Para compensar a queda da produção industrial, haveria ganho econômico com a diminuição dos acidentes de trabalho e aumento do turismo interno – afinal, em um dia de feriado, muitas pequenas viagens seriam feitas, não? Os cinemas receberiam mais platéia, os restaurantes ficariam cheios, barzinhos venderiam mais na véspera. Com menos estresse, menor a probabilidade de infartos: a média de vida, com certeza, ultrapassaria o índice de países mais desenvolvidos. Haveria menos deprimidos e ansiosos. Os pais poderiam conviver com os filhos por mais tempo e, sendo bons o suficiente, haveria menos delinqüentes juvenis e a criminalidade seria menor. O trânsito, nas quartas-feiras, ah!, o trânsito não teria engarrafamentos e, portanto, economizaríamos combustível. Obviamente, menos gasto. Os namorados se encontrariam não apenas nos finais de semana e o romantismo invadiria os corações...
E eu aproveitaria para assar trutas com ervas, como fiz hoje, sem pressa, em plena quarta-feira de setembro! Pela manhã, uma caminhada na Praça JK, onde os jardins explodiam em flores, antecipando a Primavera: ipês roxos e amarelos, paineiras, patas-de-vaca e azaléias salpicando de cores a paisagem.
Como os “meninos” foram para as namoradas, ficamos Amélia, Ana Letícia e eu a curtir o Lar Doce Lar...
Degustamos as trutas, delicadamente temperadas, regadas por um bom azeite extra-virgem. Arroz branco e salada, os acompanhamentos. E o vinho?
Abri uma garrafa do “nosso” vinho fabricado como nossas uvas pelos padres do antigo Colégio do Caraça. De olhos fechados, viajei pelo tempo, desde quando adquirimos o terreno, lá nas encostas da Serra do Caraça, preparamos a terra, compramos e plantamos as mudas. Quanto trabalho! É um aprendizado lento - entremeado por fracassos, claro – e recompensado, finalmente, com a safra de dezembro/04[fotos das vinhas, aqui].
Pois foi o vinho que me lembrou de alugar o DVD de Sideways: Entre umas e outras.
Narra o passeio de dois amigos pelos vinhedos da Califórnia. Um é escritor que não consegue publicar. Outro, um ator decadente. Conversam sobre uvas, visitam as plantações e algumas casas de degustação, enquanto se envolvem com duas garçonetes “do interior”. Talvez o classifique com três estrelinhas pela sutileza na abordagem dos problemas existenciais, sem cair no drama nem na comédia escrachada. Nada profundo, apenas delicado, leve, irônico. Bom programa. [Mais outra crítica do filme, aqui].
Pois esta quarta (7/set) terminou com uma chuva de granizo!
Mais uma vantagem de feriados na quarta-feira: hoje não houve hora do rush!
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