Para os vizinhos, porém, é um tortura.
Constantemente a polícia é acionada, além do "Disque Barulho" - um número de telefone da Prefeitura, que recebe denúncias de excesso de decibéis em horas impróprias. Tanto a polícia quanto os fiscais municipais se mostraram, até agora, incapazes de coibir o abuso: os cidadãos que precisam dormir não dormem. As reclamações continuam, sai notícia no jornal, mas nada muda. Nem a turma emudece. Alguns dos moradores pensam em mudar. (Ai, que trocadilho infame!).
Vou sujerir à edilidade que usem um método homeopático. Todos sabem o princípio da Homeopatia: similia similibus curantur (as coisas iguais são curadas por coisas iguais - tradução livre, claro, mas dá pra entender, não?).
A idéia não é minha. Em Sidney, na Austrália, a municipalidade adotou a fórmula de se utilizar "barulho contra barulho" - taí o recurso homeopático!
Eis a notícia da BBC:
"Música cafona é uma das formas de fazer com que eles deixem a área, porque não suportam a música", disse um funcionário da prefeitura local ao jornal local Daily Telegraph.
Além de Manilow, Bing Crosby e músicas das décadas de 30 e 40 também vão ser usadas.
A prefeitura quer impedir que grupos de jovens se reúnam em estacionamentos para tocar música alta.
A música da prefeitura vai ser tocada alta o suficiente para dispersar os grupinhos, mas não para irritar a vizinhança, esclareceu.
"Vamos usar todo o tipo de música clássica e músicas que não têm apelo junto ao público jovem".
De minha parte, pago pra ver. Não me agrada muito a idéia de se utilizarem músicas clássicas como remédio amargo, algo para espantar os jovens. Para mim, essa guerra musical pode sedimentar, nos jovens, a idéia de que os clássicos e os românticos são, realmente, "coisa do demo, é melhor cair fora!". Quanto aos vizinhos, dormirão embalados por sinfonias?
E aqui no Brasil? Qual música utilizar? Xitãozinho & Chororó contra os rappers? Axé Music contra os roqueiros? MPB contra os pagodeiros? Ou tudo vice-versa?
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