo melhorou, mas nem tanto. Muito susto nos deu a defesa brasileira. Aí entraram Robinho e, no final, Fred. Este aí liquidou a fatura. Vêm aí as mais duras batalhas. Haja coração!

16 junho, 2006

O inverno vai chegar

O inverno se aproxima. Hoje, pela manhã, a temperatura em Belo Horizonte estava em 10° C. O céu claro, azulzíssimo, demonstrava que a atmosfera tinha pouca umidade.

São pequenos sinais que me alegram, sempre, nesta época do ano: o frio (nem tão gelado), o azul do céu, dias claros, perspectiva das férias de julho, mais disposição para o trabalho.

O mais bonito, porém, são as florações dos ipês roxos. Aqui na Capital das Alterosas existem mais de 10 mil ipês, roxos, rosas, amarelos e brancos.
Ao circular pela cidade, é impossível não ficar embevecido com tanta cor: as copas altas, entre 20 e 30 metros, colorem as alamedas, compondo paisagens que amenizam o concreto dos edifícios e, até mesmo, a poluição que vem dos escapamentos.

Na próxima semana, estrearei minha Sony N1 com fotos dos ipês. Promessa pra mim mesmo.

Entretanto, ao abrir o jornal de hoje, deslumbrei-me com a foto abaixo, de autoria do fotógrafo Jair Amaral, do Estado de Minas. Os ipês tão floridos estão na Praça da Liberdade, emoldurando alguns edifícios centenários e um modernista Niemeyer, onde residiu o ex-presidente Tancredo Neves. Por hora, então, a foto não é minha. Admirem-na:


Foto by Jair Amaral - Jornal Estado de Minas - 16jun06

Desculpe--me, Mr. Ronaldo, mas não resisti:


Mais e mais no KibeLoco

15 junho, 2006

Frases & Blogs do dia

Frases do dia:

1. José Jorge, candidato a vice na chapa de Alckmin: Hoje temos um presidente que não trabalha, só viaja e bebe muito, como dizem por aí.

Pergunto: Será que dá pra fazer campanha sem apresentar projeto de governo? Ficar só na baixaria? Tucanos e pefelistas, tenham a santa paciência!

2. Ronaldo, o fenômeno:
Não está no manual que tenho de jogar bem sempre.

Sugiro: Rasga esse manual aí, ô Ronaldo!

3. José Luís Runco, médico da delegação brasileira no Mundial-2006: A tontura sentida por Ronaldo pode ter ocorrido devido ao estresse.

Ofereço: meu divã.

4. Stephen Hawking, aclamado físico britânico, depois de afirmar que o homem está próximo de descobrir as origens do universo, de onde viemos e para onde vamos: Mas o que eu gostaria mesmo é de compreender as mulheres!

Emendo: compreender-se a si mesmo, eis a questão.

5. Parreira, o técnico, em entrevista agorinha mesmo: Temos uma dupla de peso no ataque, Ronaldo e Adriano. Sem redundância, é no sentido futebolístico: uma dupla de peso.

Digo cá comigo: Parreira, não precisa explicar, já entendi tudo!

Blogs do dia:

1. Blog do Kaka

2. Blog do Fred

3. Blog do Rodrigo e do Tadeu, torcedores 'sem dinheiro', na Europa.

4. Blog do Curioso na Copa - do Marcelo Duarte, autor de O Guia dos Curiosos.

12 junho, 2006

Muito macho!

Um de minhas diversões favoritas, quando adolescente, era ler as revistas do Fantasma, Zorro, Batman, Mandrake, Capitão Marvel e Super Homem. Gostava, também, dos quadrinhos de Walt Disney (Pato Donald, Mickey, Tio Patinhas), mas os super-heróis eram demaaais!

Marvel era, na verdade, um rapaz (Billy) que ficara órfão. Um mago chamado Shazam lhe dera uma coleção de qualidades: a sabedoria de Salomão, o vigor de Atlas, o poder de Zeus, a coragem de Aquiles e a rapidez de Mercúrio. A transformação em Capitão Marvel se dava quando ocorria quando Billy gritava: Shazam! Para mim, a evocação dos deuses da Mitologia Grega era benvinda, poisas minhas leituras "clássicas" já me familializaram com o Olimpo.

