Segundo o Aurélio, boteco =
[Por *botiquim, dim. de botica (1).]S. m. 1.Estabelecimento comercial onde se servem bebidas em geral (bebidas alcoólicas, refrigerantes, café, etc.) e pequenos lanches; bar.
[Sin., bras.: boteco. Cf. café (4).]
Pois bem, aqui em Belô, saibam todos, existe a maior relação de botecos por habitante. Uns dizem que é porque não temos mar; outros afirmam que é porque mineiro é muito acolhedor e qualquer coisa é motivo de comemorações; já disseram que os homens, para não enfrentar o mal falado conservadorismo mineiro, evita beber em casa e fica até mais tarde na rua... Por mim, acho que tanto boteco se deve à variedade infinita de temperos, manjares, marcas de cachaça e à igualmente infinita criatividade do povo daqui. A cada esquina, meu irmão, tem um botequim. Ao lado tem outro, assim como logo ali em frente. Ou seja, do trabalho para casa e vice-versa, você tem que driblar tanto cheiro gostoso e tampar os ouvidos para não sucumbir ao apelo dos amigos, tal como Ulisses para não ouvir as sereias. Para "piorar", agora temos um festival de Comida di Buteco: cada um querendo suplantar o outro, numa atmosfera de camaradagem, amizade e muita "água-que-passarim-não-bebe". Confira a página Comida di Buteco e aprenda as receitas mais apetitosas. Uma sugestão? Experimente o delicioso Angu a Jipeiro. Adispois, ôcê mi conta, cumpáde.
Basta pensar em sentir Para sentir em pensar. Meu coração faz sorrir Meu coração a chorar. Depois de parar de andar, Depois de ficar e ir, Hei de ser quem vai chegar Para ser quem quer partir. Viver é não conseguir. Fernando Pessoa, 14-6-1932
19 junho, 2004
17 junho, 2004
TV na sala
Retorne a televisão ao seu lugar de origem: a sala. Essa é a orientação de psicólogos, neurologistas e terapeutas sexuais entrevistados. Nos primórdios da telinha, havia um aparelho para toda a família. Hoje, manter uma TV em cada aposento é parte do processo de individualização pelo qual o mundo está passando --cada um tem sua televisão, seu celular, seu computador.
Este é o primeiro parágrafo do artigo publicado na FolhaOnline.
Segundo pesquisas feitas por psicoterapeutas sexuais e educadores, o aparelho de televisão ligado no quarto atrapalha o relacionamento "na hora H", além de provocar o isolamento das pessoas, cada qual em seu quarto, vendo sua TV!
Foram avaliadas várias atividades em família bem como prejuízos às pessoas que ficam muito tempo diante da telinha: sono, postura, relacionamento interpessoal, isolamento social, tudo isso pode estar sendo afetado. Leia mais aqui.
Este é o primeiro parágrafo do artigo publicado na FolhaOnline.
Segundo pesquisas feitas por psicoterapeutas sexuais e educadores, o aparelho de televisão ligado no quarto atrapalha o relacionamento "na hora H", além de provocar o isolamento das pessoas, cada qual em seu quarto, vendo sua TV!
Foram avaliadas várias atividades em família bem como prejuízos às pessoas que ficam muito tempo diante da telinha: sono, postura, relacionamento interpessoal, isolamento social, tudo isso pode estar sendo afetado. Leia mais aqui.
Casamento
Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como "este foi difícil"
"prateou no ar dando rabanadas"
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
[Adélia Prado]
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como "este foi difícil"
"prateou no ar dando rabanadas"
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
[Adélia Prado]
16 junho, 2004
Lembrete
Se procurar bem, você acaba encontrando
não a explicação (duvidosa) da vida,
mas a poesia (inexplicável) da vida.
(de novo, CDA em "Corpo", pág. 95)
não a explicação (duvidosa) da vida,
mas a poesia (inexplicável) da vida.
(de novo, CDA em "Corpo", pág. 95)
Pânico na TV! Lixo que vale ouro?
Saiu um interessante artigo na revista Bravo!, já nas bancas. O articulista Nelson Hoineff faz uma crítica altamente elogiosa ao programa das tardes de domingo, Pânico na TV, sucesso no horário. Caótico, espontaneísta, mordaz e conscientemente imitador de outros programas da mídia, coloca no ar as caricaturas de repórteres e jornalistas televisivos, bem como uma paródia sensacional de Sílvio Santos, o mais famoso apresentador da TV popular do Brasil.
O artigo se intitula: O talento do trash
Pânico na TV, o humorístico que não tem vergonha da própria ruindade, é o antídoto contra a hipocrisia de uma programação estúpida.
Foi a arrogância dos medíocres, foi a hegemonia dos perfeitos idiotas travestidos de sapientíssimos conselheiros de subservientes telespectadores que transformou a televisão brasileira no lixo que ela é, tolheu a criatividade, desestimulou a utilização das mais notáveis potencialidades do veículo. Foi tudo isso que fez com que a televisão brasileira, em sua maior parte, falisse moralmente, se idiotizasse a níveis constrangedores tanto para quem assiste quanto para quem faz — ainda por cima conseguisse a façanha de mergulhar numa crise financeira inimaginável para um negócio que atinge 100 milhões de consumidores todos os dias. [Saiba mais sobre a dívida da Rede Globo]
Vale uma leitura completa do texto e dos comentários que podem ser lidos AQUI.
Você assiste o Pânico na TV? Escuta na Jovem Pan?
O artigo se intitula: O talento do trash
Pânico na TV, o humorístico que não tem vergonha da própria ruindade, é o antídoto contra a hipocrisia de uma programação estúpida.
Foi a arrogância dos medíocres, foi a hegemonia dos perfeitos idiotas travestidos de sapientíssimos conselheiros de subservientes telespectadores que transformou a televisão brasileira no lixo que ela é, tolheu a criatividade, desestimulou a utilização das mais notáveis potencialidades do veículo. Foi tudo isso que fez com que a televisão brasileira, em sua maior parte, falisse moralmente, se idiotizasse a níveis constrangedores tanto para quem assiste quanto para quem faz — ainda por cima conseguisse a façanha de mergulhar numa crise financeira inimaginável para um negócio que atinge 100 milhões de consumidores todos os dias. [Saiba mais sobre a dívida da Rede Globo]
Vale uma leitura completa do texto e dos comentários que podem ser lidos AQUI.
Você assiste o Pânico na TV? Escuta na Jovem Pan?
13 junho, 2004
Vila Rica de Ouro Preto
Um feriadão cheio de cultura, diversão e arte: assim passamos o Corpus Christi em Ouro Preto, sob o frio úmido das montanhas mineiras, em meio a anjos, escadarias, ladeiras, pedra sabão, casario colonial, vinhos, sabores mineiros e, principalmente, a amizade dos amigos brasilienses, Paulo e Letícia, que aparecem na foto com a minha esposa Amélia
.
Um dos melhores programas foi uma "jam session" no Café Geraes, com o pianista Danilo Avellar, o saxofonista Daniel e o percussionista Davi.
Noite inesquecível, bem como o acolhimento especial do casal proprietário, José Alberto Pinheiro e Eunice. Imperdível o Café Geraes.
Comemorando o "dia dos Namorados", Amélia e eu percorremos becos e a famosa Rua Direita,
onde os barzinhos, cada qual mais original que o outro, convidam para a festa dos sentidos.
