As comemorações do centenário de Oscar Niemeyer se fizeram ao longo deste ano. Mesmo quem não tem interesse especial em arquitetura se depara, cotidianamente, com referências às obras do aclamadíssimo arquiteto. Foi Juscelino Kubitschek, prefeito da capital mineira na década de 40, quem abriu espaço para Niemeyer, entre nós: convocou-o para transformar a Lagoa da Pampulha em atração turística. Oscar projetou, então, o Iate Clube, o Cassino, a Casa do Baile e a Capela de São Francisco de Assis. Dez anos depois, já governador, JK faz outro mutirão de obras e, novamente, convoca o já consagrado arquiteto. Novas obras são construídas: o Colégio Estadual de Minas Gerais (1954), a Biblioteca Pública (só terminada mais tarde), o Edifício Niemeyer (1955), o Banco Mineiro da Produção, hoje Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge), a Escola Técnica da Gameleira e o Conjunto JK. (Veja o vídeo desta reportagem (8min) da GloboMinas). Para ver fotos, plantas e descrição das obras em BH, clique aqui. Niemeyer, entretanto, não é unanimidade. Alguns criticam a repetição de fórmulas ou mesmo o que chamam de hostilidade do ambiente de moradia e trabalho e, até mesmo, o uso que dele fazem alguns políticos: ao invés de promoverem concursos fazem a contratação direta do arquiteto e se blindam contra críticas. Quando universitário, morei por quatro anos num apartamento criado pelo Oscar Niemeyer! Uma caixa de vidro e cimento, com janelões voltados para o norte, inundada de sol durante o inverno e de luminosidade ofuscante o ano inteiro. Os corredores imensos, totalmente dependentes de iluminação artificial, são desafio para os claustrofóbicos. Trata-se do enorme Conjunto JK, uma "cidade" com 5.000 habitantes! Habitei o nono andar do bloco mais baixo (24 andares). O espigão tem 36. A foto abaixo fala por si:
Apesar disso, gosto muito das 'invenções' de Niemeyer e me surpreendo cada vez que me deparo com suas obras. Em Curitiba, visitei o Museu Oscar Niemeyer de onde recebi, outro dia, um pedido inusitado: querem reproduzir algumas fotos minhas da Igrejinha da Pampulha. Viram-nas no meu álbum do Flickr, disseram que estão ótimas e ilustrarão uma revista especial sobre Niemeyer! Claro que autorizei e aguardo, ansioso, receber um exemplar.
Àqueles que visitarem nossa cidade, fica o convite: além do pão-de-queijo, do quiabo-com-angu e de muita prosa, conheçam também a BH de Niemeyer.
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