O Super Homem (Super Man) era, igualmente, um personagem que habitava minhas fantasias: quantas vezes caminhei por entre os prédios sombrios de Metrópolis, onde morava o tímido repórter Clark Kent, apaixonado por Lois Lane. Outro tímido que adquiria superpoderes, esse tal de Kent. Nunca conseguia chegar aos "finalmentes" com a jovem, pois algum criminoso provocaria uma catástrofe e... -
Mais uma tarefa para o Super Homem! Clark Kent saía correndo, escondia-se num vão de porta ou num beco escuro, arrancava o paletó e... tchum! surgia o Super Homem.

Depois vieram os filmes, as séries de TV e aqueles personagens tão poderosos passaram a viver as vicissitudes da modernidade. Crises existenciais, fraquezas, incertezas e outras mazelas acometeram os super-heróis, nem tão super, às vezes anti-heróis.

De repente, começaram a dizer que o Super Homem era gay. Batman era gay. Todo mundo tinha virado gay?

Superman: o retorno

Dirigido por Bryan Singer (X-Men — O Filme, X2: X-Men United, Os Suspeitos), Superman – O Retorno é estrelado pelo novato Brandon Routh, que assumiu a responsabilidade de dar vida ao super-herói imortalizado pelo ator Christopher Reeve, nos quatro filmes da série.

Outra vez, Superman
sofre um bocado, pois depois de passar algum tempo longe da terra, volta e descobre que Lois Lane está casada e tem um filho... De novo, não chegou aos "finalmentes"... Seria uma mensagem subliminar para dizer que o cabra é gay, mesmo?

Metrópolis, entretanto, respira aliviada:
- Não, o Super Man não é gay, afirmam os diretores de
Superman: o Retorno, que vai estrear em breve.

O Super-Homem "é provavelmente o personagem mais heterossexual de todos os filmes que fiz", disse Singer, o diretor.

Acho que paira uma dúvida no ar. Singer usou a palavra "provavelmente"...

Afinal, o cabra é ou não é muito macho?

Habitantes da côrte, ou melhor, do DF


Mermão de Brasília - Paulo - me enviou um perfil do brasiliense. Algumas das características abaixo eu mesmo já experimentei: tabalhei no DF por 10 anos seguidos e consigo entender certas referências.

Vamos lá!

= Você se sente confortavel com a umidade de 10%.

= Você conhece os ministros e deputados como "O pai daquele cara da faculdade"

= Ao dirigir, você fica meio paranóico com os limites de velocidade.

= Você, de fato, pára o carro na faixa de pedestres.

= Você acha normal um PM a cada cruzamento.

= Você tem medo de jogar lixo pela janela do carro.

= Ouve dizer "é bem pertinho" e pensa tranqüilamente em 50 km.

= Você sabe do que estão falando quando perguntam "conhece alguém da cinco"?

= Todo fim-de-semana tem um churrasco.

= Você se sente à vontade com endereços em coordenadas cartesianas.

= Sabe que se for a um endereço nas 300, 100 e 200 irá a um apartamento bom; na 400 terá que subir escadas; na 700 vai ter de procurar vagas nas calçadas das casas e que, se for ao Sudoeste, corre o risco de que a quadra ainda não esteja asfaltada!

= Quando começam as chuvas você escuta " esse ano vai chover como nunca".

= Quando param a chuvas você escuta "esse ano a seca vai ser braba".

= Você chama os amigos de seus pais de "tio" e "tia".

= Você vê alguém fazer barbeiragem no trânsito e diz "Só pode ser goiano"

= Acha que de mar o nosso céu não tem nada, e na primeira oportunidade dá uma escapada para praia.

= Odeia quando chegam os seus parentes querendo conhecer a torre e a esplanada.

= Você reclama para o amigo: "Não tem nada para fazer nessa cidade..." Mas fica indignado quando alguém de fora reclama que em Brasília não tem nada para fazer.

= Você reluta, reclama e acaba indo comer pizza no Primo Piatto.

= Sabe, perfeitamente, o que significa quando alguém diz "Eu moro no Lago"

= Quando vai a outra cidade fica indignado e não entende por que construíram ruas tão estreitas com tanto cruzamento.

= Vê crianças gostarem tanto de descer para brincar "debaixo do bloco"

= Pelo menos cinco pessoas que você conhece fazem Direito.

= Fica chateado quando te perguntam se já viu o presidente.

