1. Aeroporto horroroso, o tal do Tom Jobim. Saindo de lá, em direção à zona sul, você pega a 'linha amarela' (cercada da favelas) ou a 'linha vermelha' e cai na Av. Brasil, cujo trânsito é qualquer coisa de louco. Pro centro - minha reunião foi na Presidente Wilson - o caminho passa pelos armazens decadentes e sujíssimos do porto, numa avenida, a Rodrigues Alves, que avança debaixo de uma via suspensa. Tudo muito feio e, por suposto, perigoso.
4. À tardinha, hora de voltar pro Galeão. Deram-me uma dica: vá ali pro Santos Dumont e tome o frescão, é só R$ 6,50. Como o tempo sobrava, aceitei a alternativa. Mas...
Mas em frente ao Santos Dumont (a parte nova) não vi ponto de ônibus. Perguntei ao segurança que me apontou o lugar correto, uns 200m além. Virei as costas quando escuto:
- Ô amigão!
Era o segurança, correndo em minha direção e já dizendo:
- Olha aqui, tem um amigão meu ali, mexe com frota de carro executivo, ele te leva.
- Mas não estou com pressa, amigão (nessa hora, é bom ter "amigões", não?).
Estacionado, vi o tal-que-mexe-com-frota-de-carro ao lado de um Honda prata, todo sorridente, um corpanzil que dava três de mim. Pensei: -Mais parece um leão-de-chácara, vigilante de boate.
Hesitei por meio segundo e perguntei o preço da corrida.
- O preço é 50 paus, mas faço por 25, amigão.
- Só tenho 15, não vai dar.
- Dá sim, amigão, vamo lá!
Com tanta prova de amizade, não resisti. O segurança me olhava todo sorridente e o amigão/motorista já abria a porta do banco traseiro. Delicadezas cariocas, presumo.
O motorista contou vantagens do seu novo Honda, dizendo que, agora, estava casado com aquele carro. Empolgadíssimo, explicou:
- Foi ontem, foi ontem mesmo que o emplaquei.
Elogiei ao máximo sua nova esposa, enquanto voltávamos pelo mesmo trajeto da manhã: "Pelo menos estamos indo em direção ao Tom Jobim", pensei.
5. Voei de volta pela Gol, tratado como marajá: 1 horinha só de atraso, poltrona apertadíssima e lanche requintado: um pacote de amendoim torrado e 1 copo dágua!
6. A aproximação do Aeroporto de Confins foi sob os últimos raios de sol:
7. Em casa, Amélia me pergunta:
- E aí, meu bem, como foi lá no Rio?
- Ótimo, arranjei um amigão!
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