- Se eu fosse Papai Noel, sabe qual presente distribuiria para todas as pessoas?
- Qual?
- Eu distribuiria o dom da escuta.
-?
-É, o dom da escuta.
- Anh...
- Se aprendêssemos a arte da escuta, o mundo seria outro. Você já prestou atenção como é difícil escutar alguém? De maneira geral, as conversas parecem diálogo de surdos: um fala, outro retruca, o primeiro replica, aquele treplica. Cada qual tenta convencer o interlocutor de uma verdade própria.
As discussões políticas, religiosas, futebolísticas, econômicas... todas se orientam pelo desejo de cada um proclamar a sua verdade, convencer o outro. Colegas de trabalho se encontram e cada um fala de si. Perguntam 'Como vai? Tudo bem?" e logo emendam uma assunto qualquer. Contam-se vantagens, tragédias, piadas. Fala-se de abobrinhas. Mas não há uma abertura para o outro.
- Por que será?
- Há explicações diversas, quase todas convergindo para o predomínio do individualismo no mundo atual. Cada qual na sua. Também se diz da dificuldade de se estabelecerem laços mais profundos, compromissos interpessoais...
- É mesmo.
- Inda mais, fala-se muito! Uma falação danada! Não há silêncio, não há reflexão. Não há tempo! Pressa, pressa, pressa. "Dá licença... até mais ver... amanhã a gente se fala... depois te ligo". E fica por isso mesmo. A verdadeira escuta é generosa, calma.
- Mas não dizem que a internet revolucionou o mundo, facilitando a comunicação entre as pessoas?
- Meia verdade. Trocam-se informações instantaneamente. O mundo está sem fronteiras, etc. Mas eu me refiro à escuta pessoal: tempo de ouvir, tempo de refletir, tempo de responder. Pois hoje é tudo muito rápido: abre-se um e-mail e logo se dá a resposta. Muitas vezes nem se relê o escrito. Emoções podem perpassar um texto sem que o remetente se dê conta. Tudo muito objetivo, rápido, zás-trás!
- E então?
- Então, é Natal. Vamos "escutar" o que nos diz o Natal. Desliguemo-nos das luzes que enfeitam as cidades, do alarde do comércio, das musiquinhas e do bimbalhar dos sinos. Aprendamos a escutar.
- É difícil...
- Lembro-me daquela mãe que fazia sua filha dormir, toda noite. Após contar-lhe umas histórias, levantava-se devagar e apagava a luz do quarto. Certa noite, a mãe começa a falar e percebe que a luz estava apagada. Pergunta: "- Filha, quer que acenda a luz?". "Não, mamãe, basta que você fale. Quando você fala, TUDO FICA CLARO!"
- Bom Natal!
- Boa escuta!
- Qual?
- Eu distribuiria o dom da escuta.
-?
-É, o dom da escuta.
- Anh...
- Se aprendêssemos a arte da escuta, o mundo seria outro. Você já prestou atenção como é difícil escutar alguém? De maneira geral, as conversas parecem diálogo de surdos: um fala, outro retruca, o primeiro replica, aquele treplica. Cada qual tenta convencer o interlocutor de uma verdade própria.
As discussões políticas, religiosas, futebolísticas, econômicas... todas se orientam pelo desejo de cada um proclamar a sua verdade, convencer o outro. Colegas de trabalho se encontram e cada um fala de si. Perguntam 'Como vai? Tudo bem?" e logo emendam uma assunto qualquer. Contam-se vantagens, tragédias, piadas. Fala-se de abobrinhas. Mas não há uma abertura para o outro.
- Por que será?
- Há explicações diversas, quase todas convergindo para o predomínio do individualismo no mundo atual. Cada qual na sua. Também se diz da dificuldade de se estabelecerem laços mais profundos, compromissos interpessoais...
- É mesmo.
- Inda mais, fala-se muito! Uma falação danada! Não há silêncio, não há reflexão. Não há tempo! Pressa, pressa, pressa. "Dá licença... até mais ver... amanhã a gente se fala... depois te ligo". E fica por isso mesmo. A verdadeira escuta é generosa, calma.
- Mas não dizem que a internet revolucionou o mundo, facilitando a comunicação entre as pessoas?
- Meia verdade. Trocam-se informações instantaneamente. O mundo está sem fronteiras, etc. Mas eu me refiro à escuta pessoal: tempo de ouvir, tempo de refletir, tempo de responder. Pois hoje é tudo muito rápido: abre-se um e-mail e logo se dá a resposta. Muitas vezes nem se relê o escrito. Emoções podem perpassar um texto sem que o remetente se dê conta. Tudo muito objetivo, rápido, zás-trás!
- E então?
- Então, é Natal. Vamos "escutar" o que nos diz o Natal. Desliguemo-nos das luzes que enfeitam as cidades, do alarde do comércio, das musiquinhas e do bimbalhar dos sinos. Aprendamos a escutar.
- É difícil...
- Lembro-me daquela mãe que fazia sua filha dormir, toda noite. Após contar-lhe umas histórias, levantava-se devagar e apagava a luz do quarto. Certa noite, a mãe começa a falar e percebe que a luz estava apagada. Pergunta: "- Filha, quer que acenda a luz?". "Não, mamãe, basta que você fale. Quando você fala, TUDO FICA CLARO!"
- Bom Natal!
- Boa escuta!
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