= Você vê o dia começar friozinho; acha perfeitamente normal que às onze esteja fazendo um calor de rachar; à tarde esteja muito, muito quente e seco; à noite, frio novamente ou até mesmo desabando um temporal; isto, além de a chuva ter iniciado e parado cinco vezes durante o dia ou à tarde.

= Você não tem a menor noção do que seja uma esquina de paralelepípedos.

= Você acha que casa com piscina é a coisa mais normal do mundo.

= Até hoje chama o mercado Pão-de-Açúcar de "Jumbo"

= Você sabe que "Ir ao Gilberto" não quer dizer visitar alguém.

= Sabe que Samambaia não é uma planta !

= Você diz "Vou ao Shopping" sabendo que isso só pode siginificar ir ao Parkshopping, se não, diria "Vou ao Pátio" ou "Vou ao Alameda" .

= Sabe que se for ao shopping Pier 21, você não vai lá pra fazer compras.

= Sabe que uma boate da moda não dura mais do que três meses.

= Você, estudante, geralmente sai do colégio na sexta, vai pro Pátio, dorme na casa de um amigo e, no sábado à noite, vai pro Pier ... domingo é em casa !!!

= Já passou um carnaval ou feriado em Caldas Novas.

= Morre de rir, ou de raiva, nas vésperas de feriados, quando te dizem "o último que sair (da cidade) apaga a luz".

= Sempre que viaja é perguntado a qual gangue você pertence, e se você já queimou algum índio.

= Vai a churrascos onde o traje básico das meninas é jeans, sandália de salto alto e bolsa da Louis Vuiton.

= Biquíni nem pensar...

= Conhece, no mínimo, 10 pessoas que nunca foram ao Rio de Janeiro e têm mais sotaque que o pessoal de lá.

= Sabe que pra ir à padaria você leva, pelo menos, 10 minutos pra se arrumar.

= Sabe que as 3 girias da cidade são: Véi, Tipo e Cara

Se você concordou com a metade desta lista, você realmente é de Brasília....


É... Quem disse que Brasília não possui sua identidade?

09 junho, 2006

Choque musical

No Bairro Gutierrez, aqui em BH, existe um posto de gasolina que funciona como ponto de encontro de jovens aficcionados por carros "sonorizados". A partir de 23h, começam a chegar os boys com seus carangos (a gíria é antiga, mas o "espírito" é o mesmo!). A música rola alta. O volume aumenta de acordo com o teor alcoólico e a emulação dos concorrentes. O dono do barzinho anexo deve gostar: tem movimento, vende cervejas e tira-gostos, atrai a atenção de mais gente e o sucesso é total.


Para os vizinhos, porém, é um tortura.


Constantemente a polícia é acionada, além do "Disque Barulho" - um número de telefone da Prefeitura, que recebe denúncias de
excesso de decibéis em horas impróprias. Tanto a polícia quanto os fiscais municipais se mostraram, até agora, incapazes de coibir o abuso: os cidadãos que precisam dormir não dormem. As reclamações continuam, sai notícia no jornal, mas nada muda. Nem a turma emudece. Alguns dos moradores pensam em mudar. (Ai, que trocadilho infame!).

Vou sujerir à edilidade que usem um método homeopático. Todos sabem o princípio da Homeopatia: similia similibus curantur (as coisas iguais são curadas por coisas iguais - tradução livre, claro, mas dá pra entender, não?).

A idéia não é minha. Em Sidney, na Austrália, a municipalidade adotou a fórmula de se utilizar "barulho contra barulho" - taí o recurso homeopático!

Eis a notícia da BBC:
Barry Manilow foi recrutado para lutar contra o comportamento anti-social dos jovens da cidade de Sydney, na Austrália, onde sua música vai ser tocada em alto-falantes de um carro para dispersar grupos ruidosos.

"Música cafona é uma das formas de fazer com que eles deixem a área, porque não suportam a música", disse um funcionário da prefeitura local ao jornal local Daily Telegraph.

Além de Manilow, Bing Crosby e músicas das décadas de 30 e 40 também vão ser usadas.

A prefeitura quer impedir que grupos de jovens se reúnam em estacionamentos para tocar música alta.

A música da prefeitura vai ser tocada alta o suficiente para dispersar os grupinhos, mas não para irritar a vizinhança, esclareceu.

"Vamos usar todo o tipo de música clássica e músicas que não têm apelo junto ao público jovem".