Hoje pela manhã, antes do retorno a Belo Horizonte, uma visita à amiga Anna Amélia, artista plástica e dona da Pousada Nello Nuno, aconchegante recanto bem no miolo mais barroco do Brasil.
A Pousada Nello Nuno está numa autêntica casa colonial, mantida com carinho e arte pela proprietária Anna Amélia, sobre quem farei um post inteirinho...

.
Um dos melhores programas foi uma "jam session" no Café Geraes, com o pianista Danilo Avellar, o saxofonista Daniel e o percussionista Davi.

Noite inesquecível, bem como o acolhimento especial do casal proprietário, José Alberto Pinheiro e Eunice. Imperdível o Café Geraes.
Comemorando o "dia dos Namorados", Amélia e eu percorremos becos e a famosa Rua Direita,

onde os barzinhos, cada qual mais original que o outro, convidam para a festa dos sentidos.
Hoje pela manhã, antes do retorno a Belo Horizonte, uma visita à amiga Anna Amélia, artista plástica e dona da Pousada Nello Nuno, aconchegante recanto bem no miolo mais barroco do Brasil.

A Pousada Nello Nuno está numa autêntica casa colonial, mantida com carinho e arte pela proprietária Anna Amélia, sobre quem farei um post inteirinho...
08 junho, 2004
Hipótese
Hino para funeral de um tirano
OBITUARIO CON HURRAS (Mario Benedetti)
Vamos a festejarlo / vengan todos
los inocentes /los damnificados
los que gritan de noche / los que sueñan de dia
los que sufren el cuerpo / los que alojan fantasmas
los que pisan descalzos / los que blasfeman y arden
los pobres congelados / los que quieren a alguien
los que nunca se olvidan
vamos a festejarlo / vengan todos
el crápula se ha muerto / se acabó el alma negra
el ládron/ el cochino / se acabó para siempre
hurra
que vengan todos/ vamos a festejarlo
a no decir / la muerte siempre lo borra todo
todo lo purifica / cualquier día
la muerte / no borra nada
quedan / siempre las cicatrices
hurra
murió el cretino / vamos a festejarlo
a no llorar de vicio / que lloren sus iguales
y se traguen sus lágrimas
se acabó el monstruo prócer
se acabó para siempre / vamos a festejarlo
a no ponermos tibios
a no creer que éste/ es un muerto cualquiera
vamos a festerjarlo / a no volvermos flojos
a no olvidar que éste
es un muerto de mierda
Tradução pelo próprio autor:
OBITUÁRIO COM FESTA
Vamos festejar
venham todos os inocentes
os mutilados /os que gritam de noite
os que sonham de dia / os que sofrem o corpo
os que guardam fantasmas / os que pisam descalços
os pobres congelados / os que querem alguém
os que nunca esquecem
vamos festejar / venham todos
o crápula morreu
acabou-se o alma negra o ladrão o sujo
acabou-se para sempre
viva
que venham todos vamos festejar
ao invés de achar que a morte
sempre apaga tudo
e tudo purifica algum dia
a morte não apaga nada
ficam sempre as cicatrizes
viva
morreu o cretino vamos festejar
ao invés de chorar por costume
que chorem os da sua laia
e engulam suas lágrimas
acabou-se o monstro maioral
acabou-se para sempre vamos festejar
ao invés de nos condoer
ou crer que este é um morto qualquer
vamos festejar ao invés de fraquejar
ou esquecer que este
é um morto de merda
Vamos a festejarlo / vengan todos
los inocentes /los damnificados
los que gritan de noche / los que sueñan de dia
los que sufren el cuerpo / los que alojan fantasmas
los que pisan descalzos / los que blasfeman y arden
los pobres congelados / los que quieren a alguien
los que nunca se olvidan
vamos a festejarlo / vengan todos
el crápula se ha muerto / se acabó el alma negra
el ládron/ el cochino / se acabó para siempre
hurra
que vengan todos/ vamos a festejarlo
a no decir / la muerte siempre lo borra todo
todo lo purifica / cualquier día
la muerte / no borra nada
quedan / siempre las cicatrices
hurra
murió el cretino / vamos a festejarlo
a no llorar de vicio / que lloren sus iguales
y se traguen sus lágrimas
se acabó el monstruo prócer
se acabó para siempre / vamos a festejarlo
a no ponermos tibios
a no creer que éste/ es un muerto cualquiera
vamos a festerjarlo / a no volvermos flojos
a no olvidar que éste
es un muerto de mierda
Tradução pelo próprio autor:
OBITUÁRIO COM FESTA
Vamos festejar
venham todos os inocentes
os mutilados /os que gritam de noite
os que sonham de dia / os que sofrem o corpo
os que guardam fantasmas / os que pisam descalços
os pobres congelados / os que querem alguém
os que nunca esquecem
vamos festejar / venham todos
o crápula morreu
acabou-se o alma negra o ladrão o sujo
acabou-se para sempre
viva
que venham todos vamos festejar
ao invés de achar que a morte
sempre apaga tudo
e tudo purifica algum dia
a morte não apaga nada
ficam sempre as cicatrizes
viva
morreu o cretino vamos festejar
ao invés de chorar por costume
que chorem os da sua laia
e engulam suas lágrimas
acabou-se o monstro maioral
acabou-se para sempre vamos festejar
ao invés de nos condoer
ou crer que este é um morto qualquer
vamos festejar ao invés de fraquejar
ou esquecer que este
é um morto de merda
06 junho, 2004
Boa Mesa Gourmet
BoaMesaGourmet é um evento anual que ocorre em Belo Horizonte neste frio mês de Junho. Programa dos bons, prá quem curte boa cozinha e temas afins (decoração, objetos, vinhos, pâtisserie, cachaça, licores, comidas típicas). Confira a programação completa no link BoaMesaGourmet. Mas o melhor mesmo, sem pudor, são as desgustações. Os expositores fazem questão de disponibilizar suas delícias, verdadeiras tentações para quem quer controlar a dieta. "Ah! só hoje não vai me engordar!". E aí, a gente cai na farra! Amélia, já expert nas delícias dos cookies, bolos, bombons, pães enriquecidos, pratos quentes e frios, não poderia faltar. E lá fomos nós! Na foto, minha linda mulher cumprimenta o chef Jean Claude Boucheret
após participar do seu curso, no stand da Estácio de Sá Gourmet,.
Jean-Claude já trabalhou em restaurantes de prestígio como Le Doyen, em Paris, onde foi o Chef Saucier (Chef de Molhos) por mais de 10 anos antes de se tornar o Chef Executive, e no restaurante Paul Bocuse, em Lyon!
Foi uma tarde de prazeres gastronômicos e afetivos, pois nos encontramos com amigos e amigas, num clima bem mineiro: "-Uai, você por aqui?". E daí prá frente. Por exemplo, topamos com o primo Weber Costa
e com os jovens Wladimir e Fernando
também primos, filhos do outro primo WagnerDilóCosta. Wladimir, que acaba de se formar em Publicidade, já está no mercado com a VOC-Fotografia,Arte&Design (31)3281-2039. Já aprendi com ele e já estou fazendo marketing!

após participar do seu curso, no stand da Estácio de Sá Gourmet,.
