Affonso Romano de Santana é poeta, ensaista, escritor. Em sua crônica de hoje, a propósito de uma viagem ao interior de Minas, incorpora o espírito proustiano de A la recherche du temps perdu e inspirado pelo topônimo da cidade que visitou, relembra um dos poetas que morreram cedo - conforme abordei no post anterior: Cassimiro de Abreu.
A crônica é deliciosa e vale a pena ser lida aqui:.Eu me lembro, eu me lembro.
Eis os versos:
Eu me lembro, eu me lembro! – Era pequeno
E brincava na praia; o mar bramia
E erguendo o dorso altivo, sacudia
A branca espuma para o céu sereno.
E eu disse a minha mãe nesse momento:
“Que dura orquestra! Que furor insano!
“Que pode haver maior do que o oceano
“Ou que seja mais forte do que o vento?”-
Minha mãe a sorrir olhou pr’os céus
E respondeu: – Um Ser que nós não vemos
“É maior do que o mar que nós tememos,
“Mais forte que o tufão! Meu filho, é – Deus!”.
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