De minha parte, pago pra ver. Não me agrada muito a idéia de se utilizarem músicas clássicas como remédio amargo, algo para espantar os jovens. Para mim, essa guerra musical pode sedimentar, nos jovens, a idéia de que os clássicos e os românticos são, realmente, "coisa do demo, é melhor cair fora!". Quanto aos vizinhos, dormirão embalados por sinfonias?

E aqui no Brasil? Qual música utilizar? Xitãozinho & Chororó contra os rappers? Axé Music contra os roqueiros? MPB contra os pagodeiros? Ou tudo vice-versa?

08 junho, 2006

"Tá tudo sob controle" - Cláudio LEMBO - Enquanto isso, mais de 20 terremotos sacudiram a terra nas últimas horas.

Atualizado em 8 de Junho às 14h20

Sismogramas Globais Abalos relevantes | Lista Completa


  08/06 16:29  5.2   Guiana Francesa                           10 Km 
08/06 14:59 4.8 região das ilhas Fiji 555 Km
08/06 11:35 5.0 sul de Xinjiang (China) 10 Km
08/06 08:01 2.6 sul do Alaska 1 Km
08/06 07:05 2.7 Alaska Central 1 Km
08/06 07:00 2.6 centro da Califórnia 14 Km
08/06 06:54 2.5 centro da Califórnia 15 Km
08/06 06:17 4.7 Moçambique 9 Km
08/06 04:23 4.8 Simeulue, Indonésia 39 Km
08/06 02:35 2.6 península Kenai (Alaska) 15 Km
08/06 01:31 3.3 região de Porto Rico 25 Km
08/06 00:16 3.1 próximo às Ilhas Kodiak, Alaska 200 Km
08/06 00:16 3.1 Ilhas Kodiak, Alaska 200 Km
07/06 23:28 2.8 Baixa Califórnia (México) 22 Km
07/06 21:32 3.4 sul do Alaska 1 Km
07/06 19:45 2.8 próximo às Ilhas Kodiak, Alaska 5 Km
07/06 19:45 2.8 Ilhas Kodiak, Alaska 5 Km
07/06 19:42 2.8 sul do Alaska 140 Km
07/06 18:40 2.9 centro da Califórnia 8 Km
07/06 18:23 4.7 Mar de Celebes 568 Km
07/06 17:46 2.8 sul da Califórnia 10 Km
07/06 14:36 3.3 sul do Alaska 100 Km
07/06 14:34 2.5 sul do Alaska 15 Km
07/06 09:28 4.7 região de Tonga, Pacífico 15 Km
07/06 07:28 2.7 Alaska Central 100 Km
07/06 06:51 2.5 sul da Califórnia 4 Km
07/06 04:07 2.8 Alaska Central 100 Km
07/06 04:04 3.0 ao norte de Idaho, EUA 5 Km
07/06 02:26 5.0 fronteira entre o Brasil e o Peru 187 Km
07/06 02:15 2.8 região oeste de Montana, EUA 7 Km
07/06 02:01 3.3 nordeste da Califórnia 0 Km
06/06 23:09 2.6 sul do Alaska 160 Km
06/06 22:48 2.6 região das Ilhas Unimak, no Alaska 30 Km
06/06 22:02 2.6 península Kenai (Alaska) 15 Km
06/06 21:10 2.7 nordeste da Califórnia 3 Km
06/06 17:03 4.9 região da fronteira entre Irã e Iraque 44 Km
06/06 15:40 2.7 sul do Alaska 100 Km
06/06 06:05 4.6 próximo às Ilhas Galápagos 17 Km
06/06 04:59 3.0 sul do Alaska 50 Km
06/06 04:34 5.1 Guatemala 200 Km
06/06 03:33 3.9 Alaska Central 70 Km
06/06 01:13 3.6 península do Alaska 50 Km
06/06 00:03 3.8 Golfo do Alaska 35 Km

06 junho, 2006

Cadê a Bahia?

Fiz dois posts sobre minha estadia na Costa do Sauípe, neste final de semana. Referi-me às delícias daquele paraíso, construído para proporcionar lazer 24h por dia: piscinas, fitness center, gastronomia abundante e requintada, etc.