Jean-Claude já trabalhou em restaurantes de prestígio como Le Doyen, em Paris, onde foi o Chef Saucier (Chef de Molhos) por mais de 10 anos antes de se tornar o Chef Executive, e no restaurante Paul Bocuse, em Lyon!
Foi uma tarde de prazeres gastronômicos e afetivos, pois nos encontramos com amigos e amigas, num clima bem mineiro: "-Uai, você por aqui?". E daí prá frente. Por exemplo, topamos com o primo Weber Costa

e com os jovens Wladimir e Fernando

também primos, filhos do outro primo WagnerDilóCosta. Wladimir, que acaba de se formar em Publicidade, já está no mercado com a VOC-Fotografia,Arte&Design (31)3281-2039. Já aprendi com ele e já estou fazendo marketing!
05 junho, 2004
A torre de Belo Horizonte
A capital de Minas Gerais está ganhando uma atração turística digna de ser visitada: 
mais de pertoSua construção está em fase de finalização e já se destaca por sobre vales formados pela Serra do Curral, com uma visibilidade de 360°.Será, segundo dizem, a mais alta da América Latina, com um restaurante panorâmico a 82 metros do chão.
Praticamente toda a região metropolitana poderá ser apreciada, além de outras cidades circunvizinhas, bem como pontos culminantes da serra da Canastra, serra da Moeda, serra de Itaguara, Betim, Santa Luzia, Nova Lima, Aeroporto de Confins. Além do restaurante, haverá um shopping de alto luxo.

mais de pertoSua construção está em fase de finalização e já se destaca por sobre vales formados pela Serra do Curral, com uma visibilidade de 360°.Será, segundo dizem, a mais alta da América Latina, com um restaurante panorâmico a 82 metros do chão.


04 junho, 2004
Mensagem às estátuas
MENSAJE A LAS ESTATUAS
Vosotras, piedras
violentamente deformadas, rotas
por el golpe preciso del cincel,
exhibireis aun durante siglos
el ultimo perfil que os dejaron:
senos inconmovibles a un suspiro,
firmes piernas que desconocen la fatiga,
musculos tensos en su esfuerzo inutil,
cabelleras que el viento no despeina,
ojos abiertos que la luz rechazan.
Pero vuestra arrogancia inmovil,
vuestra fria belleza,
la desdenosa fe del inmutable gesto,
acabaran un dia.
El tiempo es mas tenaz.
La tierra espera por vosotras tambien.
En ella caereis por vuestro peso,
sereis, si no cenizas, ruinas, polvo,
y vuestra sonada eternidad sera la nada.
Hacia la piedra regresareis piedra,
indiferente mineral, hundido escombro,
despues de haber vivido el duro, ilustre,
solemne, victorioso, ecuestre sueno
de una gloria erigida a la memoria
de algo tambien disperso en el olvido.
Angel Gonzalez
Vosotras, piedras
violentamente deformadas, rotas
por el golpe preciso del cincel,
exhibireis aun durante siglos
el ultimo perfil que os dejaron:
senos inconmovibles a un suspiro,
firmes piernas que desconocen la fatiga,
musculos tensos en su esfuerzo inutil,
cabelleras que el viento no despeina,
ojos abiertos que la luz rechazan.
Pero vuestra arrogancia inmovil,
vuestra fria belleza,
la desdenosa fe del inmutable gesto,
acabaran un dia.
El tiempo es mas tenaz.
La tierra espera por vosotras tambien.
En ella caereis por vuestro peso,
sereis, si no cenizas, ruinas, polvo,
y vuestra sonada eternidad sera la nada.
Hacia la piedra regresareis piedra,
indiferente mineral, hundido escombro,
despues de haber vivido el duro, ilustre,
solemne, victorioso, ecuestre sueno
de una gloria erigida a la memoria
de algo tambien disperso en el olvido.
Angel Gonzalez
30 maio, 2004
Soié, o espirituoso
Quem é Soié?
Soié é o apelido de meu pai, Ismael. Se fosse fazer-lhe um rapidíssimo perfil, começaria assim:
Meu pai "é um sujeito espirituoso"....
a palavra "espírito" vem do latim (spiritus) que, por sua vez, vem do grego "Pneuma". Tanto "spíritus" quanto "pneuma" significam "sopro". Por isso, a gente chama aquela borracha cheia de ar de PNEU, abreviatura de "pneumático". O médico que cuida de pulmão é o pneumologista, para diagnosticar as pneumonias... Daí, a gente lê na Bíblia que, após moldar no barro o corpo de Adão, Deus "assoprou e infundiu-lhe o espírito", ou seja, encheu-o de ar... que traduzimos por "alma"="espírito".... No Novo Testamento, em Pentecostes, o "Espírito Santo" (o sopro divino) desce sobre os apóstolos.
Ora, do barro inerte a um ser vivo, só mesmo cheio de "ar", "de espírito", de "alma".
Quando alguém está angustiado (angústia = aperto no peito) é porque sua respiração está insuficiente, consequência da ansiedade, do medo, da depressão... A voz (produto do ar que sai dos pulmões e vibra nas cordas vocais) fica mais fraca... às vezes, até dizem: -"parece que tem um bolo aqui na minha garganta"... quando queremos chorar, ficamos com um nó na garganta e quando gargalhamos, rimos até "até faltar ar"... ou seja, para podermos rir bastante, é preciso estarmos cheios de ar, ou seja: sermos ESPIRITUOSOS.
Quando paramos de respirar, o "espírito" se vai, é o fim.
Por tudo isso, meu jovem pai de 80 anos é um senhor muito vivo, pois é super-espirituoso, conta piadas e brinca com todos: é a VIDA em pessoa!
Para quem não conhece: meus Pais!
Soié é o apelido de meu pai, Ismael. Se fosse fazer-lhe um rapidíssimo perfil, começaria assim:
Meu pai "é um sujeito espirituoso"....
a palavra "espírito" vem do latim (spiritus) que, por sua vez, vem do grego "Pneuma". Tanto "spíritus" quanto "pneuma" significam "sopro". Por isso, a gente chama aquela borracha cheia de ar de PNEU, abreviatura de "pneumático". O médico que cuida de pulmão é o pneumologista, para diagnosticar as pneumonias... Daí, a gente lê na Bíblia que, após moldar no barro o corpo de Adão, Deus "assoprou e infundiu-lhe o espírito", ou seja, encheu-o de ar... que traduzimos por "alma"="espírito".... No Novo Testamento, em Pentecostes, o "Espírito Santo" (o sopro divino) desce sobre os apóstolos.
Ora, do barro inerte a um ser vivo, só mesmo cheio de "ar", "de espírito", de "alma".
Quando alguém está angustiado (angústia = aperto no peito) é porque sua respiração está insuficiente, consequência da ansiedade, do medo, da depressão... A voz (produto do ar que sai dos pulmões e vibra nas cordas vocais) fica mais fraca... às vezes, até dizem: -"parece que tem um bolo aqui na minha garganta"... quando queremos chorar, ficamos com um nó na garganta e quando gargalhamos, rimos até "até faltar ar"... ou seja, para podermos rir bastante, é preciso estarmos cheios de ar, ou seja: sermos ESPIRITUOSOS.
Quando paramos de respirar, o "espírito" se vai, é o fim.
Por tudo isso, meu jovem pai de 80 anos é um senhor muito vivo, pois é super-espirituoso, conta piadas e brinca com todos: é a VIDA em pessoa!

