Ao chegar dezembro, o balanço do que fizemos durante o ano que agoniza é hábito de muitos. Quase sempre, ao se olhar para trás, culpas e arrependimentos aparecem:
- Ah! poderia ter feito isso e aquilo...
- Se eu soubesse...
Imediatamente as promessas de mudar de vida, adquirir novos hábitos vêm atenuar a dor:
- Daqui pra frente tudo vai ser diferente!
- No próximo ano...
Na minha infância, uma das minhas expectativas de final-de-ano era receber o Almanaque Fontoura. Ávido por novidades, divertia-me com a Carta Enigmática, que combinava desenhos, letras e outros sinais gráficos oferecidos à decifração do leitor. Um sol + um dado significava soldado, por exemplo.
Foi há pouco tempo que descobri como surgiu o tal Almanaque:
Cândido Fontoura, farmacêutico formado em 1905, em São Paulo, usou sua curiosidade de pesquisador ao criar um tônico para a sua esposa, que tinha saúde bastante frágil. A fama da bebida se espalhou e motivou outras pessoas a procurá-la. O tônico foi batizado de Biotônico Fontoura, por sugestão de Monteiro Lobato. Na época, a endemia que atacava a população era a ancilostomíase, tão bem caracterizada por Monteiro Lobato no "Almanaque do Jeca Tatu", editado pelo Laboratório do Dr. Fontoura. O biotônico fornecia o ferro necessário à reconstrução da hemoglobina devorada pelo Ancilostomus duodenali, produtor do mal da terra ou amarelão. O almanaque ensinava em palavras simples, como ocorria o ciclo do mal da terra e através do Jeca Tatu...
Havia previsão do tempo, receitas, conselhos, propaganda dos medicamentos produzidos pelo Laboratório Fontoura, histórias em quadrinhos, diversões, palavras cruzadas, etc. Sua distribuição era gratúita, atingindo a muitas pessoas, que passavam a se utilizar dos conhecimentos adquiridos em suas páginas. Daí a expressão: cultura de almanaque.
As curiosidades divulgadas pelo Almanaque Fontoura eram motivo para discussões, apostas, demonstração de conhecimento:
- Qual a montanha mais alta do mundo?
- Qual o homem mais alto?
- Quantas corcovas tem o camelo?
- Ah! poderia ter feito isso e aquilo...
- Se eu soubesse...
Imediatamente as promessas de mudar de vida, adquirir novos hábitos vêm atenuar a dor:
- Daqui pra frente tudo vai ser diferente!
- No próximo ano...
Na minha infância, uma das minhas expectativas de final-de-ano era receber o Almanaque Fontoura. Ávido por novidades, divertia-me com a Carta Enigmática, que combinava desenhos, letras e outros sinais gráficos oferecidos à decifração do leitor. Um sol + um dado significava soldado, por exemplo.
Foi há pouco tempo que descobri como surgiu o tal Almanaque:
Cândido Fontoura, farmacêutico formado em 1905, em São Paulo, usou sua curiosidade de pesquisador ao criar um tônico para a sua esposa, que tinha saúde bastante frágil. A fama da bebida se espalhou e motivou outras pessoas a procurá-la. O tônico foi batizado de Biotônico Fontoura, por sugestão de Monteiro Lobato. Na época, a endemia que atacava a população era a ancilostomíase, tão bem caracterizada por Monteiro Lobato no "Almanaque do Jeca Tatu", editado pelo Laboratório do Dr. Fontoura. O biotônico fornecia o ferro necessário à reconstrução da hemoglobina devorada pelo Ancilostomus duodenali, produtor do mal da terra ou amarelão. O almanaque ensinava em palavras simples, como ocorria o ciclo do mal da terra e através do Jeca Tatu...
Havia previsão do tempo, receitas, conselhos, propaganda dos medicamentos produzidos pelo Laboratório Fontoura, histórias em quadrinhos, diversões, palavras cruzadas, etc. Sua distribuição era gratúita, atingindo a muitas pessoas, que passavam a se utilizar dos conhecimentos adquiridos em suas páginas. Daí a expressão: cultura de almanaque.
As curiosidades divulgadas pelo Almanaque Fontoura eram motivo para discussões, apostas, demonstração de conhecimento:
- Qual a montanha mais alta do mundo?
- Qual o homem mais alto?
- Quantas corcovas tem o camelo?
Sempre havia os conselhos para o Ano Novo, dicas de como viver melhor... bons tempos!
Será que existem, ainda, almanaques como o Almanaque Fontoura?
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