Mas agora é tempo de refletir:


O empreendimento é espetacular: são 5 hotéis de alta categoria e 5 pousadas também de alto nível, tudo num espaço geográfico abençoado por Deus e bonito por natureza: mangues, dunas, mata atlântica, fauna e flora exuberantes, riachos e rios límpidos, praias quase infinitas... Mas... cadê a Bahia?

- Uai, mas você não estava exatamente na Bahia?

Pois é, acontece que a Costa do Sauípe tem um padrão globalizado, que nos priva do contato mais próximo com a genuína cultura local. Poderia estar situado nas Bahamas, na Flórida, no Ceará, na Indonésia que seria a mesma coisa!


- Anh? mas lá não tem comida baiana, lojas de artigos baianos na Vila da Praia, shows de axé-music e camisetas bordadas com berimbau, peixes, tartarugas, deuses do Candomblé, figuras de capoeira e artesanato indígena?

Tem tudo isso. Até algumas serviçais, no restaurante - aquelas que servem à mesa, por exemplo - estão vestidas de roupas típicas. Porém é tudo pasteurizado, globalizado, talvez até mesmo banalizado.

Por outro lado, não sei até que ponto as áreas de preservação foram respeitadas. Quero acreditar que os estudos de impacto ambiental foram feitos e suas conclusões obedecidas.

- Então, você não gostou?

Gostei e muito! Vale a pena passar uns dias lá, não restam dúvidas. Acho que, do ponto de vista econômico, aquele conjunto hoteleiro acrescenta muito ganho aos centenas - talvez milhares - de empregos gerados: numerosíssimos empregados atendem aos hóspedes diuturnamente, seja como arrumadeiras, cozinheiros, professores de ginástica, comerciários, prestadores de serviços, todos ganham seu salário e aprendem muita coisa. O treinamento parece ser de primeira qualidade e tudo flui muito bem. Além disso, há os fornecedores para restaurantes, bares, lojas de roupas e artesanato, etc., etc. As divisas geradas pelo turismo são enormes: passagens aéreas, translados, investimentos em infra-estrutura, etc. Não nego isso e sei que é uma "indústria sem poluição", como dizem. Viva o turismo!

- Talvez o "produto interno bruto" da Costa do Sauípe seja maior do que da maioria dos municípios brasileiros.


Entretanto, um turista que se limite a gozar suas férias ali dentro não terá a menor noção do que seja a Bahia e, muito menos, do que é o brasileiro.
Isso me causou certo desconforto, digamos, espiritual e cívico.

Comparei com outras viagens que já fizemos, nas quais o contato com a população em seu habitat nos proporciona uma experiência quase antropológica. Um turista mais atento às peculiaridades
humanas dos habitantes poderá vivenciar a espontaneidade da população, ao invés de se deparar com sorrisos bem treinados ou a atenção estudada apenas com intuito de nos vender algo, como se tudo no mundo fosse pura mercadoria.


Pois a sensação de sermos meramente um consumidor privilegiado nos é passada num lugar tão bonito, tão deliciosamente desenhado para o máximo prazer. É quase impossível escapar do apelo do marketing.

Sei que há turistas que só pensam em gastar e comprar, voltam pra casa com as malas cheias de souvenires e outras bugigangas, sequer prestando atenção à realidade local. São capazes de ir a Nova York, a Paris, a Roma ou a Petrópolis apenas pensando em descobrir lojas e shoppings onde possam exercitar seu poder de compra. Estes, a meu ver, foram, isso sim, comprados pelo sistema: são consumidores consumidos pela apelo do consumo! Vão à Costa do Sauípe e não à Bahia.

A estes, gostaria de perguntar:

- Cadê a Bahia?

______ooo))))*(000ooo______


Prá não dize que não falei das flores, eis algumas fotos:

05 junho, 2006

Passeio pela blogosfera

  • 1. Um pouco de psicologia bem humorada, no Ontem e Hoje, do Soié.
  • 2. O dia dos namorados vem aí. Mas o amor... no Livros & Afins.
  • 3. E não é que as Mineras entem de Futebol? Mineiras, uai!
  • 4. Mais comentários, críticas, notícias, bastidores, estórias sobre a copa? Um bando de "cobras" dá um banho na imprensa convencional no Verbütsfussballbloge. (Tá em Português, só o título é esse amontoado de consoantes!)
  • 5. Já na contagem dos seus "anos 50", D. Afonso, o Chato menos chato que os não chatos, voltou.