Para quem não conhece: meus Pais!

Auxilium profligatis contumelia est.
Muita gente se pergunta por que os iraquianos, afegãos e outros povos invadidos pelos norte-americanos, especialmente pelos "Bush boys", reagem agressivamente contra aqueles que se propõem a "ajudar a restaurar a democracia, acabar com a fome e a miséria, melhorar as condições de vida" e outras benesses. Sem menosprezar as explicações dadas por especialistas internacionais, sabedores de geopolítica e quejandos, nomeio este post com uma das sentenças de Siro. PUBLIUS SYRUS(c. 85 - 43 a.C), era poeta latino, escravo em Roma durante sua juventude e, após ser libertado, percorreu diversas vilas da Itália, declamando suas peças burlescas, recheadas de lições de moral. Algumas de suas sentenças se conservaram até hoje.[M.-N. Bouillet, Dictionnaire Universal d’Histoire et de Géographie. Paris: Hachette, 1857, p. 1462].
Pois bem , o que Siro teria a dizer ao pretenso Senhor do Universo, aquele presidente "bonzinho" do Norte?
- Auxilium profligatis contumelia est! (tradução para Bush: Help wounds the pride of those whose cause is lost!).
Ajuda depois da derrota é afronta..
Para conhecer centenas de citações de Siro, corra para a página do Kocher. É muuuuito boa!
Pois bem , o que Siro teria a dizer ao pretenso Senhor do Universo, aquele presidente "bonzinho" do Norte?
- Auxilium profligatis contumelia est! (tradução para Bush: Help wounds the pride of those whose cause is lost!).
Ajuda depois da derrota é afronta..
Para conhecer centenas de citações de Siro, corra para a página do Kocher. É muuuuito boa!
O tal do "controle externo"
Uma discussão que se arrasta, por ser complexa e por ferir interesses nem sempre honestos, trata do "controle externo" do Judiciário. Tradicionalmente, o Poder Judiciário (Juizes e Magistrados) se ordenam por dispositivos internos ao próprio sistema, seja para prevenir ou remediar possíveis erros sentenciais ou mau uso do Poder, seja para gerir carreiras, salários, promoções, etc. Não vou entrar no mérito da questão, que foge à minha alçada. Entretanto, associo este imbroglio a uma outra esfera: a policial. Também, aqui, sabemos de dispositivos internos ao sistema de Segurança Pública, que tem lá suas Corregedorias e, em última instância, está subordinado ao Poder Executivo. Este, por sua vez, respeitando os limites constitucionais, tem no Poder Legislativo uma espécie de monitoragem quase obsessiva, uma vez que necessita de acordos com partidos diversos para que o Governo se sustente.
È o tal do "equilíbrio" entre os Três Poderes (até nome de praça, em Brasília!) que caracteriza da Democracia representativa.
O que me despertou para o tema foi um post do Alexandre Cruz Almeida, em seu LiberalLibertárioLibertino. Cruz cita uma frase em inglês, "Who Watches the Watchers?",
"Quem vigia os vigias?" que serviu de título para um livro recém publicado:
Um estudo sobre controle externo da polícia no Brasil
Julita Lemgruber, Leonarda Musumeci e Ignacio Cano, Editora Record, 2003. com a seguinte resenha:
"Até mesmo os policiais do próprio país não gostam da Polícia do Brasil. Investigadores, escrivães inspetores, a "tiragem" do policiamento civil, e os soldados, cabos e sargentos, os praças da polícia militar - todos dizem que estão sendo injustiçados e perseguidos pelos superiores hierárquicos. Apontam como vilões a minoria privilegiada das duas entidades: delegados e oficiais da PM que vivem isolados nos gabinetes, distantes dos riscos de morte de quem faz o patrulhamento nas ruas mais violentas do mundo.
A revolta silenciosa da base das duas grandes corporações de segurança pública brasileiras é apenas uma das descobertas deste livro, embora não seja uma obra de denúncia.
Quem vigia os vigias? é o primeiro resultado concreto de um projeto de pesquisa que visa aprimorar o controle externo da polícia, hoje limitado às ações ainda muito frágeis das Corregedorias e das Ouvidorias de Polícia.". Julita deu uma entrevista a Paloma Cotes, da Revista Época (26/2/2004), que pode ser lida integralmente aqui.
Pois bem, AlexandreCruz acaba de pedir aos seus leitores a origem daquela expressão "Quem vigia os vigias?". Após fuçar um pouco, encontrei o site do Professor Henerik Kocher, PÁGINA DOS PROVÉRBIOS, MÁXIMAS E CITAÇÕES, riquíssima em citações em Latim, Espanhol, Francês, Italiano, Português e... Esperanto! Não encontrando a citação em sua página, pedi ajuda ao professor que, imediatamente, enviou-me a seguinte resposta: "Bom dia, Claudio. A frase é "Sed quis custodiet ipsos custodes?" É de Juvenal, Satirae 6.347. No caso, a tradução será "Mas quem vigiará os próprios vigias?" Como ex-aluno do Caraça, você sem dúvida sabe mais latim do que eu, que sou mero amador. Por isso, peço que, se encontrar erros na minha página, me informe, para que os usuários aproveitem melhor. Um abraço, Kocher."
Alguns me falam de "cultura inútil", mas como é bom!
È o tal do "equilíbrio" entre os Três Poderes (até nome de praça, em Brasília!) que caracteriza da Democracia representativa.
O que me despertou para o tema foi um post do Alexandre Cruz Almeida, em seu LiberalLibertárioLibertino. Cruz cita uma frase em inglês, "Who Watches the Watchers?",
"Quem vigia os vigias?" que serviu de título para um livro recém publicado:
Um estudo sobre controle externo da polícia no Brasil
Julita Lemgruber, Leonarda Musumeci e Ignacio Cano, Editora Record, 2003. com a seguinte resenha:
"Até mesmo os policiais do próprio país não gostam da Polícia do Brasil. Investigadores, escrivães inspetores, a "tiragem" do policiamento civil, e os soldados, cabos e sargentos, os praças da polícia militar - todos dizem que estão sendo injustiçados e perseguidos pelos superiores hierárquicos. Apontam como vilões a minoria privilegiada das duas entidades: delegados e oficiais da PM que vivem isolados nos gabinetes, distantes dos riscos de morte de quem faz o patrulhamento nas ruas mais violentas do mundo.
A revolta silenciosa da base das duas grandes corporações de segurança pública brasileiras é apenas uma das descobertas deste livro, embora não seja uma obra de denúncia.
Quem vigia os vigias? é o primeiro resultado concreto de um projeto de pesquisa que visa aprimorar o controle externo da polícia, hoje limitado às ações ainda muito frágeis das Corregedorias e das Ouvidorias de Polícia.". Julita deu uma entrevista a Paloma Cotes, da Revista Época (26/2/2004), que pode ser lida integralmente aqui.
