Final-de-ano é tempo de avaliações e balanços do que fizemos e deixamos de fazer. É tempo de promessas para um novo tempo:
- Ano que vem será diferente!
Alguns se reconciliam com desafetos, outros se lembram de parentes e amigos. Há clima de festa e clima de nostalgia. Há abraços, beijos, carinhos. Mas, também, é tempo de ressentimentos, desavenças, recriminações:
- Não gostei do que você me fez...
Alguns vivem a euforia estimulada pelo marketing agressivo; outros se irritam com a hipocrisia das propagandas. Mais alguns sufocam-se na conveniência de congratulações. Há os sinceros, com certeza, aqueles que se emocionam genuinamente e quase se afogam no êxtase oceânico de comunhão com a humanidade. Privilegiadíssimos, estes, pois não desistem:
- Amanhã será melhor do que hoje. Hoje é melhor do que ontem. De hora em hora a coisa melhora!
Pouquíssimos de lembram que o tempo é de Natal, natalício, nascimento de um menino nascido em Belém...
Pois, para não fugir ao lugar comum, andei fazendo um balanço acerca de como me conduzi no ano que termina. O parâmetro foram as recomendações do calendário que me acompanhou sobre a mesa do consultório durante 2004:
Doze passos para evitar o estresse
1. Não comece a semana aterrorizado. Acorde todos os dias com a sensação de que é sexta-feira.
Confesso que, na maioria das segundas-feiras, comecei meio sonolento...
2. Não ocupe plenamente seu tempo livre. Se já tem um segundo emprego, não aceite um terceiro.
Emprego, tenho apenas um. Mirrado, é verdade, mas prazeroso: conduzo a Residência de Psiquiatria Infantil, tenho contato com jovens médicos, sou premiado em estar up to date com artigos científicos...
3. Não faça compras no horário de pico. Os supermercados podem ser uma boa ajuda para incrementar seu estresse.
Ah!, isso mesmo. Isso, fiz pouco. Amélia me poupou, quase sempre. Graças! Meu prazer cotidiano foi passar na Boníssima, ao final do dia, filar um cookie de chocolate e um pão-de-queijo saído na hora... e levar o pão-nosso-de-cada-dia pra casa, além de bater papo com os proprietários.
4. Compreenda as crianças. Lembre-se de que você já foi uma.
Hehehehe, sou até hoje!
5. Não estabeleça expectativas muito altas. O esforço em demasia leva a resultados imperfeitos.
Legal! A não ser minha esperança no Brasil da Era Lula, que foi pro brejo, o resto ficou dentro dos conformes.
6. Preocupações têm fim. Faça um esforço para descobrir as coisas que podem intensificar a sua alegria e os seus sentimentos de harmonia.
Música. Música. Música. Nada como música pra esquecer quaque preocupação. Amélia e filhotes me presentearam com um tocador de MP-3, companheiro nas caminhadas.
7. Não sofra em silêncio. Dividir os problemas com outros reduz enormemente a pressão.
De novo, Amélia, companheira de todas as horas. No trabalho, as colegas Luciana e Goretti. As coisas nunca são tão ruins como podem parecer.
8. Sempre elogie o bom trabalho das crianças. Uma criança feliz acalenta a alma.
Os "meninos" estão sempre por perto e recebem elogios constantes. Ana, Ângelo e Leo são tudo de bom.
9. Não se comunique apenas através de um PC. Sempre que possível, converse com as pessoas.
Como é bom conversar, trocar idéias, assentar-se na mesa de um barzinho, numa festa, num encontro... Sou propositalmente analfabeto em MSN. Comigo é no gogó. E-mails não são descartados, é claro. O blog também relaxa.
10. Evite conflitos inúteis. Com o seu par, faça uma lista de hábitos negativos e irritantes do outro. Lutem juntos para vencê-los.
(Isso aqui é particular, hehehehe).
11. Evite o frenesi de mudança. Mude lentamente. A direção é mais importante que a velocidade.
Como dizia o filósofo (qual?) : o grande mistério é a permanência na transitoriedade. Ou: devagar se vai ao longe. Ou: devagar com o andor que o santo é de barro. Ou: pobre só vai pra frente quando tropeça. Quem não muda, dança!
12. Fim? Não existe fim. O que existe é uma oportunidade de começar novamente.
Então, tá. Ano que vem a gente continua...
E você, estressou?
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