Superstições existem em todos os cantos e culturas. Têm certo parentesco com os mitos (aqui, utilizo a palavra no seu sentido mais prosaico: explicação mágica para tudo aquilo que não compreendemos).
Outrora, aprendi que passar debaixo de escada poderia fazer-me mudar de sexo. As pessoas gritavam: - Cuidado, vai virar mulher! Por via das dúvidas, dava a volta e seguia, feliz da vida com o sexo que Deus me deu.
Há superstições em torno de alimentos. Por exemplo: tomar leite e comer manga? - Mata na hora! Por outro lado, comer semente de romã em passagem de ano atrairá muito dinheiro, garantem. Confesso que fiz isso algumas vezes e, até hoje, a grana não caiu do céu.
Levantar com o pé esquerdo, andar de fasto, ou seja, de costas, poderia causar a morte de algum parente próximo, bem como não se benzer diante das cruzes pelo caminho. Tanta verdade existe nessas crenças que até Santos Dumont tomou suas providências: eu mesmo galguei aquela escada original, lá em sua casa de Petrópolis, na qual só se entra com o pé direito.
É viver e aprender quantos perigos nos rondam e, a cada pensamento agourento, é mister dar três toques na madeira [- Tem de ser madeira mesmo!, alertam] senão tudo dará errado.
Já fui advertido que tomasse cuidado com coruja no telhado, em noite escura: - Alguém da casa vai morrer!, sussurram os sábios. Pior, mesmo, é um gato preto cruzar na sua frente. Se for na estrada, pare e dê meia volta. Não desdenhe do aviso: - Quem avisa amigo é!
Eu já desacreditei de tudo isso e jamais desviei-me do caminho, ignorando gatos pardos, brancos e pretos. Mas agora...
Agora existe um tal de Oscar, um gato que vai chegando de mansinho e se aconchega no seu leito. Se isso acontecer, meu caro, encomende a missa de sétimo dia, pois o danado do Oscar já despachou 25 pessoas. E não sou eu que estou delirando, é a própria BBC quem garante isso:
O gato Oscar tem o hábito de se aninhar perto de pacientes em Providence, no Estado de Rhode Island (nordeste do país), em suas últimas horas de vida.
Segundo o autor do estudo sobre ele, publicado na revista de medicina New England Journal of Medicine, o gato de dois anos teria acertado suas previsões de morte em mais de 25 casos até o momento.
Segundo o autor do estudo sobre ele, publicado na revista de medicina New England Journal of Medicine, o gato de dois anos teria acertado suas previsões de morte em mais de 25 casos até o momento.
Vejam que o felino nem é o tal gato preto da tradicional superstição, mas eu prefiro que ele demore a chegar por perto. Por via das dúvidas, acabo de dar os três toques aqui na mesa e fiz o sinal-da-cruz três vezes, pra reforçar. Cruz credo!
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