Pois bem, AlexandreCruz acaba de pedir aos seus leitores a origem daquela expressão "Quem vigia os vigias?". Após fuçar um pouco, encontrei o site do Professor Henerik Kocher, PÁGINA DOS PROVÉRBIOS, MÁXIMAS E CITAÇÕES, riquíssima em citações em Latim, Espanhol, Francês, Italiano, Português e... Esperanto! Não encontrando a citação em sua página, pedi ajuda ao professor que, imediatamente, enviou-me a seguinte resposta: "Bom dia, Claudio. A frase é "Sed quis custodiet ipsos custodes?" É de Juvenal, Satirae 6.347. No caso, a tradução será "Mas quem vigiará os próprios vigias?" Como ex-aluno do Caraça, você sem dúvida sabe mais latim do que eu, que sou mero amador. Por isso, peço que, se encontrar erros na minha página, me informe, para que os usuários aproveitem melhor. Um abraço, Kocher."
Alguns me falam de "cultura inútil", mas como é bom!
29 maio, 2004
TDAH : a "doença da hora?"
TDAH é a sigla para o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Segundo a Associação Médica Americana, trata-se de um transtorno dos mais bem estudados e documentados, como poucos em Medicina.
Catarcterísticas: Desde a década de 50, nos EUA, já encontramos a referência a crianças que não conseguem manter a atenção e a concentração por muito tempo, são muito irritadiças, não suportam a frustração, são extremamente inquietas, desobedientes, impulsivas, etc. O fracasso escolar se explica pela "voação", quando ficam "no mundo da lua", nem escutam o que a professora diz. Esquecem-se de anotar os deveres, esquecem objetos e compromissos, não toleram um esforço mental mais prolongado. Tendem a ser birrentas, desafiadoras, destemidas (sobem em qualquer lugar!), correm de um lado para outro. Geralmente são crianças inteligentes, espertas e, por isso mesmo, aos poucos vão percebendo os próprios fracassos e as constantes repreensões e castigos dos adultos, concluindo que são rejeitadas e piores que os colegas. Daí, podem se tornar mais deprimidas, ansiosas e com baixa de auto-estima. Ou seja, não é fácil ser um "portador" de TDAH.
As classificações deste transtorno se baseiam nas três principais
característas:
a) disatenção: distractibilidade
b) inquietação: hiperatividade
c) comportamentos agressivos e desastrados: impulsividade.
A evolução dos estudos foi mudando, aos poucos, a compreensão deste quadro e a consequente substituição de seu nome:
- Lesão cerebral mínima, quando se pensava que o distúrbio era devido a uma pequena e invisível lesão no Sistema Nervoso Central.
- Disfunção Cerebral Mínima: quando o foco passou a ser a incapacidade funcional do cérebro.
- Transtorno hipercinético e Transtorno de Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade, nas classificações atuais, de origem norte-americana: DSM-IV e CID-10.
Da mesma forma, as causas do problema vêm sendo deslocadas de fatores educacionais (falta de limites) para fatores genéticos (há enorme concordância de aparecimento do transtorno em gêmeos e parentes). Atualmente se sabe que há alterações na transmissão dos impulsos nervosos, principalmente na córtex cerebral (responsável pela atenção e interesse, no sistema límbico e hipotalâmico e nos núcleos da base, onde funcionam os "filtros" dos impulsos originários das percepções.
Uma explicação simplificada poderia ser dada com o seguinte exemplo: ao escutarmos uma campanhia de telefone, podemos ignorá-la se não estivermos esperando chamada. ("Que alguém atenda, não eu.") Logo voltamos a nos concentrar no que estávamos fazendo. O hiperativo-desatento logo correria para atender, chamaria o verdadeiro destinatário e... se esqueceria de voltar a fazer o que fazia.
As pesquisas mais acuradas apontam para um índice de prevalência relativamente alto de portadores de TDA/H: de 3% a 7% da população escolar. Todas as escolas possuem crianças com este transtorno e, muitas vezes, tratam-nas como se fossem puramente indisciplinadas, de "má índole", sem educação, etc. Acabam expulsando e estigmatizando tais alunos que passam a "peregrinar" de escola para outra, acarretando prejuízo acadêmico e onerando as famílias.
A evolução dos casos não tratados pode ser muito ruim, com 40% se tornando adolescentes mal-adaptados, recorrendo a drogas (álcool e outras) e com comportamentos anti-sociais. Muitos chegam até à idade adulta com transtornos graves, desajustes acadêmicos, laborais, relacionais, além de doenças secundárias, como depressão, ansiedade e abuso de drogas.
Os tratamentos propostos incluem:
1) uso de medicamentos
2) orientação da família, do portador e da escola
3) às vezes psicoterapia e ou treinamento
Há estudos mostrando o risco de se fazer este diagnóstico com "muita facilidade", tornando um problema médico aquilo que poderia ser característica pessoal ou consquência de estresse ou até mesmo incapacidade das escolas.
Além disso, o mundo contemporâneo nos oferece uma multiplicidade de estímulos, fazendo exigências e provocando uma inquietação constante. Sobre isso há uma pesquisa recente, feita pelo psiquiatra Rossano Lima, mestre em Saúde Coletiva do Instituto de Medicia Social da Uerj, em que "relaciona os sintomas de uma doença cujo diagnóstico vem crescendo a taxas espantosas com as características do sujeito pós-moderno, aquele que, segundo o sociólogo Zigmunt Bauman, está "pronto a adaptar-se a um mundo que não oferece mais garantias e lastros estáveis e sólidos".
Numa entrevista excelente feita por Carla Rodrigues no site NoMín imo, Rossano afirma: Podemos dizer que a rápida propagação do TDA/H depende de um amplo arranjo cultural a lhe respaldar e ressoar. Edward Hallowell, um dos principais divulgadores do transtorno nos EUA, chegou a propor que a sociedade atual é indutora de "pseudo-TDA/H". O problema, não resolvido por ele nem por ninguém, é o da ausência de critérios confiáveis para diferenciar o quadro tido como verdadeiro (supostamente biológico) do falso (que seria culturalmente induzido). De qualquer maneira, podemos afirmar que uma sociedade que celebra como valores supremos a agressividade permanente no trabalho, a necessidade de mobilidade incessante e o imperativo do desvio contínuo do foco da atenção torna a existência do transtorno mais convincente e estimula a adesão das pessoas a suas concepções e a seu vocabulário. Não é por acaso que o surgimento e a explosão desse diagnóstico se dá agora, e não há trinta ou sessenta anos. .
Há inúmeros sites que falam sobre o assunto. Em português, recomendo este aqui.
Catarcterísticas: Desde a década de 50, nos EUA, já encontramos a referência a crianças que não conseguem manter a atenção e a concentração por muito tempo, são muito irritadiças, não suportam a frustração, são extremamente inquietas, desobedientes, impulsivas, etc. O fracasso escolar se explica pela "voação", quando ficam "no mundo da lua", nem escutam o que a professora diz. Esquecem-se de anotar os deveres, esquecem objetos e compromissos, não toleram um esforço mental mais prolongado. Tendem a ser birrentas, desafiadoras, destemidas (sobem em qualquer lugar!), correm de um lado para outro. Geralmente são crianças inteligentes, espertas e, por isso mesmo, aos poucos vão percebendo os próprios fracassos e as constantes repreensões e castigos dos adultos, concluindo que são rejeitadas e piores que os colegas. Daí, podem se tornar mais deprimidas, ansiosas e com baixa de auto-estima. Ou seja, não é fácil ser um "portador" de TDAH.
As classificações deste transtorno se baseiam nas três principais
característas:
a) disatenção: distractibilidade
b) inquietação: hiperatividade
c) comportamentos agressivos e desastrados: impulsividade.
