23 maio, 2004

Nostalgia poética

Affonso Romano de Santana é poeta, ensaista, escritor. Em sua crônica de hoje, a propósito de uma viagem ao interior de Minas, incorpora o espírito proustiano de A la recherche du temps perdu e inspirado pelo topônimo da cidade que visitou, relembra um dos poetas que morreram cedo - conforme abordei no post anterior: Cassimiro de Abreu.
A crônica é deliciosa e vale a pena ser lida aqui:.Eu me lembro, eu me lembro.

Eis os versos:
Eu me lembro, eu me lembro! – Era pequeno

E brincava na praia; o mar bramia

E erguendo o dorso altivo, sacudia

A branca espuma para o céu sereno.

E eu disse a minha mãe nesse momento:

“Que dura orquestra! Que furor insano!

“Que pode haver maior do que o oceano

“Ou que seja mais forte do que o vento?”-

Minha mãe a sorrir olhou pr’os céus

E respondeu: – Um Ser que nós não vemos

“É maior do que o mar que nós tememos,

“Mais forte que o tufão! Meu filho, é – Deus!”.

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