A evolução dos estudos foi mudando, aos poucos, a compreensão deste quadro e a consequente substituição de seu nome:
- Lesão cerebral mínima, quando se pensava que o distúrbio era devido a uma pequena e invisível lesão no Sistema Nervoso Central.
- Disfunção Cerebral Mínima: quando o foco passou a ser a incapacidade funcional do cérebro.
- Transtorno hipercinético e Transtorno de Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade, nas classificações atuais, de origem norte-americana: DSM-IV e CID-10.
Da mesma forma, as causas do problema vêm sendo deslocadas de fatores educacionais (falta de limites) para fatores genéticos (há enorme concordância de aparecimento do transtorno em gêmeos e parentes). Atualmente se sabe que há alterações na transmissão dos impulsos nervosos, principalmente na córtex cerebral (responsável pela atenção e interesse, no sistema límbico e hipotalâmico e nos núcleos da base, onde funcionam os "filtros" dos impulsos originários das percepções.
Uma explicação simplificada poderia ser dada com o seguinte exemplo: ao escutarmos uma campanhia de telefone, podemos ignorá-la se não estivermos esperando chamada. ("Que alguém atenda, não eu.") Logo voltamos a nos concentrar no que estávamos fazendo. O hiperativo-desatento logo correria para atender, chamaria o verdadeiro destinatário e... se esqueceria de voltar a fazer o que fazia.
As pesquisas mais acuradas apontam para um índice de prevalência relativamente alto de portadores de TDA/H: de 3% a 7% da população escolar. Todas as escolas possuem crianças com este transtorno e, muitas vezes, tratam-nas como se fossem puramente indisciplinadas, de "má índole", sem educação, etc. Acabam expulsando e estigmatizando tais alunos que passam a "peregrinar" de escola para outra, acarretando prejuízo acadêmico e onerando as famílias.
A evolução dos casos não tratados pode ser muito ruim, com 40% se tornando adolescentes mal-adaptados, recorrendo a drogas (álcool e outras) e com comportamentos anti-sociais. Muitos chegam até à idade adulta com transtornos graves, desajustes acadêmicos, laborais, relacionais, além de doenças secundárias, como depressão, ansiedade e abuso de drogas.
Os tratamentos propostos incluem:
1) uso de medicamentos
2) orientação da família, do portador e da escola
3) às vezes psicoterapia e ou treinamento
Há estudos mostrando o risco de se fazer este diagnóstico com "muita facilidade", tornando um problema médico aquilo que poderia ser característica pessoal ou consquência de estresse ou até mesmo incapacidade das escolas.
Além disso, o mundo contemporâneo nos oferece uma multiplicidade de estímulos, fazendo exigências e provocando uma inquietação constante. Sobre isso há uma pesquisa recente, feita pelo psiquiatra Rossano Lima, mestre em Saúde Coletiva do Instituto de Medicia Social da Uerj, em que "relaciona os sintomas de uma doença cujo diagnóstico vem crescendo a taxas espantosas com as características do sujeito pós-moderno, aquele que, segundo o sociólogo Zigmunt Bauman, está "pronto a adaptar-se a um mundo que não oferece mais garantias e lastros estáveis e sólidos".
Numa entrevista excelente feita por Carla Rodrigues no site NoMín imo, Rossano afirma: Podemos dizer que a rápida propagação do TDA/H depende de um amplo arranjo cultural a lhe respaldar e ressoar. Edward Hallowell, um dos principais divulgadores do transtorno nos EUA, chegou a propor que a sociedade atual é indutora de "pseudo-TDA/H". O problema, não resolvido por ele nem por ninguém, é o da ausência de critérios confiáveis para diferenciar o quadro tido como verdadeiro (supostamente biológico) do falso (que seria culturalmente induzido). De qualquer maneira, podemos afirmar que uma sociedade que celebra como valores supremos a agressividade permanente no trabalho, a necessidade de mobilidade incessante e o imperativo do desvio contínuo do foco da atenção torna a existência do transtorno mais convincente e estimula a adesão das pessoas a suas concepções e a seu vocabulário. Não é por acaso que o surgimento e a explosão desse diagnóstico se dá agora, e não há trinta ou sessenta anos. .
Há inúmeros sites que falam sobre o assunto. Em português, recomendo este aqui.
... e o papagaio se foi!
Madrugada o telefone toca:
- Alô, Sô Carlos? Aqui é o Uóshito, casero do sítio.
- Pois não, Seu Washington. Que posso fazer pelo senhor? Houve algum problema?
- Ah, eu só tô ligando pra avisá pro sinhô que o seu papagaio morreu.
- Meu papagaio? Morreu? Aquele que ganhou o concurso?
- É, ele mess.
- Puxa! Que desgraça! Gastei uma pequena fortuna com aquele bicho! Ele morreu de que?
- Di cumê carne istragada.
- Carne estragada? Quem fez essa maldade? Quem deu carne para ele?
- Ninguém. Ele cumeu a carne dum dos cavalo morto.
- Cavalo morto? Que cavalo morto, seu Washington?
- Aqueles puro-sangue que o sinhô tinha! Eles morreu de tanto puxá carroça d'água!
- Tá louco? Que carroça d'água?
- Pra pagá o incêndio!
- Mas que incêndio, meu Deus?
- Na sua casa. Uma vela caiu, aí pegô fogo nas curtina tudo!
- Caramba!! Mas aí tem luz elérica! Que vela era essa?
- Do velório!
- Velório de quem???
- Da sua mãe! Ela apareceu aqui de noite, sem avisá e eu dei um tiro nela pensano que fosse ladrão!
- Alô, Sô Carlos? Aqui é o Uóshito, casero do sítio.
- Pois não, Seu Washington. Que posso fazer pelo senhor? Houve algum problema?
- Ah, eu só tô ligando pra avisá pro sinhô que o seu papagaio morreu.
- Meu papagaio? Morreu? Aquele que ganhou o concurso?
- É, ele mess.
- Puxa! Que desgraça! Gastei uma pequena fortuna com aquele bicho! Ele morreu de que?
- Di cumê carne istragada.
- Carne estragada? Quem fez essa maldade? Quem deu carne para ele?
- Ninguém. Ele cumeu a carne dum dos cavalo morto.
- Cavalo morto? Que cavalo morto, seu Washington?
- Aqueles puro-sangue que o sinhô tinha! Eles morreu de tanto puxá carroça d'água!
- Tá louco? Que carroça d'água?
- Pra pagá o incêndio!
- Mas que incêndio, meu Deus?
- Na sua casa. Uma vela caiu, aí pegô fogo nas curtina tudo!
- Caramba!! Mas aí tem luz elérica! Que vela era essa?
- Do velório!
- Velório de quem???
- Da sua mãe! Ela apareceu aqui de noite, sem avisá e eu dei um tiro nela pensano que fosse ladrão!
28 maio, 2004
O DIA D
Thiago Zanini é um jovem advogado que faz Mestrado em Direito Internacional na Sorbonne (Paris) e mantém um blog Putz...exilado em Paris, linkado ao lado como Um brasileiro em Paris, que vale a pena visitar. Outro dia, falou de uma viagem à Normandia, local de desembarque dos aliados, na II Guerra Mundial, em 6 de junho de 1944. Foi o suficiente para que eu fosse invadido por uma lembrança de meus tempos de colégio, quando estava no Colégio do Caraça.
Naqueles dias, éramos visitados por padres franceses e um deles trouxe umas latas de filmes de 8mm sobre a França. À noite, fomos para o pátio assistir os "filminhos", quando... assisti a um filme feito por um cinegrafista americano, in loco, ao vivo e a P&B, dos preparativos, travessia do Canal da Mancha e o desembarque debaixo do fogo infernal dos inimigos (alemães). Chovia, o mar estava muito turbulento, aquelas barcaças que abriam a proa como se fossem baleias cuspindo gente, jipes, tanques... os homens, quais cupins saindo do buraco, iam caindo na água, ali mesmo se afogando. Cara, fiquei impressionadíssimo com aquilo. Não era filme de Hollywood, não, era filme 8mm, num projetor de mil novecentos e pouco, numa telinha feita de lençol, no pátio do colégio, à noite. Era filme mudo, imagine, e os padres-professores colocaram uma caixa de som tocando a Abertura de 1812, alternando com o Capricho Italiano, ambos de Tchaikowsky. Não dormi, à noite. Toda vez que escuto uma destas sinfonias, lembro-me nitidamente do dia D, no dia 6 de junho de 1944 (?). Veja as fotos aqui.
Muitos anos depois, assisti "O mais longo dos dias", uma superprodução hollywoodiana no cinema, technicolor, com artistas famosos (não me lembro mais quais eram - se alguém souber, diga-me). Olhaqui: as emoções que experimentei no pátio do Colégio, naqueles tempos remotos (!), foi maior do que as provocadas pelo filme. Ou então, para uma criança, tudo que acontecia era muito grande...
Naqueles dias, éramos visitados por padres franceses e um deles trouxe umas latas de filmes de 8mm sobre a França. À noite, fomos para o pátio assistir os "filminhos", quando... assisti a um filme feito por um cinegrafista americano, in loco, ao vivo e a P&B, dos preparativos, travessia do Canal da Mancha e o desembarque debaixo do fogo infernal dos inimigos (alemães). Chovia, o mar estava muito turbulento, aquelas barcaças que abriam a proa como se fossem baleias cuspindo gente, jipes, tanques... os homens, quais cupins saindo do buraco, iam caindo na água, ali mesmo se afogando. Cara, fiquei impressionadíssimo com aquilo. Não era filme de Hollywood, não, era filme 8mm, num projetor de mil novecentos e pouco, numa telinha feita de lençol, no pátio do colégio, à noite. Era filme mudo, imagine, e os padres-professores colocaram uma caixa de som tocando a Abertura de 1812, alternando com o Capricho Italiano, ambos de Tchaikowsky. Não dormi, à noite. Toda vez que escuto uma destas sinfonias, lembro-me nitidamente do dia D, no dia 6 de junho de 1944 (?). Veja as fotos aqui.
Muitos anos depois, assisti "O mais longo dos dias", uma superprodução hollywoodiana no cinema, technicolor, com artistas famosos (não me lembro mais quais eram - se alguém souber, diga-me). Olhaqui: as emoções que experimentei no pátio do Colégio, naqueles tempos remotos (!), foi maior do que as provocadas pelo filme. Ou então, para uma criança, tudo que acontecia era muito grande...
27 maio, 2004
Antidepressivos x suicídio
Suicídio com antidepressivos?
Acabo de dar uma entrevista para o programa Rádio Vivo, da Rádio Itatiaia de Belo Horizonte-MG (95.7 FM e 610 AM). O apresentador queria saber minha opinião acerca da possível exigência de se colocar, nos rótulos dos antidepressivos (AD), a inscrição:"Este medicamento pode levar ao suicídio" (sic). A notícia vem dos Estados Unidos, onde o órgão regulador da indústria farmacêutica e alimentícia (FDA-Food and Drug Administration) está sendo pressionado por defensores do consumidor, diante de alguns casos de auto-extermínio de pacientes em uso de AD. Fiz os seguintes esclarecimentos:
1. A primeira consideração é sobre o diagnóstico correto de Depressão. Na verdade, o termo "depressão" vem sendo utilizado indiscriminadamente. Nós, seres humanos, face a qualquer frustração (amorosa, empresarial, reprovação escolar, perda de um ente querido, etc) nos entristecemos, com toda a razão. Isto não significa que estejamos doentes. Ao invés de buscarmos as causas mais profundas do fracasso, que estão em nós mesmos - na maioria das vezes -, logo queremos um remédio que nos traga felicidade. A indústria farmacêutica estimula e se aproveita disso, fazendo-nos acreditar que existe a tal pílula da felicidade: o antidepressivo!!!
2. O diagnóstico psiquiátrico de Depressão deve levar em conta alguns critérios já estipulados em manuais diagnósticos, basear-se na história clínica e familiar do paciente e decidir pelo tratamento mais adequado.
3. Há depressões: a) predominantemente ansiosas, b) predominantemente com sintomas físicos (cefaléias, dores, problemas gástrointestinais, etc.), c) predominantemente com sintomas de irritabilidade, d) com sintomas de desânimo e inibição motoras, etc...
4. Neste último caso (depressão com inibição psicomotora), na forma mais grave (ideação de auto-extermínio) é que se deve tomar precaução quanto à possibilidade de uma passagem ao ato, ou seja, a real tentativa de suicídio. Isso pode ocorrer, paradoxalmente, na medida em que o paciente, após iniciar o tratamento, melhora e, sentindo-se mais animado e disposto, adquire forças para por em prática suas idéias de auto-extermínio e, aí sim, tentar realmente se matar!!!
5. Essas informações já constam na bula dos medicamentos e devem ser dadas pelo médico, no momento da prescrição (geralmente se explica isso aos parentes ou responsáveis pelo paciente). São casos raros, mesmo.
Mas não se pode esquecer que a depressão é uma doença que tem alto potencial de levar o sujeito ao suicídio, em índices muito elevados. Veja no PsicoWeb, que é um site espetacular de informação psiquiátrica, mantido pelo psiquiatra paulista GJBallone.
6. Além do mais, o tratamento para Depressão não é apenas medicamentoso, mas deve incluir uma Psicoterapia, processo em que o indivíduo terá oportunidade de rever sua posição na vida, sua relação com as pessoas e com o mundo em geral, implicar-se com seu adoecimento e com os processos de mudança, necessários para a não recaída. Na Medicina "organicista", o ideal é a restitutio ad integrum (volta ao estado anterior, supostamente íntegro), enquanto que na Psiquiatria que leva em conta o psiquismo da pessoa e sua responsabilidade no próprio adoecimento, a cura não será o retorno ao que era antes, pois, assim, estariam sendo restabelecidas as próprias condições de um novo adoecer!!!
A cura verdadeira supõe uma mudança de vida, geralmente feita às custas de muito esforço, onde cada um de nós terá que se haver com os descaminhos anteriores.
(Post republicado e atualizado)
Acabo de dar uma entrevista para o programa Rádio Vivo, da Rádio Itatiaia de Belo Horizonte-MG (95.7 FM e 610 AM). O apresentador queria saber minha opinião acerca da possível exigência de se colocar, nos rótulos dos antidepressivos (AD), a inscrição:"Este medicamento pode levar ao suicídio" (sic). A notícia vem dos Estados Unidos, onde o órgão regulador da indústria farmacêutica e alimentícia (FDA-Food and Drug Administration) está sendo pressionado por defensores do consumidor, diante de alguns casos de auto-extermínio de pacientes em uso de AD. Fiz os seguintes esclarecimentos:
1. A primeira consideração é sobre o diagnóstico correto de Depressão. Na verdade, o termo "depressão" vem sendo utilizado indiscriminadamente. Nós, seres humanos, face a qualquer frustração (amorosa, empresarial, reprovação escolar, perda de um ente querido, etc) nos entristecemos, com toda a razão. Isto não significa que estejamos doentes. Ao invés de buscarmos as causas mais profundas do fracasso, que estão em nós mesmos - na maioria das vezes -, logo queremos um remédio que nos traga felicidade. A indústria farmacêutica estimula e se aproveita disso, fazendo-nos acreditar que existe a tal pílula da felicidade: o antidepressivo!!!
2. O diagnóstico psiquiátrico de Depressão deve levar em conta alguns critérios já estipulados em manuais diagnósticos, basear-se na história clínica e familiar do paciente e decidir pelo tratamento mais adequado.
3. Há depressões: a) predominantemente ansiosas, b) predominantemente com sintomas físicos (cefaléias, dores, problemas gástrointestinais, etc.), c) predominantemente com sintomas de irritabilidade, d) com sintomas de desânimo e inibição motoras, etc...
4. Neste último caso (depressão com inibição psicomotora), na forma mais grave (ideação de auto-extermínio) é que se deve tomar precaução quanto à possibilidade de uma passagem ao ato, ou seja, a real tentativa de suicídio. Isso pode ocorrer, paradoxalmente, na medida em que o paciente, após iniciar o tratamento, melhora e, sentindo-se mais animado e disposto, adquire forças para por em prática suas idéias de auto-extermínio e, aí sim, tentar realmente se matar!!!
5. Essas informações já constam na bula dos medicamentos e devem ser dadas pelo médico, no momento da prescrição (geralmente se explica isso aos parentes ou responsáveis pelo paciente). São casos raros, mesmo.
Mas não se pode esquecer que a depressão é uma doença que tem alto potencial de levar o sujeito ao suicídio, em índices muito elevados. Veja no PsicoWeb, que é um site espetacular de informação psiquiátrica, mantido pelo psiquiatra paulista GJBallone.
6. Além do mais, o tratamento para Depressão não é apenas medicamentoso, mas deve incluir uma Psicoterapia, processo em que o indivíduo terá oportunidade de rever sua posição na vida, sua relação com as pessoas e com o mundo em geral, implicar-se com seu adoecimento e com os processos de mudança, necessários para a não recaída. Na Medicina "organicista", o ideal é a restitutio ad integrum (volta ao estado anterior, supostamente íntegro), enquanto que na Psiquiatria que leva em conta o psiquismo da pessoa e sua responsabilidade no próprio adoecimento, a cura não será o retorno ao que era antes, pois, assim, estariam sendo restabelecidas as próprias condições de um novo adoecer!!!
A cura verdadeira supõe uma mudança de vida, geralmente feita às custas de muito esforço, onde cada um de nós terá que se haver com os descaminhos anteriores.
(Post republicado e atualizado)
26 maio, 2004
Realinhamento Sexual
Saiu na Folha de S. Paulo, em 23.maio.04 uma notícia instigante a respeito de um canadense, chamado David Reimer, nascido menino. Entretanto, foi transformado em menina aos dois anos, após seu pênis ter sido destruído em uma circuncisão feita por uma pessoa inexperiente usando um cauterizador.
"Num primeiro momento, a vida de Reimer foi descrita como história bem-sucedida, sendo objeto do primeiro estudo documentado de realinhamento sexual de uma criança cujos sexo, hormônios e cromossomos eram todos masculinos. Durante mais de duas décadas ele foi descrito em textos médicos como prova viva de que o gênero pode ser determinado pela maneira como uma criança é criada --ou seja, a vitória da criação sobre a natureza.
Mas Reimer chocou o mundo em 1997, ao levar a público sua jornada dolorosa para transformar-se novamente no homem que sempre sentira que devia ser."
A discussão a respeito de como uma pessoa "se torna" homem ou mulher é tema recorrente nos campos da Biologia, da Psicologia, da Psicanálise, do Direito e outros. É possível transformar um menino em menina, criando-o "como menina'? Ou o contrário? A "escolha sexual" depende do ambiente ou é determinada pelo gen? A aplicação de hormônios sexuais (estrógenos ou andrógenos) pode alterar a mente de uma pessoa, fazendo-a sentir e pensar como mulher ou como homem?
O caso de David Reimer serviu de paradigma médico e psicológico, até que ele mesmo desmentiu as observações que apontavam para o "sucesso" da decisão tomada por seus cuidadores, aos 2 anos de idade.
Sua história trágica tem sido contada pela imprensa leiga e médica, como em aqui(em inglês), onde se podem ver algumas fotos do David ainda quando criança, no colo da mãe (ele e o irmão gêmeo); ou mais tarde, já como rapazinho.
Reimer deu uma histórica entrevista a John Colapinto, que resultou num livro dramático intitulado "As Nature Made Him
The Boy Who Was Raised as a Girl" ou Como a natureza o fez. O rapaz que foi criado como uma moça, cuja capa aparece aqui.
A notícia da Folha, registrada no início deste post, informa que David Reimer acaba cometer suicídio.
"Num primeiro momento, a vida de Reimer foi descrita como história bem-sucedida, sendo objeto do primeiro estudo documentado de realinhamento sexual de uma criança cujos sexo, hormônios e cromossomos eram todos masculinos. Durante mais de duas décadas ele foi descrito em textos médicos como prova viva de que o gênero pode ser determinado pela maneira como uma criança é criada --ou seja, a vitória da criação sobre a natureza.
Mas Reimer chocou o mundo em 1997, ao levar a público sua jornada dolorosa para transformar-se novamente no homem que sempre sentira que devia ser."
A discussão a respeito de como uma pessoa "se torna" homem ou mulher é tema recorrente nos campos da Biologia, da Psicologia, da Psicanálise, do Direito e outros. É possível transformar um menino em menina, criando-o "como menina'? Ou o contrário? A "escolha sexual" depende do ambiente ou é determinada pelo gen? A aplicação de hormônios sexuais (estrógenos ou andrógenos) pode alterar a mente de uma pessoa, fazendo-a sentir e pensar como mulher ou como homem?
O caso de David Reimer serviu de paradigma médico e psicológico, até que ele mesmo desmentiu as observações que apontavam para o "sucesso" da decisão tomada por seus cuidadores, aos 2 anos de idade.
Sua história trágica tem sido contada pela imprensa leiga e médica, como em aqui(em inglês), onde se podem ver algumas fotos do David ainda quando criança, no colo da mãe (ele e o irmão gêmeo); ou mais tarde, já como rapazinho.
Reimer deu uma histórica entrevista a John Colapinto, que resultou num livro dramático intitulado "As Nature Made Him
The Boy Who Was Raised as a Girl" ou Como a natureza o fez. O rapaz que foi criado como uma moça, cuja capa aparece aqui.
A notícia da Folha, registrada no início deste post, informa que David Reimer acaba cometer suicídio.
Assinar:
Postagens (Atom)